A história do primeiro Fiat 1.0 do Brasil. E não foi o Fiat Uno!
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Resumo da notícia
- 509A Torpedo de 1927 talvez seja o Fiat mais antigo do Brasil
- Modelo sequer foi licenciado nesses mais de 90 anos de vida
- 509A Torpedo foi restaurado por Ricardo Oppi
Apaixonados por carros, geralmente tem um carinho especial por uma marca ou modelo que teve numa fase da vida. Pelo menos é assim comigo, e nesse campo eu sempre deixei bem claro que a Fiat tem um lugar reservado no meu coração.
Acontece que entre 1988 e 2008, sempre teve pelo menos um Fiat na garagem de casa. São 20 anos com a marca italiana, ou seja, mais da metade da minha vida. Hoje não tenho nenhum, e vira e mexe pego no pé das tosquices que colocam no nosso mercado. Onde eu mais torço o nariz, é na insistência com no câmbio automatizado de uma embreagem, algo que para mim não faz nenhum sentido.
Ainda assim, até na hora de criticar eu sou mais manso. Sabe aquele lance de apelo emocional, que citei em uma das minhas colunas? Pois é, sou assim com a Fiat. Por vezes me vejo defendendo a marca de uma maneira irracional.
E foi com esse carinho extra que tenho pela marca, que fiquei muito feliz com o convite para conhecer aquele que talvez seja o Fiat mais antigo do Brasil, um modelo 509A Torpedo do ano de 1927, com uma história incrível por trás dele.
Para começar, ele é o primeiro Fiat com motor 1.0 do Brasil e do mundo. Pois é, meu amigo, se você achava que esse título aqui no Brasil era do saudoso Uno Mille, errou.
As semelhanças com o Mille acabam no motor, pois a história do 509A nada tem a ver com a Fiat que conhecemos, essa que se instalou em Betim nos anos 70. Antes disso, quem quisesse ter um Fiat, tinha que pedir direto para a matriz, na Itália.
Foi o que fez o Sr José Fernandes de França, um fazendeiro que encomendou um Fiat grande e robusto em 1927. Por um erro na entrega, o que chegou em suas mãos foi esse 509A Torpedo, um automóvel pequeno e com motor de baixa potência. A partir daí, começa a história de brigas entre o Sr José e a Fiat, que jamais se resolveu. O carro certo nunca foi entregue, os anos foram se passando e o 509A foi deixado de lado. Passou por outros donos, mas sequer foi licenciado nesses mais de 90 anos de vida. No painel, inacreditáveis 2752 km indicam que esse carro saiu poucas vezes da garagem.
A deliciosa história desse carro é contada em detalhes pelo Ricardo Oppi, importante restaurador de carros brasileiro. Foi ele que descobriu e resgatou o pequeno Fiat, que estava praticamente desmontado. Com muita dedicação, ele e sua equipe refizeram o carro quase que do zero.
No vídeo abaixo, além do registro histórico, ele mostra o ritual para poder ligar o motor e fala um pouco das curiosidades mecânicas de um carro pré-guerra.
Não tem como ficar indiferente com essa preciosidade. É bem provável que esse Fiat seja um dos únicos no mundo nessas condições.
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