Acessórios: veja itens que valorizam ou derrubam preço do carro na revenda
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Alguns equipamentos são cobiçados no mercado de usados, mas é bom evitar alterações que afetem muito a originalidade do veículo
Todo mundo já deve ter passado por uma situação parecida. Você está prestes a trocar de carro e, antes mesmo de fechar negócio, surge um vendedor para convencê-lo a instalar acessórios. Ele oferece itens que você pensava que já vinham no carro, como jogo de tapetes e protetor de cárter, mas também mostra outros que você só encontraria em categorias superiores. Tudo para deixá-lo ainda mais atraente -- pelo menos aos olhos de quem compra.
Nos últimos anos, percebo que as montadoras estão retirando itens importantes da lista de equipamentos de série para faturar um pouco mais no valor final da venda. Um caso recente e curioso é o do Toyota Yaris, que está sendo divulgado em ações de marketing com luzes diurnas nos para-choques, mas não oferece esse item de série em nenhuma versão. Decidiram vender este importante item de segurança ativa a parte.
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A variedade de opções é infinita e o céu é o limite para a criatividade dos fabricantes de acessórios. Mas será que todos são bem vistos no momento em que se deseja revender o carro? Anúncios na internet adoram ressaltar que o carro possui acessórios instalados, na tentativa de dar argumentos de que ele vale mais por isso. Porém, nem sempre o gosto e capricho pessoal influenciará positivamente no preço. Pelo contrário: em alguns casos pode até desvalorizar o carro e afastar possíveis compradores.
Listei alguns dos acessórios mais populares para que o leitor escolha com mais racionalidade se não quiser ter problemas na revenda do carro.
Bancos em Couro
Não faz muito sentido um país quente como o nosso gostar de estofamento em couro, mas é a opção que a maioria das pessoas querem hoje em dia, a ponto de algumas categorias nem oferecerem mais o tecido. Dito isso, sem dúvidas é um item que valoriza a revenda do carro -- mesmo que seja couro sintético e não tenha saído de fábrica.
Aerofólio e adereços aerodinâmicos
No início dos anos 2000, o filme “Velozes e Furiosos” popularizou o fenômeno do tuning no mundo. Carros foram feitos de cobaias e em muitos casos ficavam irreconhecíveis, tamanha a quantidade de acessórios instalados. Os itens mais comuns eram os aerodinâmicos, incluindo spoilers, saias laterais e aerofólios. Se o resultado for discreto ou oferecido de fábrica em versões mais completas, a presença destes itens não afeta o valor do veículo e podem até ajudar na revenda de um carro de entrada. Porém, caso fuja do padrão de originalidade do carro, estes acessórios podem dificultar a revenda. Mesmo que não interfira no valor final, certamente vai afastar uma maioria que busca originalidade.
Sensor de estacionamento
São ótimos quando saem de fábrica, mas nem tanto quando instalados depois. É comum avaliar carros cujos sensores não são originais e não funcionam adequadamente. Mesmo assim, trata-se de um item que certamente valoriza a revenda. Só não é bem visto quando a instalação não é realizada corretamente, a ponto de interferir na estética do carro.
Rodas de liga leve
O mercado de rodas de liga leve já foi bem mais aquecido. Hoje percebo que a maioria dos carros permanece com o conjunto de rodas que saiu da fábrica. Aos que optam por colocar rodas de liga leve, certamente estará valorizando o carro se optar por modelos que sejam os mesmos encontrados em versões superiores. Por exemplo, substituir as calotas de um Fiat Argo de entrada por rodas das versões mais caras, vai deixá-lo mais atraente na revenda. Porém, o mesmo não acontece quando as rodas escolhidas não são modelos originais do carro. Quando se opta por colocar rodas com medidas e desenho fora do padrão de fábrica, apenas uma pequena parcela de compradores vai se interessar por ele.
