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Carros para ostentar: 7 conversíveis para você comprar por até R$ 100 mil
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Sempre que assisto um filme, tenho o costume de observar os carros que aparecem nas cenas. Geralmente eles transmitem uma mensagem subliminar que ajuda a compreender o perfil dos personagens, como veículos de luxo para quem é financeiramente bem-sucedido, esportivos para quem é descolado ou carros usados e malcuidados para quem está em uma pior, apenas para ficar em alguns exemplos.
Chama minha atenção a quantidade de carros conversíveis, geralmente em filmes norte-americanos. Diferentemente do que acontece por aqui, esse tipo de carroceria é bem aceita por lá, provavelmente por se sentirem mais seguros.
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Já vi todo tipo de personagem ao volante de um conversível. Até mesmo Michael Scott, personagem da popular série The Office, usa um conversível como meio de transporte. Para quem não está familiarizado com a série, trata-se de um gerente de uma empresa de papéis - que, se fosse por aqui, provavelmente seria dono de um sedã médio.
Já no nosso país carros conversíveis são tão raros, mesmo sendo perfeitos para quem gostam de exclusividade ou chamar atenção, já que é impossível ser discreto em um carro sem capota.
Para seguir na linha do que aparece nas telinhas, posso dar o exemplo da personagem Tânia Malta, filha do bilionário Sinhozinho Malta na saudosa novela Roque Santeiro. Por ser uma mulher jovem, solteira e com muito dinheiro, o carro escolhido para ela foi Ford Escort XR3 conversível, que caiu como uma luva para a personagem.
O que nem todos sabem é que não precisa ser rico para ter um conversível na garagem. O mercado de carros usados está repleto de opções para todos os bolsos. Na coluna dessa semana, listei alguns bons conversíveis que custam menos de R$ 100 mil e que não são caros para manter.
Peugeot 206 CC
O pequeno Peugeot 206, lançado no Brasil no longínquo ano de 1999, teve opção de carroceria conversível entre os anos 2003 e 2008, sempre importado da França. O modelo conhecido como "CC", de "Coupé-Cabriolet", vinha com capota rígida e elétrica, além de pacote completo de equipamentos, composto por freios ABS, quatro airbags, revestimento em couro e ar condicionado automático.
Apesar de aceitar quatro passageiros, o banco traseiro é minúsculo, então melhor não contar com ele. Compartilha quase tudo com o hatch, que era nacional e vendeu aos montes, algo que facilita a reposição de peças mecânicas e de acabamento.
O motor escolhido foi o 1.6 16V, o mesmo que ainda equipa o atual 208, com a diferença de aceitar apenas gasolina. A transmissão, sempre manual de cinco marchas, elimina os inevitáveis problemas das caixas automáticas utilizadas pela Peugeot nessa época.
É uma excelente opção para quem quer entrar no mundo dos conversíveis gastando pouco. Na Tabela Fipe, o 2003 começa em R$ 41 mil e o 2008 em R$ 49 mil. Como o carro é idêntico entre esses anos, o estado de conservação é o que mais importa no momento da compra.
Peugeot 307/308 CC
Pouco maior que o 206 CC, o Peugeot 307 CC é mais razoável para quem precisa do banco traseiro. Ainda que continue sendo apertado (como qualquer conversível), pelo menos as crianças não reclamarão tanto.
Derivado da família 307 que conhecemos bem, o CC também compartilha peças mecânicas e de acabamento. Sua capota também é rígida e elétrica, e o pacote de equipamentos é completo, com destaque para os quatro airbags, controles de estabilidade e tração.
O motor 2.0 16V é o mesmo que equipou diversos modelos da Peugeot e Citroën, tendo fama de robusto e fácil de ser mantido. O mesmo não posso dizer da transmissão, a indesejada AL4, conhecida por ser problemática.
Não recomendo como único carro, mas sim para os que desejam ter como um segundo veículo, de uso esporádico, minimizando problemas com o câmbio. Importado entre os anos de 2004 e 2008, os preços variam entre R$ 40 mil e R$ 62 mil na Tabela Fipe, lembrando que o desenho da dianteira mudou a partir do modelo 2006.
Como a ideia é listar modelos de até R$ 100 mil, o 308 CC ficou fora, mas por muito pouco - portanto, vale a menção. Com a mesma proposta do 307 CC, mas baseado no mais moderno 308, ele veio entre 2013 e 2015, sempre com o poderoso motor THP de 165 cv e transmissão automática de seis marchas, conjunto bem melhor que o do 307 CC. A Tabela Fipe do 2013 começa em R$ 104 mil, ou seja, nada impossível de ser negociado abaixo dos R$ 100 mil.
