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Bem resolvido como popular, Fiat Mobi deveria ser mais barato
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Pra quem gosta de um modelo subcompacto e tem saudade, por exemplo, do VW up!, agora tem duas opções no mercado: o Renault Kwid - que já ganhou até uma versão elétrica - e o Fiat Mobi. Aliás, quando ele chegou, tinha a missão de concorrer diretamente com o modelo da Volkswagen. Só que o tempo passou, o up! foi embora, e o Mobi, ao contrário, cravou definitivamente seu espaço por aqui.
O Mobi faz sucesso, antes de tudo, porque cumpre bem a proposta de carro urbano, prático pra cidade. É curtinho, tem 3,60 metros, o entre-eixos também é pequeno, com apenas 2,30 metros. Tem uma frente bem robusta para o tamanho dele, as lanternas traseiras são grandes, enfim, não é um exemplo de harmonia das linhas.
A versão Trekking, como tem os adereços aventureiros, pintura bicolor e adesivo no capô, consegue aliviar essa sensação, e deixa o carrinho invocado. No modelo desta avaliação, conta com rodas de liga leve aro 14, que garantem refinamento pra ele, mas são opcionais.
Mas como é um carro bom pra cidade, o Mobi acaba sofrendo por isso em alguns pontos. É o caso do porta-malas - que mantém a bonita tampa de vidro - mas com apenas 200 litros de capacidade. Não é difícil ouvir piadas do tipo: "o Mobi tem em um porta-luvas traseiro".
Por isso, é recomendável olhar para esse subcompacto como um bom modelo para duas pessoas e aproveitar melhor o espaço para bagagens com o rebatimento do encosto do banco traseiro. Além do mais, mesmo com estrutura para três, na prática, só duas pessoas se encaixam atrás e com muita limitação para as pernas.
Por dentro, o acabamento é correto, com peças desenhadas com certo estilo, mas o plástico predomina nas portas, no painel central e no console. Ponto positivo é a boa lista de equipamentos. Por exemplo, ar-condicionado, que ainda é analógico, e a direção, que ainda utiliza assistência hidráulica, são itens de série.
E ele sai de fábrica também com sensor de pressão de pneus e até o Lane Change, recurso muito útil quando precisamos sinalizar uma manobra rápida de mudança de faixa. Basta dar um leve toque na alavanca que a luz de seta pisca cinco vezes e volta ao normal.
Na versão Trekking, que vem quase completona, tem outra novidade interessante, o sistema multimídia Uconnect, o mesmo de modelos mais caros da Fiat. Ele reúne os atuais recursos de conectividade, com direito a reconhecimento de voz, tela de 7 polegadas e até espelhamento de smartphone sem cabo.
Paciência e um pouco de "manha" ajudam
O Mobi só tem uma opção de motor, o 1.0 flex Fire Evo de 74 cavalos de potência e 9,7 Kgfm de torque, sempre acompanhado da transmissão manual de cinco marchas. É um velho conhecido da linha Fiat, e que já equipou vários carros da marca. Ele é mais fraco e incomoda porque, além do torque ser baixo, sua força máxima só é entregue em rotação alta, perto dos 4 mil giros. Então, o Mobi exige que o motorista preste mais atenção no giro do motor e se acostume a fazer trocas de marchas com maior frequência.
Nesse quesito, vale lançar mão também de algumas manhas para fazer o motor render melhor e garantir mais agilidade, como se antecipar às situações em que será necessária mais força para uma ultrapassagem, por exemplo, e tirar proveito de um bom embalo antes da redução de marcha. Em compensação, o conjunto de motor e câmbio é bem valente, não tem custo alto de reparo e é econômico, com médias de 13,5 km/l na cidade e 15,0 km/l na estrada (com gasolina).
O Mobi tem uma suspensão bem equilibrada, com alguns cuidados específicos, como destaca a Fiat. As molas têm carga maior, os amortecedores contam com curso mais longo e na dianteira foi aplicada uma barra estabilizadora.
É um carro confortável, passa bastante segurança e firmeza em alta velocidade. No final das contas, o Mobi faz sucesso porque é econômico, tem mecânica simples, é versátil na cidade, eficiente para quem trabalha com prestação de serviços, e ainda agrada o jovem motorista, que vê nele uma boa opção como o primeiro carro.
Tudo muito bonito, a não ser pelo preço de carro de alto padrão, hoje na faixa dos R$ 70 mil. Se fosse mais barato, certamente a situação seria ainda melhor. Porque o Mobi, além de não ter saído do mercado, como aconteceu com o up!, alcançou o posto de quinto carro mais vendido do Brasil em 2022, a frente até de modelos como o hatch Argo, da própria Fiat.
Preço Fiat Mobi
Like 1.0 Fire Evo: R$ 68.990
Trekking 1.0 Fire Evo: R$ 72.290
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