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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Sentra de 200 mil km e outros Nissan usados: valem a pena ou são furadas?

Nissan Sentra e outros usados da Nissan que já saíram de linha são boa opção? Veja o que diz o Caçador de Carros - Divulgação
Nissan Sentra e outros usados da Nissan que já saíram de linha são boa opção? Veja o que diz o Caçador de Carros Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

20/05/2021 04h00Atualizada em 20/05/2021 14h07

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O caro leitor que acompanha meu trabalho sabe que gosto bastante dos carros da Nissan. Vejo neles modelos com excelente relação custo/benefício no mercado de usados, ou seja, são baratos diante do que oferecem.

Minha história com a marca começou em 2014, quando compramos um Tiida 2009 para minha mãe. Um ano depois, foi a vez do meu famoso Maxima 1995 e do Sentra 2008 entrarem na minha vida. Os três carros ainda estão conosco e não temos pretensões de vendê-los no curto prazo.

Sendo assim, tenho experiência como dono de Nissan para poder opinar com propriedade sobre os carros da marca. Isso também se reflete nas escolhas de muitos dos meus clientes, que por vezes são influenciados por mim e escolhem colocar um Nissan na garagem.

Mas também entendo o outro lado, daqueles que jamais considerariam ter um Nissan. A vantagem do preço mais baixo no mercado de usados não deixa de ser um reflexo do menor interesse por eles, já que a fama do alto custo de manutenção assusta potenciais compradores.

A meu ver, a marca faz pouco para tentar reverter esse quadro, se é que tem noção dessa percepção do mercado. Fato é que a Nissan não tem no Brasil o mesmo prestígio que suas rivais conterrâneas Honda e Toyota.

Sabendo disso, resolvi bater um papo com meu amigo Eric, que tem uma oficina mecânica especializada em Nissan, para entender melhor como tem sido manter um Nissan usado nos dias de hoje. Ele, que trabalhou por alguns anos em concessionárias Nissan antes de abrir a própria oficina, também é dono de um Tiida.

Nissan Sentra

Nissan Sentra 200 mil km caçador de carros - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

O meu Sentra 2008 da foto aí de cima, um guerreiro que ostenta 220 mil km rodados, nunca me deixou na mão, tampouco fez algum tipo de estrago no meu bolso.

Na opinião do Eric, isso acontece com quem sempre faz as manutenções preventivas, sem deixar acumular serviços.

Ele tem pegado muitos Sentra dessa geração, que vai até 2013, com problemas que inviabilizam o conserto. As peças de reposição são caras, por isso a avaliação preliminar à compra deve ser detalhada.

Eu compartilho da mesma opinião, pois percebo que está cada vez mais difícil encontrar bons Sentra no mercado de usados, por desleixo dos donos.

No caso da geração seguinte, existe um problema crônico no eletro-ventilador dos modelos entre 2014 e 2016. Felizmente, o Eric consegue reparar essas peças sem a necessidade da troca. De 2017 para cá, esse problema foi sanado pelo fabricante.

Para os que estão procurando um Sentra no mercado de usados, é imprescindível que tenha histórico de manutenção para minimizar o risco de ter que assumir grandes gastos com o carro.

Nissan Tiida

Nissan Tiida - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Assim como o Sentra, também é um carro muito robusto, que aguenta "desaforos". Mas já saiu de linha há um bom tempo, sendo 2013 o último ano/modelo.

Por conta disso, o interesse por ele tem sido cada vez menor. Mesmo assim, não faltam peças de reposição nas concessionárias ou de marcas paralelas. O Eric garante que donos de Tiida não sofrem com isso, tampouco com o custo dessas peças, que considera ser similar ou até mais barato que de outros carros da mesma categoria.

Nissan Livina e Grand Livina

Nissan Livina - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Fabricado no Brasil, o Livina é outro que já saiu de linha e foi oferecido com o mesmo motor 1.8 do Tiida, além do 1.6 16v da Renault.

Em ambos os casos, a manutenção é tranquila, sem nenhuma dificuldade para conseguir peças de reposição. No caso do motor 1.6, este requer atenção com a substituição da correia dentada, único caso dos modelos citados aqui, já que todos os demais utilizam corrente, que dispensa manutenção.

O mercado do Livina, pelo menos aqui em São Paulo, é bom. No caso do Grand Livina, é um dos carros mais baratos com sete lugares disponíveis no mercado de usados.

A dificuldade, como é de se imaginar, é de conseguir bons exemplares. Diferentemente do Sentra e do Tiida, o público que compra Livina não é tão preocupado em manter o carro e isso é perceptível com a disponibilidade do mercado.

Nissan March, Versa e Kicks

Nissan March - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Esses três carros utilizam o mesmo conjunto mecânico, com motor 1.6 e transmissão manual ou CVT.

Nos casos do March (foto acima) e do Versa também existe a opção do motor 1.0 de 3 cilindros, com transmissão manual.

São carros excelentes, sem nenhum problema crônico e com fama de serem bem robustos. O Eric fala que, na maior parte das vezes nas quais recebe um desses modelos, é para revisões básicas. Quando é preciso fazer algo diferente do cronograma, o custo não é alto.

Na opinião dele, são os três melhores carros da Nissan para se comprar no mercado de usados.

Nissan Altima

Nissan Altima - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Foi um pouco frustrante a conversa que tive com o Eric sobre o Altima, sedã médio-grande disponível apenas no modelo 2014.

Eu, que sempre desejei o carro, mudei um pouco de ideia. Segundo o Eric, não existe quase nada no mercado de peças paralelas para o Altima, sendo necessário recorrer às concessionárias.

Com isso, o custo de manutenção é alto e tende a subir ainda mais com o passar dos anos.

Por ser um carro bem vendido em outros mercados, é possível importar peças. Porém, na atual cotação do dólar, essa operação não é nada atrativa.

O carro continua sendo excelente, inclusive com alta aprovação de seus donos, mas não é qualquer um que está disposto a ter esse tipo de problema.

Por isso, só recomendo o Altima para quem tem ciência disso e concorda em assumir o risco.