Veja quais carros já podem receber placa preta em 2020
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Resumo da notícia
- Indústria automotiva viveu bons momentos nos anos 90
- Carros como Kadett Turim e Santana EX já podem ganhar placa preta
- Monza EF 500, Apollo e Elba também despontam como futuros clássicos
"Não tem pra ninguém, a Globo 90 é nota 100", foi embalado nesse jingle que entravamos na década de 90, há exatos 30 anos. Eu estava com 7 anos, e consigo me lembrar de muitas coisas dessa época, mas principalmente assuntos relacionados ao mundo automotivo.
Minha memória está tão relacionada com os carros, que sempre que penso em algo do passado, automaticamente faço uma ligação com os carros que meus pais tinham naquele momento. Por sorte, mantenho uma sobrevivente coleção de revistas de carros, as quais eu ainda tenho costume de folhear, de vez em quando. Isso fortalece ainda mais essa relação que eu tenho com os carros do passado.
E o ano de 1990 foi muito importante para mim. Na verdade, não só para mim, mas para todos brasileiros que são apaixonados por carros. Foi nesse ano que "reabrimos as portas" para os carros importados. No Salão do Automóvel daquele ano, que meu pai me levou pela primeira vez e eu fui apresentado à inúmeros carros importados, sendo a famosa Ferrari F40 o principal destaque do evento. Algumas cenas não saem da minha memória.
Eu decidi voltar esses 30 anos no tempo, por ser exatamente a idade mínima que consideram para um carro ser antigo. Mais do que isso, o troféu de um legítimo antigo é a desejada "placa preta", nome popular para a placa de colecionador. É certo que, com as novas placas Mercosul, a placa de colecionador deve perder um pouco do glamour, pois não são mais pretas. Apenas a coloração das letras é mais clara, algo não tão simples de distinguir num primeiro olhar, diferentemente da clássica placa preta, facilmente identificada como sendo de um carro antigo. Felizmente, alguns estados ainda não aderiram a placa Mercosul, e seus donos poderão desfrutar do gostinho de ter a placa preta em seus carros.
Aqui vão alguns carros que foram lançados em 1990, e somente agora poderão receber a placa de colecionador. Vale dizer que esse não é o único critério. De uma maneira bem resumida, o carro precisa respeitar um alto percentual de originalidade, além de estar em boas condições.
Vamos a eles:
Fiat Elba 4 portas
Eu não poderia deixar de começar com a Fiat, pois nessa época eles reinaram nas garagens dos meus pais e de familiares. Para 1990, uma importante mudança nos motores dos modelos mais caros de Uno, Prêmio e Elba. O girador motor Sevel passou de 1,5 para 1,6 litro e ganhou em suavidade e desempenho. Destaque para a Elba CSL 1990, que passou a ser oferecida com 4 portas. A linha Fiat 90 deve ser valorizada nos próximos anos por colecionadores, pois foi o último ano da clássica "frente alta".
Chevrolet Ipanema
Entre em uma concessionária Chevrolet e tente comprar uma perua. Não vai conseguir, mas em 1990 era possível escolher entre duas, a veterana Caravan e a novíssima Ipanema. Esse carro com nome de praia era baseado no Kadett, lançado um ano antes. Nos testes da época, destacaram a visibilidade traseira da Ipanema, bem superior à do Kadett. A estabilidade também foi elogiada, graças as 50 kg extras no eixo traseiro, que deixou a distribuição de pesos mais equilibrada.
Hoje em dia, é difícil ver uma Ipanema em bom estado. Por ter sido um carro espaçoso com manutenção simples, foi usado sem dó por grande parte de seus donos nesses 30 anos. Mas quem tiver uma do primeiro ano na garagem, se programe para colocar a placa de colecionador e poder desfilar nos encontros de carros antigos.
Chevrolet Monza EF500
Outro importante lançamento da GM, foi o Monza com injeção eletrônica. Tão importante que foi o primeiro Chevrolet nacional com tal recurso, que abandonava o obsoleto carburador. Esse Monza já é um item de colecionador, mas tem tudo para ser ainda mais valorizado agora, que completa os 30 de vida. Ajuda o fato desse ano ter sido o último com o desenho antigo, e dessa versão ser muito rara. O nome EF500, foi uma homenagem ao piloto Emerson Fittipaldi, vencedor das 500 milhas de Indianapolis de 1989.
Chevrolet Kadett Turim
1990 foi ano de Copa do Mundo, e a Chevrolet homenageou o evento com a versão Turim do Kadett. O nome é de uma cidade italiana, país que sediou a Copa daquele ano. Raro de se ver naquela época, hoje em dia é quase impossível topar com um desses nas ruas. Levando em conta que toda a parte inferior da carroceria era preta, deve ficar interessante com as placas pretas.
Ford Verona
Outro grande lançamento de 1990, talvez o mais importante, foi o Ford Verona. Sem me apegar aos números de vendas, e resgatando apenas minha memória, lembro de como os Veronas invadiram as ruas brasileiras no início da década de 90. O pequeno sedã, com jeitão de cupê, tinha linhas bem agradáveis.
Em sua versão mais completa, a GLX, poderia vir com mimos como teto solar e ar condicionado, além do famoso motor AP 1.8 da VW, fruto do começo do curto casamento entre as duas marcas. Quem deve estar se preparando para colocar a placa de colecionador, é o Professor Celso Peixoto, que recentemente ficou conhecido por ter rodado mais de 1 milhão de quilômetros com o seu Verona.
VW Apollo
Por muitos anos, o VW Apollo foi considerado um mico pelos brasileiros. Além de durar poucos anos no mercado, era apenas um Ford Verona travestido de VW. Trinta anos depois, a história é outra, e certamente agora ele é visto com carinho por colecionadores. Recentemente, entrei em um GLS de um colecionador e foi como entrar numa máquina do tempo. Não me lembro o ano dele, mas se for da primeira safra, já está apto a receber a placa de colecionador.
VW Santana Executivo
Coube ao VW Gol ter sido o primeiro nacional com injeção eletrônica, em 1988. Já o Santana, carro de categoria superior, precisou esperar alguns anos, no modelo 90. Assim como o Monza EF500, foi o último ano com o desenho antigo, o que o torna bem raro. A VW caprichou na versão EX, sigla que não me lembro de ter sido usada novamente pela marca alemã. Além da injeção eletrônica, um vistoso aerofólio e lanternas fumês completavam o visual, que poderia vir com curiosas rodas douradas, de gosto duvidoso.
Importados
Como eu disse no início, 1990 foi o ano dos carros importados. Todos esses exemplos citados foram importantes para o Brasil, até porque eram os que representavam quase 100% das vendas totais. Mas a importância desses importados em 1990 é inegável. Eles mais pareciam naves espaciais, com tanta eletrônica e mecânicas complexas. Isso foi definitivo para a melhoria na qualidade dos futuros nacionais.
Entretanto, não estávamos preparados para dar a devida manutenção à esses carros, que foram abandonados ao longo desses 30 anos. Encontrar um importado 1990 que esteja apto a receber a placa de colecionador é algo improvável. Espero estar errado...
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