Concessionária x oficina: qual é o melhor lugar para fazer revisão do carro
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Antes mesmo de você terminar a leitura, já dou o spoiler: não existe uma única resposta para isso. Considero satisfatório quando avalio um carro usado com as manutenções em dia, não importando onde elas foram feitas.
Se foram em uma concessionária autorizada pelo fabricante, em uma oficina particular ou até mesmo no quintal de casa com as próprias mãos, demonstra que o dono do carro teve a preocupação em manter o carro e o coloca como diferenciado em relação aos outros. Claro que é preciso checar se tudo foi realmente feito, e corretamente.
Minha intenção aqui é registrar minha opinião, já que é comum as pessoas me perguntarem onde eu levo meus carros quando preciso revisá-los.
Esse é um dos critérios que mais me preocupo nas avaliações. O cronograma de manutenção de um carro foi desenvolvido pelos engenheiros do fabricante e deve ser seguido pelos donos do veículo. Mas é impressionante como boa parte das pessoas negligenciam essas manutenções. Fico extremamente feliz quando me deparo com pessoas organizadas, que apresentam notas fiscais de tudo que foi feito ao longo do tempo de vida do carro.
Dependendo da idade do carro, fica até mais fácil tolerar outros detalhes comuns em carros usados quando é apresentado comprovantes de tudo que foi feito.
As manutenções podem ser feitas basicamente em dois locais diferentes: rede de concessionárias da própria marca ou oficinas mecânicas particulares.
Qualquer que seja o local escolhido, o importante é que seja feito um bom trabalho, sempre seguindo especificações do fabricante.
Desde o meu primeiro carro, outros cinco passaram pelas minhas mãos. Todos eles foram comprados usados e nunca optei por fazer as revisões em concessionária. Felizmente conheço profissionais competentes que jamais me deixaram na mão.
Nem por isso eu posso afirmar que minha escolha é a correta. Se o dono do carro que estou avaliando apresentar comprovantes de manutenções em concessionária, estarei satisfeito.
Ou seja, independentemente da minha opção pessoal, o que importa mesmo é seguir o cronograma que está no manual do carro e realizar as manutenções corretamente. A escolha do local fica a critério de cada um. Para te ajudar a decidir, vou listar alguns pontos favoráveis e desfavoráveis de cada uma dessas opções.
As revisões em concessionária são feitas por profissionais qualificados que respeitam os padrões do fabricante. Teoricamente, estão equipados com ferramental que atenda as especificações do carro, além de utilizarem peças de reposição homologadas pelo fabricante.
Quando o carro ainda está dentro do período de garantia do fabricante, uma das condições para permanecer com essa cobertura é que as manutenções sejam feitas em concessionária. Os carimbos dessas revisões no manual certamente serão valorizados numa futura revenda do carro.
Entretanto, é reconhecidamente mais caro revisar o carro em uma concessionária. Mesmo as primeiras revisões, que geralmente se limitam em trocas de óleos do motor e dos filtros, são bem mais caras por conta do elevado custo de mão de obra. Esse é o motivo principal que me afasta das concessionárias.
Piora quando tentam vender produtos ou serviços que são dispensáveis. Em muitos carros que avalio, vejo notas fiscais com itens que não fazem parte do cronograma de manutenção do carro.
Tenho muitos exemplos para citar. Os mais recentes foram de um Peugeot que teve velas trocadas com apenas 10 mil km e de um Mitsubishi que teve o líquido do sistema de arrefecimento substituído em todas as quatro primeiras revisões.
Esses itens foram pagos, portanto descarto a hipótese de problemas que foram solucionados pela garantia. Qualquer um que tenha conhecimento de carros sabe que essas pessoas foram enganadas, pois os itens citados suportam quilometragens bem maiores do que essas.
Gostaria de afirmar que, para a maioria das pessoas que tem pouco ou nenhum conhecimento sobre carros, a concessionária é o local mais seguro. Mas sei que, na prática, elas são presas fáceis para profissionais mal-intencionados.
São vários os casos de peças cobradas que não foram substituídas. Nos exemplos acima, fica difícil saber se as velas do Peugeot foram trocadas e se o líquido de arrefecimento do Mitsubishi foi de fato substituído.
Já em uma oficina mecânica particular a maior dificuldade está na escolha dela. Existe grande chance de cair nas mãos de profissionais desonestos, pouco qualificados e que estão interessados somente no lucro e não na solução do problema.
Para isso, é preciso pedir indicações para familiares ou amigos. É pouco provável que ninguém conheça um bom mecânico para recomendar os serviços. Se mesmo assim não conseguir, recomendo procurar em grupos de internet de donos de carros iguais ao seu. Tenho certeza que vai conseguir uma boa indicação de oficina que te atenda.
Uma vez escolhido a oficina, são grandes as chances dos mesmos serviços ficarem mais baratos quando comparado com uma concessionária. Também existe uma flexibilidade no horário e na política de atendimento que dificilmente conseguirá numa concessionária.
Não é só a mão de obra que costuma ser mais barata. Algo que barateia bem o custo final da manutenção é o fato de o mecânico particular poder escolher, junto com o dono do carro, a procedência da peça que será trocada. Enquanto na concessionária é obrigatório o uso de peças originais, homologadas pelo fabricante do carro, a oficina particular pode optar por marcas paralelas, com preços bem mais baixos.
Sei que muitas peças paralelas são ruins, mas um bom mecânico sabe recomendar marcas boas, que conseguem substituir as originais com a mesma competência.
Caso a oficina escolhida não seja das melhores, é provável que seu carro receba peças de reposição de qualidade duvidosa, além do risco de o profissional nem ser habilitado para realizar o serviço, seja por falta de conhecimento ou de ferramental própria para algum serviço específico.
Seguindo com as desvantagens de optar por um mecânico particular, o serviço feito por ele não será aceito pelo fabricante em situações de uso da garantia do veículo. Minimizo isso quando noto que esses casos são pequenos diante do número de venda de carros.
Para concluir, a minha escolha está diretamente ligada ao fato que nunca tive experiências ruins com meus carros. A escolha de bons profissionais, que são honestos e justos, é fundamental. Mesmo que eu compre um carro com pouco tempo de uso e que possivelmente esteja no período de garantia do fabricante, não aceitaria pagar bem mais caro por um serviço que sei que meu mecânico também pode fazer.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.