'Pechincha' que sai cara: carros baratos que custam fortunas em manutenção
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É tentador abrir os classificados e se deparar com carros usados maravilhosos, que às vezes custam muito menos que quando eles eram novos.
Eu mesmo, apaixonado por carros completos, confortáveis e com bons motores, sempre recomendo que as pessoas olhem com mais atenção o mercado de usados, que sempre tem opções interessantes pelo mesmo preço de um zero quilometro.
O lance do mercado de usados é que esse tipo de pensamento não tem limites. Com R$ 35 mil é possível comprar um BMW de 30 anos ou um Honda de 10. Só é preciso entender o bolso e a necessidade para saber qual é a melhor opção para cada um.
Mas o que ninguém gosta é de assumir os custos de manutenções de um carro usado. E isso tem se tornado um pesadelo nos últimos anos, pois até os carros de entrada estão ficando cada vez mais complexos.
Por conta das restrições com os poluentes, os fabricantes estão sendo obrigados a investir em tecnologias que tornem os carros mais eficientes. Isso é bem interessante quando o carro é novo e está nas mãos dos primeiros donos, que sentirão no bolso a economia de combustível que esses motores modernos propiciam.
Porém, quando esses carrões ficam mais acessíveis, tendem a cair nas mãos de motoristas com bolsos mais limitados, que vão chorar quando toda essa tecnologia exigir manutenção.
E isso vai acontecer, rodando ou não com o carro. Temos combustíveis de péssima qualidade que contribuem muito para o desgaste prematuro de peças caras.
Listarei alguns carros tentadores no mercado de usados, mas que você deve fugir se não quer correr o risco de se endividar com seu mecânico
Linha TSi da Volkswagen
Com menos de R$ 50 mil é possível levar um potente Volkswagen Jetta Highline entre 2011 e 2012 para casa. É um baita carro, com 200 cv de potência, muito espaço interno e farta lista de equipamentos de segurança e conforto. Já avaliei vários deles, de todos os anos possíveis, e sempre fiquei encantado com sua dirigibilidade.
No fim das contas o carro nem é gastão, consome tanto quanto qualquer outro sedã médio, mas com força de sobra para arrancar sorrisos nas acelerações e retomadas.
O problema é quando a manutenção deixa de ser apenas a troca dos óleos e dos filtros. Toda sua complexidade mecânica custa caro. Isso se estende para todos os outros VW com motores TSi. O pequeno up!, o luxuoso Passat, o descolado Fusca, a espaçosa Tiguan... todos ainda darão rombos financeiros a seus proprietários.
Linha THP da Peugeot e Citroën
Também já tive contato com muitos Peugeot e Citroën com motor THP. É um motor fantástico, pequeno, elástico e econômico. Além disso, está sempre coberto por uma bela carroceria, daquelas que só os franceses conseguem fazer. Por muitas vezes, indiquei esses carros como boas compras, principalmente pelo excelente custo/benefício.
Com menos de R$ 40 mil é possível comprar o hatch 308 com esse motor. Vem junto o pacote completo de conforto e segurança, além do vistoso teto solar panorâmico.
Bom demais, né? Porém, os anos foram passando e as constantes reclamações dos donos desses franceses foram aumentando consideravelmente. O custo de reparo de algumas peças é desanimador e faz com que muitos de seus donos queiram se desfazer do carro em pouco tempo de uso.
Linha TJet da Fiat
Os finados motores TJet da italiana Fiat também sofreram dos mesmos problemas, com a diferença de que não duraram por muito tempo no mercado. É fácil e barato comprar um Bravo, Punto ou Linea com esse motor.
O Linea, por exemplo, custa uns R$ 25 mil, uma pechincha. Difícil é manter conforme manda o fabricante. E olha que são deliciosos de serem guiados, principalmente pelo fato de só terem saído com câmbio manual.
Carros importados populares
Hoje é difícil distinguir o que é nacional e o que é importado, já que até marcas de luxo com Land Rover, Mercedes-Benz e BMW fabricam alguns de seus modelos aqui. Mas, de maneira geral, ainda são marcas com status de importadas. Esse título vem de longe, quando os carros importados eram incomparavelmente mais caros e tecnológicos que os nacionais.
Quem compra carros dessas e outras marcas de luxo tem noção que são mais caros de manter. Mas, na real, temos até carros de entrada, ou populares, que são fabricados lá fora e vendidos aqui. O problema é que muitas peças de reposição, sejam mecânicas ou de acabamento, também são importadas, o que encarece muito a manutenção desses carros.
O Kia Picanto é um bom exemplo. Tem várias opções por menos de R$ 20 mil, mas que sofrem com custo de manutenção. O Nissan Sentra, que não é tão popular em termos de categoria, mas é bem mais acessível quando comparado com seus concorrentes, também sofre por ter muitas peças importadas.
Carros com câmbios automatizados
Quando a solução não é das melhores, não dura no mercado. Essa é a percepção que tenho dos câmbios automatizados, principalmente os que tem apenas uma embreagem. Chegaram no nosso mercado com a pretensão de serem tão confortáveis quanto os verdadeiros automáticos, mas custando mais barato e economizando mais combustível.
A realidade é bem outra. São desconfortáveis com seus eternos trancos, e onerosos quando exigem manutenção. Fujam de Fiat Dualogic, Chevrolet Easytronic, VW Imotion e Renault EasyR no mercado de usados, que custam o mesmo ou às vezes até mais do que suas versões com câmbio manual.
Os automatizados de dupla embreagem são melhores, mais rápidos e suaves, mas também caros na hora da manutenção. Uma Volvo XC60 com esse tipo de câmbio pode custar menos de R$ 50 mil, mas cobra 20% na troca dessas embreagens.
A VW tem mais de um tipo para os modelos de dupla embreagens, e o mercado renega os que não são banhados a óleo. A Ford sofreu no mundo inteiro com os problemáticos PowerShifts. Para quem não quer sofrer com manutenção de câmbio sem pedal de embreagem, opte pelos bons e velhos automáticos com conversor de torque, seja com marchas ou do tipo CVT.
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