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Carro popular: como veto do governo deixou as locadoras na bronca
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* Reportagem de André Barros, editor do AutoData
As locadoras foram pegas de surpresa com a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços de prorrogar por quinze dias a exclusividade do acesso aos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil na aquisição de veículos de até R$ 120 mil, prevista na MP 1 175. Segundo Paulo Miguel Júnior, conselheiro da Abla, associação que representa o setor, havia conversas com o governo e a extensão do prazo não era esperada.
Ele admite que, com o rápido consumo dos R$ 500 milhões - na quarta-feira, 16, o governo divulgou que R$ 400 milhões já foram empenhados -, as locadoras acabaram ficando de fora do programa: "Gostaríamos de ter a possibilidade de um jogo mais equilibrado. As locadoras compram 30% da produção nacional de veículos e não conseguirão ter acesso ao programa".
Segundo ele se a ideia do governo fosse alavancar a produção de veículos, o efeito não será alcançado, pois as locadoras deixaram de comprar: "O mercado está parado. Estávamos esperando o prazo para o início das vendas das pessoas jurídicas. Faz quinze dias que as locadoras não vão às compras".
Miguel Jr. acrescentou, ainda, que pouco restaria às empresas: são mais de 22 mil associadas à Abla, para um volume projetado pela Anfavea de 110 mil a 120 mil veículos contemplados com os R$ 500 milhões reservados pelo governo para o desconto: "Locadoras pequenas não conseguiriam comprar nenhum carro, possivelmente".
O setor ainda contabiliza o prejuízo: com a queda nos preços dos carros 0 KM, segundo o conselheiro, houve desvalorização dos ativos das locadoras: "Calculamos em R$ 500 milhões as perdas com a desvalorização dos carros em uso. É o mesmo valor que o governo reservou para o programa".
Agora resta ao setor esperar, segundo Miguel Jr.: "Seguiremos conversando com o governo, buscando que haja uma prorrogação".
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