Alterações mecânicas
Uma parcela pequena de entusiastas não se contenta com a originalidade mecânica de seus carros e sempre procura melhorar a performance deles. Porém, isso é malvisto na hora da revenda. O comprador comum tem receio que as alterações mecânicas possam prejudicar a vida útil do carro e prefere levar para casa um que tenha os padrões de fábrica. Dependendo do grau investido, o carro pode até ficar mais caro, mas terá dificuldade de encontrar o comprador que valorize isso.
Calhas de chuva
Item estético de gosto duvidoso, a calha de chuva me parece completamente inútil diante da popularização do ar-condicionado. Porém, ainda é comum ver carros novos com este item, mostrando que muita gente ainda aprecia o uso ou a estética deles. Acredito que a maioria dos compradores de carros usados preferem comprar carros que não o tenham. Não vai desvalorizar a ponto de diminuir o preço final do carro, mas certamente vai atingir um número menor de interessados.
Borrachões nos para-choques e laterais
Os borrachões podem ser discretos quando instalados nas laterais de forma discreta, e não interferem no valor final do carro tampouco afasta compradores. Tudo muda quando são instalados nos para-choques, quebrando a harmonia visual do carro e podendo afastar futuros compradores. Pior do que isso, só quando são mal instalados e ficam tortos ou sem simetria.
Sistema de som
A maioria dos carros atuais sai com sistema de som de fábrica. Nesses casos, o mínimo que se espera é um aparelho que tenha entradas auxiliares e conexão Bluetooth para parear o telefone celular. As desejadas centrais multimídias nem sempre estão disponíveis de fábrica, portanto quando instaladas valorizam o carro na hora da revenda. Entretanto, quando as alterações vão muito além disso, nem sempre são bem vistas pela maioria dos compradores. Um sistema de som pesado, com instalação de vários equipamentos que podem até sobrecarregar o sistema elétrico do carro, certamente afasta compradores.
Faróis de xenônio
A princípio não é permitido alterar a iluminação original de um carro, mas na prática é comum encontrar modelos que passam por isso. No caso dos faróis de xenônio, eu dispenso a compra de um carro quando vejo que isso foi instalado pelo dono anterior. Alterações desse tipo podem dar muita dor de cabeça, seja com fiscalização ou problemas elétricos, além de poder atrapalhar outros motoristas com uma luz bem mais forte do que a prevista pelo fabricante. É claro que isso não se aplica aos modelos que saem com esse equipamento de fábrica, pois nesses casos eles foram projetados para isso.
Engate
Trata-se de um item polêmico, mas que felizmente é cada vez mais raro nas ruas. Seu uso é indispensável para quem tem algo para rebocar, como uma carretinha ou até mesmo um suporte de bicicleta. Mas na prática muitos optam por instalar engates para ter a falsa sensação de proteção. Em muitos casos, a instalação desse equipamento requer furos na parte estrutural do carro, o que pode gerar problemas futuros se a instalação não for realizada corretamente. Nem na hora da revenda o engate ajuda a valorizar o veículo, já que muita gente prefere carros sem engate.
Teto solar
O teto solar é um dos acessórios que mais valorizam o carro na revenda, principalmente quando é um opcional -- isso quando não é o único opcional, como acontecia com o Nissan Sentra SL em 2015. Como a tabela FIPE desse carro exibe apenas um valor, as unidades com teto solar serão mais valorizadas. Entretanto, isso só vale quando é um equipamento de fábrica. Se for um acessório instalado fora das especificações originais, o interesse pelo carro diminui bastante, pois o comprador fica com receio da qualidade dessa instalação, que pode gerar problemas futuros com infiltração, corrosão ou elétrica.
Blindagem
Aqui vale dizer que a blindagem vai muito além de um acessório, já que muda de forma irreversível toda a estrutura e dinâmica do carro. É cada vez mais procurada por pessoas preocupadas com segurança. Parece óbvio que o carro será valorizado, mas nem sempre será assim. Nos primeiros anos de vida, a blindagem acrescenta muito no valor do carro, a ponto de nem podermos comparar com modelos sem blindagem. O cenário, porém, pode mudar no decorrer da vida do veículo. Basta acessar alguns sites de compra e venda de automóveis para ver blindados com mais de 10 anos de uso anunciados a preços muito abaixo do mercado.
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