Renault Megane CC
Mais um francês na lista, provando que os europeus também gostam de um bom conversível. A segunda geração do Megane foi fabricada no Brasil nas carrocerias hatch e sedã, mas entre 2007 e 2009, a Renault importou o belíssimo Megane conversível, já com o facelift que nunca tivemos nos modelos fabricados por aqui.
Com proposta semelhante à do 307 CC, tem o mesmo comprimento e praticamente o mesmo espaço interno do Peugeot, além da capota rígida e elétrica. Também compartilha a mesma transmissão AL4, portanto segue a recomendação que já foi dita.
O motor é o mesmo 2.0 16V que até o fim do ano passado ainda equipava o Renault Sandero RS, além de versões de Captur e Duster. Fácil de manter, pelo menos na parte mecânica, tem Tabela Fipe que começa em R$ 42 mil para o 2007 e chega em R$ 71 mil para o 2009.
Chrysler Stratus conversível
Com 4,75 metros de comprimento e 2,75 metros de entre-eixos, o Chrysler Stratus conversível é, sem dúvidas, o conversível que melhor comporta passageiros no banco traseiro, pelo menos considerando os citados nesta lista.
Importado entre os anos de 1996 e 1999, preserva o belo visual do sedã Stratus, com o charme da carroceria conversível que utiliza capota elétrica de lona.
O leitor pode imaginar que é caro de manter um Stratus, mas garanto que não é nada de outro mundo. Com farta oferta de peças no mercado norte-americano, tem de tudo nos sites do tipo ebay e muita coisa ainda está disponível em auto-peças e importadores.
O motorzão V6 de 2,5 litros é da família Cyclone (ou 6G7) da Mitsubishi, portanto compartilha algumas peças com Galant, Pajero e L200 com motores V6. Ele entrega ótimo desempenho, mesmo que a transmissão automática tenha apenas quatro marchas, algo comum na época. Bom mesmo é a suspensão, digna das mais confortáveis do mercado.
A Tabela Fipe fica entre R$ 26 mil e R$ 35 mil, mas esqueça esses valores. É o tipo de carro com ares de colecionável, e um com bom estado de conservação vai bem além desses valores. Nos classificados, tem alguns próximos dos R$ 70 mil.
Fiat 500 Cabrio
O charmoso Fiat 500, que atualmente é oferecido apenas em uma caríssima versão elétrica, já teve dias melhores no Brasil, quando era importado do México e vendeu relativamente bem, levando em consideração que sempre foi um modelo de nicho.
Além da carroceria fechada, foi disponibilizada uma com capota de lona, que preservava as laterais do modelo fechado. Era quase um grande teto solar, mas como se estendia até o fim da carroceria, a Fiat o classificou como um conversível. A vantagem dessa intervenção menor na carroceria fez com que o 500 Cabrio preservasse a mesma rigidez estrutural e espaço interno.
O mais simples e barato de se manter é o equipado com o motor 1.4 8v flex com transmissão manual de cinco marchas, mesmo conjunto de vários Fiats nacionais. Nessa configuração, a Tabela Fipe fica entre R$ 63 mil e R$ 66 mil para os modelos 2014 e 2015.
Esse mesmo motor pode ser equipado com a transmissão automatizada Dualogic, que eu não recomendo. Já a mais cobiçada é a versão com motor 1.4 16v e transmissão automática de seis marchas. A Tabela Fipe fica em R$ 58 mil para o modelo 2013 e vai até R$ 74 mil para o modelo 2015.
Ford Escort XR3 e Chevrolet Kadett GSI
Claro que não poderia deixar fora os nacionais conversíveis que fizeram sucesso nos anos 80 e 90. Nem tanto nas vendas, já que eram caríssimos, mas foram e são muito desejados. Por serem modelos antigos, a Tabela Fipe não deve ser considerada, inclusive são carros que tendem a valorizar ainda mais nos próximos anos. É cada vez mais comum encontrá-los na casa dos R$ 50 mil, R$ 60 mil ou até mais, dependendo do estado de conservação.
No caso do Escort, foram duas gerações, sendo a primeira equipada com o motor 1.6 CHT nos anos iniciais e depois com o 1.8 AP em sua reta final, sempre carburados. A segunda geração foi equipada com o motor 2.0 AP com injeção eletrônica. A transmissão é sempre a manual de cinco marchas, como em todos os Escorts vendidos no Brasil.
Já o Kadett, teve vida mais curta e apareceu somente nos anos 90, já com motor 2.0 com injeção eletrônica e transmissão manual de cinco marchas. O charme era o painel digital, que dava ares de modernidade ao modelo.
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