Câmbio automático: os melhores carros e quais são verdadeiras roubadas
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Se no tempo dos meus pais e dos meus avós, era motivo de gozação ter um carro com câmbio automático, hoje é incontestável a preferência por essa comodidade. Verdade seja dita, os carros mais antigos com esse câmbio não eram lá grandes coisas. Os manuais eram bem mais prazerosos de se guiar, além de conseguir médias de consumo consideravelmente melhores que seus irmãos automáticos. Fora o custo de manutenção mais elevado, que sempre assombrou aqueles com recursos financeiros limitados.
Eles eram confortáveis, e nada mais. Atendiam uma pequena parcela de motoristas mais experientes, já com bons anos de habilitação e cansados de dirigir, e também aqueles com algum tipo de deficiência ou limitação física, onde somente um carro sem pedal de embreagem pudesse atender.
Hoje, os carros com câmbio manual continuam prazerosos, mas os automáticos se aproximaram tanto nesse quesito que até fabricantes de carros esportivos estão mudando de opinião. Sobre consumo de combustíveis, as diferenças são tão irrelevantes que ninguém mais se preocupa com isso. Para resumir: câmbio automático é o preferido dos dias de hoje e boa parte não abre mais mão desse conforto.
Dito isso, que tal conhecer um pouco mais sobre os câmbios disponíveis no mercado? Saiba você, meu caro amigo leitor, que alguns são grandes ciladas que precisam ser evitadas. Outros podem ser comprados de olhos fechados de tão bons que são. Confira abaixo, neste primeiro capítulo, a análise sobre as quatro montadoras mais tradicionais do mercado brasileiro. A avaliação completa, com as demais marcas, você confere no vídeo acima.
Volkswagen
Câmbio de 6 marchas: A maioria dos atuais VW usam câmbios automáticos de 6 marchas. Os primeiros foram os modelos 2008 de Golf e Bora. De tão bom, esse câmbio venceu as limitações do ultrapassado motor 2.0 de 8 válvulas, e melhorou bastante a dirigibilidade e consumo desses carros. O Jetta usou esse câmbio nos motores 2.5, 2.0 aspirado e 1.4 turbo. A Tiguan sempre usou na geração passada, em ambos motores.
Já o Golf, deixou de usar nos modelos mais novos, importados da Alemanha em 2014 e México em 2015, mas voltou no nacional de 2016, sempre com exceção no GTi. Os atuais Gol, Voyage, Polo, Virtus e T-Cross, também usam esse câmbio. Não é visto em oficinas para reparo, sendo que minha única recomendação é a manutenção preventiva de troca de óleo.
Câmbio DSG: Esse é um câmbio moderno, do tipo automatizado de dupla embreagem. Tem como vantagem a rapidez nas trocas de marchas e maior eficiência por não ter conversor de torque como os automáticos tradicionais. São basicamente dois modelos, um de 6 marchas e o outro de 7 marchas, sendo o primeiro banhado a óleo.
O de 6 marchas está presente nos modelos com motor 2.0 TSI, como Jetta, Golf, Passat e Fusca. Também está na nova Tiguan 1.4. Já os de 7 marchas, são mais comuns nos modelos com motor 1.4, mas também no 2.0 da Tiguan, porém banhado a óleo como nos de 6 marchas. Ambos são ótimos câmbios, com alta robustez mecânica e bem prazerosos de se guiar.
Mas tem histórico de problema de software, que pode ser evitado com a troca de óleo de forma preventiva. O de 6 marchas tem reputação melhor que o de 7 marchas que, por não ser banhado a óleo, é mais ruidoso.
Chevrolet
Câmbio de 6 marchas: Assim como na VW, boa parte dos modelos atuais usam câmbio automático de 6 marchas. Está presente no Onix e Prisma com motor 1.4, Cobalt e Spin com motor 1.8, Cruze e Tracker com motor 1.4 turbo, S10 e Trailblazer em todos os motores. É um bom câmbio, porém apresenta problemas precoces. A recomendação que faço, com base na opinião de profissionais que trabalham com isso, é que a troca de óleo seja feita a cada 30 mil quilômetros. É um intervalo bem conservador, mas que vai poupar seu câmbio de possíveis problemas.
Câmbio de 9 e 10 marchas: Presente em Equinox e Camaro, respectivamente, são os câmbios mais modernos da GM. Com tanta marcha, ainda bem que são automáticos. Restrito nesses carros caros e de baixas vendas, não tem histórico de problemas relevantes.
Ford
Powershift: Assim como os DSG da VW, são câmbios automatizados de dupla embreagem, porém com reputação manchada no mercado mundial, por conta de muitos relatos de trepidação e falha nos modelos equipados com esse câmbio. O pior de toda essa história é a recente notícia, publicada pelo Detroit Free Press e divulgada no UOL Carros, de que a Ford sabia desses problemas antes de colocar o câmbio na linha de produção. Equipou Fiesta, Focus e EcoSport, sendo que os dois primeiros saíram de linha e a Eco abandonou esse câmbio nos últimos modelos. Eu não recomendo a compra do mesmo e sempre deixo isso claro para os meus clientes.
Câmbio de 6 marchas: Presente nos luxuosos Fusion e Edge. Da mesma família dos carros da GM, segue a mesma dica que dei acima. Câmbio bom, mas desde que a troca de óleo seja feita de maneira preventiva, a cada 30 mil quilômetros.
Fiat
Câmbio de 6 marchas: A Fiat pouco usou câmbio automático em seus carros aqui no Brasil. O primeiro foi no famoso Marea, com o mesmo câmbio de 4 marchas usado em alguns Chevrolets daquela época. Desde então, passou longos anos investindo nos automatizados mono-embreagem. Somente a Freemont (um Dodge se passando por Fiat) e o pequeno 500, ambos carros de baixas vendas, tiveram câmbios automáticos de 6 marchas.
No caso da Freemont, modelos 2012 e 2013 tinham apenas 4 marchas, e não recomendo por deixar o carro muito gastão. Nos últimos anos, a Fiat voltou a equipar seus carros com câmbio automático. Atualmente, Argo, Cronos e Toro usam o ótimo câmbio de 6 marchas, mas somente nas versões com o já defasado motor 1.8 flex. Fora da Fiat, mas dentro do "telhado" do Grupo FCA, o Jeep Renegade e Compass também usam esse câmbio.
Câmbio de 9 marchas: Usado nos modelos com motor diesel do Grupo FCA, está presente na Toro, Renegade e Compass. Na Toro, também está presente no ótimo motor 2.4 flex. Excelente câmbio, de origem alemã, não apresenta histórico de problemas.
Outras montadoras
O segundo capítulo da série sobre câmbios automáticos será publicado na próxima semana, trazendo as análises de marcas japonesas e francesas, além da Hyundai. Se não quiser esperar até lá, não deixe de assistir ao vídeo acima com um bate-papo com o Breno Borges, dono de uma oficina especializada em câmbios automáticos. Lá falamos a avaliação de quase todas as montadoras e ainda voltamos um pouco no tempo, conversando sobre câmbios mais antigos usados por todos esses fabricantes.
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