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Novos híbridos da Fiat: melhorei em 30% o consumo de combustível

Fui um dos 20 jornalistas convidados pela Fiat para participar da prévia de lançamento de seus primeiros híbridos. A marca propôs um teste comparativo com o Pulse Turbo 200 com o T200 Hybrid rodando no trânsito urbano de Belo Horizonte. A avaliação foi realizada em uma manhã de quinta-feira (26/1) com o trânsito bem movimentado.

O circuito era o mesmo para as duas avaliações e para minha sorte peguei basicamente um trânsito idêntico no comparativo, passando por avenidas e ruas, semáforos, aclives e declives. Aliás, em alguns trechos, são locais por onde passam os carros da Stellantis durante suas avaliações. O ponto de partida e volta eram na Casa Fiat de Cultura.

Na primeira volta, andei com o Pulse Turbo 200 por 11,1 km no centro urbano da capital mineira. Com dois ocupantes a bordo, ar-condicionado ligado e abastecido com etanol, fiz uma média de 4,3 km/l.

Já a bordo do Fiat Pulse T200 Hybrid fiz o percurso nas mesmas condições, ou seja, ar-condicionado ligado, duas pessoas a bordo e etanol no tanque. No final, acabei rodando 11,4 km, com a média de 6,1 km/l registrados no hodômetro, mesmo tendo rodado 300 metros a mais.

Oficialmente, o ganho de eficiência dos Fiat Pulse é de 10,7% rodando com gasolina ou etanol. Já o Fastback T200 Hybrid teve melhora de 11,5% na gasolina e 9,8% no etanol. Em ambos os casos, os números são do PBEV.

Nas duas voltas, não mudei minha maneira de dirigir. O sistema híbrido proporcionou um ganho de 30% de eficiência em comparação ao Pulse Turbo 200.

Mas, como é de conhecimento comum, o consumo varia de acordo com o modo de dirigir de cada motorista e também de cidade para cidade.

Fiat Pulse T200 Hybrid 2025 com o modelo convecional e melhorei a eficiência em 30%
Fiat Pulse T200 Hybrid 2025 com o modelo convecional e melhorei a eficiência em 30% Imagem: Camila Camanzi/Carros com Camanzi

Números de consumo oficiais

Confira as médias de consumo dos SUVs Fiat pelo PBEV:

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  • Pulse
    Urbano: 13,4 km/l (gasolina) / 9,3 km/l (etanol)
    Estrada: 14,4 km/l (gasolina) / 10,2 km/l (etanol)
  • Fastback
    Urbano: 12,6 km/l (gasolina) / 8,9 km/l (etanol)
    Estrada: 13,9 km/l (gasolina) / 9,8 km/l (etanol)

Em conversa com o João Irineu, vice-presidente de assuntos regulatórios Stellantis América do Sul, usando como base o ganho de eficiência que fiz com o Pulse T200 Hybrid, Irineu exemplifica: um motorista que consiga uma média de 25% de eficiência no consumo tem ganho suficiente para que ele rode sempre com etanol.

O executivo comenta que muitos motoristas evitam usar o etanol devido à autonomia, já que teriam que ir mais vezes no posto. "Mas com o ganho de 25%, ele iria no posto o mesmo número de vezes que teria que ir com gasolina no tanque, com a vantagem de gastar menos com etanol", diz o executivo. Vale lembrar que, rodando com etanol, há redução de emissões de CO2.

O sistema híbrido leve da Fiat ainda oferece outras vantagens além da redução de consumo. Em São Paulo, por exemplo, ele fica livre do rodízio, enquanto em Minas Gerais uma lei isenta de IPVA carros híbridos e elétricos fabricados no estado. Outros estados do Brasil também oferecem benefícios para carros com sistema híbrido.

O sistema híbrido dos Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid é composto por um motor elétrico multifuncional de 12V e 3 kW. Ele é conectado mecanicamente ao motor de combustão, sendo alimentado por uma bateria de íon de lítio. Ele substitui o motor de partida e o alternador.

Ele tem um módulo de comutação das baterias de chumbo-ácido e a de íon de lítio que conecta, separa e controla as duas baterias de acordo com a estratégia da central eletrônica, garantindo uma operação eficiente e carga adequada.

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Fiat Pulse T200 Hybrid 2025
Fiat Pulse T200 Hybrid 2025 Imagem: Marlos Ney Vidal/Autos Segredos

Como funciona o sistema híbrido da Fiat

O sistema opera em quatro modos, com o e-Start & Stop desligando o motor a combustão para economizar combustível. Com o carro desligado, o funcionamento do ar-condicionado também é interrompido. Mas caso o motorista esteja usando a função Auto, o sistema entende que ele não quer que o ar seja desligado, mantendo assim o motor à combustão em funcionamento.

A segunda operação é o e-Assist, que é a assistência do motor elétrico ao de combustão durante as acelerações e retomadas. Neste caso, as baterias de lítio e chumbo fornecem energia para o propulsor elétrico, gerando torque adicional ao de combustão, reduzindo o consumo.

Na prática, nestas situações, o motor multifuncional oferece cerca de 4 cv e 1 kgfm extras, mas que não são somados aos números do térmico. No entanto, o pulo do gato que ajuda na redução de consumo é que, com o auxílio do sistema, o motor térmico deixa de usar os números de potência e torque - e é aí que há redução de consumo.

Se a meta da Stellantis não fosse a redução de emissões e de consumo de combustível, os valores poderiam oferecer torque e potência extras.

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O terceiro modo de operação é alternador inteligente que oferece dois modos de funcionamento a depender da condição das baterias. Quando estiver atuando com alternador, as baterias de chumbo-ácido e/ou íon de lítio estão com suas cargas baixas, e ele faz o carregamento de ambas. Já no modo neutro, com as duas baterias carregadas, o alternador atua para que as baterias mantenham as cargas elétricas do veículo.

O quarto modo é e-Regen, que nada mais do que o sistema de regeneração de energia durante as desacelerações que converte a energia mecânica em elétrica, que é armazenada nas baterias de chumbo e íon. Ele é capaz de regenerar até 25% da energia que seria jogada fora em um motor convencional.

A marca não fez alterações visuais em seus SUVs, assim como na lista de itens de série. Os preços tiveram acréscimo médio de R$ 2 mil. Confira os valores:

  • Pulse Audace T200 Hybrid AT: R$ 125.990
  • Pulse Impetus T200 Hyybrid AT: R$ 151.990
  • Fastback Impetus T200 Hybrid AT: R$ 140.990
  • Fastback Audace T200 Hiybrid AT: R$ 161.990

Comparando aos valores praticados pela concorrência, os preços dos Fiat deixam a tecnologia mais acessível, possibilitando que mais pessoas tenham o primeiro acesso ao sistema. E com bons números de vendas, já que seus SUVs vendem bem justamente nas versões onde o sistema será comercializado.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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