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Novo Citroën C3 combina preço de Kwid com porte de SUV; vale comprar?
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O posicionamento de preços do novo C3 e a oferta de duas opções de motorização mostram que a Citroën almeja voos mais altos no mercado brasileiro.
O hatch, que acaba de ser lançado, deverá brigar pelas primeiras posições nas vendas e aumentar o market share da marca consideravelmente.
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O preço inicial de R$ 68.990 o coloca entre os mais baratos do mercado e passará a ser opção para os compradores de Fiat Mobi Trekking e Renault Kwid Intense.
A vantagem do novo Citroën C3 2023 frente aos concorrentes está no fato de ele ser um B-hatch, enquanto os modelos citados acima são da categoria A-hatch. São 3,98 metros de comprimento, 1,58 m de altura, 2,01 m de largura e 2,54 m de entre-eixos. O porta-malas com capacidade para 315 litros também é um bom argumento de venda.
Confira os preços sugeridos:
- Live 1.0 - R$ 68.990
- Live Pack 1.0 - R$ 74.990
- Feel 1.0 - R$ 78.990
- First Edition 1.0 - R$ 83.990 (série limitada)
- Feel 1.6 - R$ 86.990
- Feel 1.6 Pack AT6 - R$ 93.990
- First Edition 1.6 AT6 - R$ 97.990 (série limitada)
Neste segmento, onde o comprador não tem um bolso tão fundo e acaba não podendo pagar tanto para ter mais, o C3 acaba suprindo essa necessidade de oferecer um bom espaço interno e um bom volume de porta-malas. Afinal, nessa categoria, o hatch é uma opção para uso tanto no trabalho quanto no lazer.
Dose de emoção
Muitas vezes, a emoção é fator decisivo de compra e, sabendo disso, a Citroën deixou o hatch com visual bem interessante. O hatch estreia no Brasil a nova identidade visual da Citroën, com os faróis principais emoldurados por um "Y".
O conjunto óptico duplo, como no C4 Cactus, e a frente mais alta deixam o hatch com aspecto mais robusto ou, como a marca faz questão de dizer, com "atitude SUV". Mas, é claro que ele está longe de ser um.
A aposta da Citroën para deixar o hatch com aspecto aventureiro se estende pelas laterais com molduras nas caixas de roda e rack de teto, dependendo da versão. Na traseira, o C3 tem a tampa do porta-malas mais curta. Já o para-choque mescla partes com pintura acompanhando a carroceria e outras sem, com plástico preto. Tudo isso contribui para deixar o hatch com visual mais estiloso.
No entanto, o C3 é mais bonito visto de fora. Por dentro, o painel tem desenho interessante, mas o quadro de instrumentos 100% digital é ponto fora da curva, a pequena tela reúne todas as luzes de alertas e de iluminação do carro, mas fica devendo por exemplo um conta-giros, que acaba sendo um aliado nas versões com câmbio manual. Para quem gosta de ostentar a chave canivete, o C3 não oferece o item.
Evidente corte de custos
O C3 abusa do uso de plásticos rígidos e o acabamento tem aspecto bem simples, mas pelo menos não há falhas de encaixes. As forrações de portas dianteira e traseira contam com apoios de braço e puxadores.
Por ser um projeto de baixo custo, o novo C3 economiza onde dá. A coluna de direção só tem ajuste em altura a partir da versão Feel. As versões de entrada Like e Like Pack contam com vidros somente nas portas dianteiras. A partir da Feel, há comandos elétricos para as quatro portas, mas os comandos traseiros são únicos para os passageiros e para o motorista ficando posicionados no console central entre os bancos dianteiros, a posição acaba obrigando o motorista a fazer certo contorcionismo para fechar ou abrir os vidros traseiro.
Em relação a itens de série o novo Citroën C3 oferece o básico para os dias atuais, entre os principais equipamentos estão ar-condicionado, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros e travas elétricas. A lista se completa com indicador de trocas de marchas e monitoramento de pressão dos pneus.
A central multimídia com tela de dez polegadas com espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay somente está disponível a partir da configuração Like Pack. No entanto, nenhuma versão oferece carregador de celular por indução, o que acaba deixando sem sentido o espelhamento sem cabos, sendo necessário usar o cabo para recarregar a bateria do celular.
No que diz respeito a segurança, o novo C3 fica devendo mais opções de airbag. Só há os obrigatórios frontais, a lista se completa com os obrigatórios freios com assistência ABS, controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa.
Como é dirigir o novo C3
Neste primeiro contato, a coluna andou nas versões Feel 1.0 e Feel 1.6 automática. A posição elevada do banco motorista é interessante e a boa área envidraçada facilita a condução. A direção do C3 é leve em manobras e tem o fica mais firme em velocidades mais altas.
A suspensão tem bom acerto e filtra bem as imperfeições do solo, o hatch tem rodar firme e mesmo sendo mais altinho, o comportamento dinâmico é bom. Alguns grilos foram notados em ruas de calçamento, que poderiam ser resolvidos com o uso de mais materiais fonoabsorventes.
O C3 1.0 Feel que deverá figurar entre as versões mais vendidas têm o bom motor 1.0 Firefly e câmbio de origem Fiat, no entanto, a caixa tem novo trambulador e proporciona engates com mais precisão.
O bom torque em baixas rotações deixam o C3 esperto no trânsito urbano. Na estrada com dois ocupantes o hatch vai bem e depois de embalado, o desempenho agrada. Mas com capacidade máxima, pode-se esperar um desempenho mais comedido. Em manobras de ultrapassagens, o ideal é que elas sejam bem calculadas.
Apesar dos menores números de potência e torque, o C3 1.0 Firefly acaba sendo mais divertido de guiar. Em trânsito urbano, o motor tem bom torque em baixas rotações e deixa o hatch mais esperto, facilitando seu uso na cidade.
Já o 1.6 Feel automático oferece desempenho satisfatório, permitindo ultrapassagens com segurança. Mas, no trânsito urbano, a falta de torque em baixa incomoda. Em rotações mais altas, os problemas referentes ao isolamento acústico ficam evidentes, com os ruídos de funcionamento do motor invadindo a cabine e incomodando bastante.
Aliás, em ambas as motorizações, a falta de melhor isolamento acústico deixa os ruídos de funcionamento do motor bem, digamos, à vontade na cabine.
Com alguns deslizes, o novo C3 se candidata a ser o novo Fiat Uno para o Grupo Stellantis. Se suas vendas irão decolar, temos de observar os próximos meses. Mas tudo indica que ele irá figurar entre os mais vendidos.
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