Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Dinossauros da garagem: 8 carros que estão na mesma geração há 10 anos
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Todo carro tem seu ciclo de vida, que não costuma ser maior que 10 anos na mesma geração. Mas claro que existem exceções, que passam desse tempo apenas com pequenas mudanças, sejam estéticas ou mecânicas.
Na coluna dessa semana, procurei por modelos que foram lançados há mais de 10 anos e que ainda estão entre nós com zero km na mesma geração. Alguns dos citados podem até sair de linha em breve, mas até o momento continuam presentes nos sites de seus respectivos fabricantes.
A ideia não é apenas listar esses "dinossauros" do nosso mercado, mas também comparar os preços antigos e atuais em relação ao poder de compra dos brasileiros.
Não é tão simples comparar preços de épocas diferentes, pois existem vários índices para corrigir esses preços. Aqui, optei por utilizar o salário mínimo como referência.
Mitsubishi ASX
O bom e velho ASX, lançado no fim de 2010 no nosso mercado, pouco mudou de lá para cá. Importado do Japão, custava R$ 87 mil na versão 4x2 com transmissão automática, equivalente a 171 salários mínimos daquela época. Desde 2013, passou a ser fabricado no Brasil, mas o impacto no preço final foi insignificante.
Hoje, o ASX GLS, versão equivalente a 4x2, que inclusive tem praticamente o mesmo pacote de equipamentos do lançamento, custa R$ 126 mil, ou cerca de 115 salários mínimos de hoje.
Não acho que esse carro seja uma compra racional no mercado de novos, pois é um preço muito alto por um carro defasado, que pouco oferece ao comprador. Até mesmo os airbags laterais e de cortina continuam fora nessa versão GLS.
Já no mercado de usados é boa opção, principalmente aqueles com mais de cinco anos, em que os preços são bem mais baixos.
Chevrolet Montana
A picape Montana já teve dias melhores, quando era baseada no Corsa de segunda geração. Em 2010, passou a se basear no Agile e dele herdou toda sua feiura. De lá para cá, o número de vendas só caiu e ela passou a ser figurante na categoria, dominada pela Fiat Strada.
No lançamento, a versão LS partia de R$ 32 mil, chegando nos R$ 40 mil com todos os opcionais - equivalente a 78 salários mínimos da época. Hoje, a mesma versão LS vem de série com os antigos opcionais e custa R$ 78.400, cerca de 71 salários mínimos de hoje.
Esse é mais um modelo que não é um bom negócio. A nova geração da campeã Strada foi recentemente lançada e parte de R$ 72 mil numa versão equivalente à Montana LS. Já no mercado de usado certamente pode ser uma boa opção, principalmente se estiver em bom estado, algo raro de acontecer em uma categoria em que os carros são usados sem dó por seus donos.
Fiat Doblò
O Fiat Doblò está na mesma geração desde o lançamento, em 2001. De lá para cá, pouca coisa mudou, para indignação de muitos. Na versão ELX com sete lugares, custava R$ 41.400 dez anos atrás, ou cerca de 230 salários mínimos. Hoje, a versão Essence, também com sete lugares e equivalente à antiga ELX, custa altos R$ 110 mil, que representam 100 salários mínimos de hoje.
Na minha opinião, não vale a pena comprar um desses zero km, já que o Chevrolet Spin, com transmissão automática e os mesmos sete lugares, custa mais barato.
Já no mercado de usados, o Doblò sofre muito com o mau uso, já que praticamente todos foram da frota de alguma empresa. Encontrar um em bom estado é muito difícil.
Fiat Uno
Outro Fiat na lista, mas não tão antigo como o Doblò. A segunda geração do Uno está entre nós desde 2010 e, ao que tudo indica, não deve ter muito tempo de vida.
No lançamento, a versão Vivace 1.0 custava R$ 33 mil quando equipada com todos os opcionais, ou cerca de 65 salários mínimos da época. Hoje, a versão Attractive já vem de série com os principais opcionais do passado e custa R$ 54.400, ou cerca de 49 salários mínimos.
Assim como no caso do Doblò, a Fiat não tem mais interesse em vender Uno. Ele raramente é visto nas concessionárias e as vendas se limitam a frotistas. Por esse motivo, chegam no mercado de usados bem judiados, o que não faz deles boas opções.
Suzuki Jimny
O pequeno jipe da Suzuki ainda parece moderno, mas está entre nós desde o ano de 1998, quando era importado. O preço era de aproximadamente R$ 23 mil, ou cerca de 176 salários mínimos da época. Hoje, parte de R$ 101 mil, ou 92 salários mínimos.
É um carro de nicho, compra quem gosta ou precisa das suas aptidões no fora-de-estrada. Não tem concorrentes, portanto não cabe aqui dizer se vale ou não a compra. Seu preço sempre foi considerado muito alto.
Volkswagen Gol
O Gol não é o mesmo campeão de vendas do passado, mas ainda é muito querido pelos brasileiros. A atual geração é uma evolução daquela que ficou conhecida como a quinta, que para muitos não passa da terceira. Polêmicas à parte, basta olhar a lateral de um Gol 2008 para confirmar que ainda é o mesmo carro vendido hoje como zero-quilômetro.
No lançamento o preço do modelo de entrada, com motor 1.0 e todos opcionais, ficava em torno de R$ 35 mil, ou cerca de 84 salários mínimos da época. Hoje, o mesmo carro custa R$ 57 mil, ou 52 salários mínimos.
Um Gol é sempre bom negócio. Quem compra, sabe que não pode esperar muito em termos de conforto, mas tem em troca um carro de mecânica simples e barata. Tanto no mercado de novos como no de usados, continua firme e forte.
Volkswagen Fox
Mais antigo que o atual Gol, o Fox é daqueles carros esquecidos que estão prestes a sair de linha, mas que valem muito a pena. Em 2003, no seu lançamento, custava cerca de R$ 35 mil na versão Plus, com motor 1.6 e todos os opcionais, ou 146 salários mínimos da época. Hoje, custa R$ 58.200 com mesmo motor e equipamentos, que agora são de série. Isso representa aproximadamente 53 salários mínimos.
A diferença com o passado é significativa e é uma pechincha quando comparado com o Gol. Vale muito a pena considerar um Fox como carro novo ou mercado de usados, onde não faltam opções para todos os bolsos. Só não recomendo os equipados com câmbio i-motion.
Citroën Aircross
O último da lista é de longe o melhor custo benefício quando comparado com a época do seu lançamento. O Citroën Aircross chegou em 2010, mas somente no ano seguinte passou a ser equipado com transmissão automática, por R$ 65 mil na versão Exclusive - ou cerca de 119 salários mínimos da época.
Hoje, o Aircross é vendido em versão única por R$ 73.600 reais, ou 66 salários mínimos. A diferença é bem significativa. Fora a transmissão, que no lançamento tinha quatro marchas e hoje tem seis.
Ou seja, o atual Aircross é uma pechincha no mercado de novos e é uma opção a ser considerada na categoria. Entre os usados, recomendo a partir de 2018, que foi quando ganhou o câmbio com mais marchas.
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