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Existe Corolla ruim? 5 modelos do sedã que não valem a pena ter na garagem

Colunista do UOL

21/05/2020 04h00

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Existe algum Toyota Corolla que seja ruim? Reconhecido em todo o mundo como um dos melhores carros de todos os tempos, é difícil criticá-lo. São várias gerações de sucesso, sendo seis no Brasil nas últimas três décadas. Mesmo quem não tem mais de R$ 100 mil para levar um zero-quilômetro para casa pode sonhar com um ótimo usado.

E são muitos os que sonham em tê-lo na garagem. É impressionante a quantidade de pessoas que o idolatram e, ao mesmo tempo, renegam qualquer um de seus concorrentes.

Mas, refletindo sobre a questão inicial, me desafiei a procurar modelos ou versões de Corolla que não valem a pena ter na garagem. Não são carros necessariamente ruins, mas que devem ser evitados.

Antes disso, vale a pena citar os pontos que fazem do Corolla um carro tão desejado, até mesmo por aqueles que insistem em chamá-lo de "Vovôrolla", em alusão ao fato desse sedã parecer destinado a públicos mais velhos. Isso é uma tremenda bobagem, mas vale a brincadeira.

Enfim, o DNA do Corolla está na sua simplicidade e robustez mecânica. O comprador do Corolla nunca espera o maior espaço interno ou lista de equipamentos, o motor mais potente ou o design mais moderno. Ele aceita que seja apenas bom em todos esses pontos, desde que continue ótimo na mecânica, poupando muitos reais de seus donos em manutenções indesejadas e não programadas.

Isso se reflete em sua excelente liquidez no mercado de usados e, consequentemente, na baixa desvalorização. Para muitos, esses pontos são fundamentais na escolha de um carro. Feitos os elogios, agora vamos aos Corollas que devem ser evitados.

Transmissão automática entre 2009 e 2012 nos motores 1.8

Corolla 2009 - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Imagem: Murilo Góes/UOL

Não são raros os exemplos de carros queimados no mercado por conta de problemas recorrentes com a transmissão automática. Talvez o caso mais famoso seja o da caixa AL4 que equipou alguns modelos de Peugeot, Citroën e Renault.

Mas, quando falamos de Toyota Corolla automático, poucos ousam falar mal das transmissões usadas por ele ao longo de sua trajetória. Arrisco dizer que esses poucos insatisfeitos foram donos de modelos automáticos entre 2009 e 2012, com motor 1.8.

Segundo meu parceiro Breno, dono de uma oficina que faz manutenção em câmbios automáticos, esses modelos de Corollas são os únicos que frequentam sua oficina por conta de quebras no câmbio.

Sem ABS

Corolla XLi - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Desde o ano de 2014, todos os carros fabricados no Brasil foram obrigados a ter freios com sistema ABS, que evitam o travamento da roda em freadas bruscas ou em pisos com pouca aderência. Essa segurança ativa é das mais importantes nos carros modernos. Quem já precisou da atuação desse sistema sabe que ele pode ter sido o responsável por evitar um acidente.

No caso do Corolla e tantos outros modelos dessa categoria, o ABS é algo comum há um bom tempo. Basta dizer que, desde a primeira geração vendida no Brasil, no começo dos anos 90, ele já estava lá, pelo menos como opcional.

Porém, levou um bom tempo para que fosse um equipamento de série, em todas as versões. Mais precisamente o exato ano de 2014, quando passou a ser obrigatório. Antes disso, a versão XLi fabricada em 2013, mas já com modelo 2014, não contava com esse item de segurança.

Pois é, a Toyota estava com o regulamento debaixo do braço e fabricou Corolla sem ABS até os 45 minutos do segundo tempo. Essa, e outras versões de entrada nos anos anteriores, devem ser evitadas, já que a diferença de preço no mercado de usados para um que tenha ABS é irrisória.

Sem transmissão automática

Corolla manual - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Imagem: Murilo Góes/UOL

Hoje em dia já não é mais possível ter um Corolla zero-quilômetro com câmbio manual. O último foi o modelo 2018 da versão GLi. Bons e prazerosos de serem guiados, estão longe de serem ruins, mas pertencem a uma categoria que não aceita mais ter que pisar em um pedal de embreagem para trocar as marchas.

Do ponto de vista comercial, Corollas manuais devem ser evitados. Mas se você é um dos poucos brasileiros que não se preocupam com revenda, mas sim em ter aquilo que gosta, pode encarar um sem medo.

Sem controles de estabilidade e tração

Corolla 2017 - Leonardo Felix/UOL - Leonardo Felix/UOL
Imagem: Leonardo Felix/UOL

O Corolla sempre vendeu muito bem por conta da boa reputação que adquiriu no mercado. Mas a Toyota forçou a barra em alguns momentos, como insistir no câmbio automático de apenas quatro marchas até o modelo 2014 e negligenciar alguns importantes itens de segurança, como controles de estabilidade e tração, até o recente modelo 2017.

Pois é, enquanto concorrentes como Chevrolet Vectra e Ford Focus ofereceram controle de tração há mais de 20 anos, e tantos outros ao longo dos anos 2000, os japoneses da Toyota só foram incorporar esses itens no modelo 2018.

Mais uma vez não estou dizendo que um Corolla 2017 é ruim por não ter esses itens. Mas, sabendo da importância deles e que vários de seus concorrentes oferecessem isso, eu os enxergo como maus negócios.

Corolla 98

Corolla 1998 - Divulgação - Divulgação
Visual polêmico durou pouco no sedã
Imagem: Divulgação

Eu precisava de um quinto Corolla "ruim", já que uma lista de cinco fica mais interessante. Mas, em se tratando do campeão Corolla, tive que apelar para o design para fechar essa lista. É sim um apelo, já que design é um quesito subjetivo. O feio para mim pode ser bonito para você.

Mas me parece unânime a aversão ao polêmico modelo 1998, o último Corolla importado no Brasil. Com faróis redondos, tenho certeza que muitos nem sabem que é um Corolla.

Para ser bem franco, nem acho tão ruim. É apenas diferente, e eu adoro carros diferentes. Já escrevi uma coluna inteirinha sobre o esquisito e fantástico Fiat Múltipla, então não seria uma surpresa meu respeito e admiração pelo Corolla 98. Mas, por ser o menos Corolla dos Corollas, ele acabou entrando para a lista.