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Benê Gomes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Argo Trekking CVT: ainda há espaço para um hatch aventureiro entre os SUVs?

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Colunista do UOL

16/04/2023 04h00

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Para quem gosta do estilo aventureiro e não abre mão da carroceria tipo hatchback, o Fiat Argo Trekking ficou mais interessante com seu novo atrativo, o câmbio automático do tipo CVT. Até porque, para quem não gostar do Argo, resta olhar para o apagado Renault Stepway, pois a outra opção interessante desse nicho, o Hyundai HB20X, já saiu de linha.

A linha Argo 2023 foi apresentada no meio do ano passado e quase sem alterações, apenas com pequenos retoques no para-choque, grade frontal e novas opções de rodas e calotas.

Portanto, nada mudou na proposta visual, ainda bem recheada de adesivos no capô, nas laterais e na tampa traseira, teto, rack e retrovisores na cor preta, além de molduras de plástico nos para-lamas e rodas com pneus de uso misto. A boa novidade veio em janeiro passado, quando finalmente recebeu a versão automática, o que foi bem positivo.

Com a chegada do câmbio CVT o Argo passa contar com cinco versões, duas delas com a nova transmissão e o motor 1.3 flex Firefly de 107 cavalos de potência e 13,7 Kgfm de torque. É força suficiente para o tamanho desse carro e com o mesmo bom acerto entre câmbio e motor, condição que permite explorar o bom torque em baixas rotações.

Assim, a transmissão quase não provoca aquele incômodo do câmbio CVT, que faz o motor subir rápido a rotação e "gritar" a cada pisada funda no acelerador em retomadas de velocidade. No uso padrão, vai muito tranquilo na cidade, sem incômodo. Na estrada, onde às vezes precisamos de mais agilidade na retomada, aí sim o motor pode até roncar um pouco alto, mas dentro de um padrão aceitável e, importante, respondendo na medida, alinhado com a proposta dele.

Agora, bom mesmo é que esse acerto garante boa autonomia, com interessantes médias de consumo para um modelo automático: faz 12,7 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada com gasolina. Tem ainda opção de trocas manuais simuladas de até sete marchas pela alavanca do câmbio e, para quem quiser exigir um pouco mais do motor, oferece o modo Sport. Ele é acionado por um botão volante e deixa o conjunto um pouco mais esperto para acelerar.

ARGO CVT - Matheus Simanovicius - Matheus Simanovicius
Imagem: Matheus Simanovicius

Assim, se considerar o bom trabalho de motor e câmbio, mais a boa aerodinâmica do Argo e o acerto de suspensão afinado também, tem na mão um hatchback bastante gostoso de guiar e confortável para a família. E, claro, com um bonito estilo aventureiro, sem exageros visuais, inclusive do lado de dentro, onde predomina o acabamento escurecido e certo apelo esportivo.

Tem painel de instrumentos com conta-giros e velocímetro analógicos, e uma tela TFT de 3'5" no centro com várias informações do computador de bordo e opção de usar um velocímetro digital, o que ajuda bastante na condução. A oferta de conectividade é boa, traz tela multimídia de 7 polegadas e conexão com Apple Carplay e Android (mas com o uso de cabo). No quesito segurança, ainda só tem dois airbags, mas assistente de partida em rampa, controles eletrônicos de tração e estabilidade, por exemplo, são itens de série.

ARGO CVT - Matheus Simanovicius - Matheus Simanovicius
Imagem: Matheus Simanovicius

Quase o único hatchback aventureiro no mercado nacional, o Argo Trekking está bem posicionado abaixo do Pulse, na linha Fiat. A versão automática não é a mais acessível em preço, o valor passa dos R$ 96 mil, mas tem um conjunto geral interessante e, repito, bem resolvido para quem prefere um bom hatchback aventureiro.

Fiat Argo Trekking 1.3 flex CVT: R$ 96.990,00