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Câmbio automático: 5 carros usados que podem trazer dores de cabeça
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Semana passada listei alguns carros com transmissões automáticas que devem ser evitados no mercado de usados, e agora apresento a segunda parte dessa série.
Muitos reclamaram da primeira lista por conter alguns carros consagrados, como modelos de Toyota Corolla e Honda Civic. Tenho certeza que alguns nem se atentaram ao que foi escrito, em que alertei os anos e versões específicas que apresentam maior histórico de problemas.
Quero deixar claro que nada que foi dito naquela ou em qualquer outra lista é uma verdade absoluta. Não tenho como afirmar a quantidade de problemas relatados, é algo impossível. Mas posso me basear em pesquisas de opiniões de proprietários, que felizmente aparecem aos montes na internet, e também em conversas com especialistas do ramo, profissionais que trabalham com transmissões automáticas, para chegar a algumas conclusões do que é recomendável e o que deve ser evitado.
Se profissionais como esses relatam grandes quantidades de reparos em um mesmo modelo, sempre com a mesma falha, pode ter certeza que é um problema crônico. Mas não significa que 100% desses câmbios apresentarão problemas. O modo como as pessoas dirigem e a escolha por fazer ou não manutenções preventivas certamente influenciam na vida útil de uma transmissão automática.
Fiz questão de colocar nessa lista um modelo que tenho na garagem, que por sinal gosto muito, mas que tem históricos de problemas - os quais espero nunca ter.
Audi Multitronic
Por muitos anos a Audi utilizou transmissão automática do tipo CVT em alguns de seus modelos. Ficou comercialmente conhecida como Multitronic e equipou os modelos A4, A5, A6 e A7. No nosso mercado de usados é mais comum encontrar essa transmissão no A4, entre 2001 e 2014.
Elogiada pela dirigibilidade e eficiência, a caixa Multitronic não foi exatamente um fracasso, inclusive foi pioneira na aplicação em motores com alta potência e torque. Porém, foram várias as reclamações de proprietários em todo o mundo, o que fez a Audi abandonar esse tipo de transmissão.
Boa parte dos problemas são atrelados ao módulo, algo muito caro de se arrumar. Por mais tentador que esses Audi CVT possam ser no mercado de usados, eu recomendo que evitem a compra.
Mercedes-Benz Classe B CVT
Os modelos da Mercedes-Benz são reconhecidos por terem excelentes transmissões automáticas, robustas e confiáveis. Mas tem um modelo na história da marca que é bem conhecido no mercado de usados por ser problemático.
Estou falando da caixa CVT presente no Classe B entre 2006 e 2011, quando eram equipados com os motores 1.7 e 2.0. Infelizmente existem muitos relatos de problemas na mecatrônica desse câmbio e o custo de reparo é altíssimo.
Nissan Sentra CVT
Olha o CVT de novo nessa lista, e dessa vez da marca que mais tem difundido esse tipo de câmbio por aqui - pelo menos desde 2007, quando apresentou a sexta geração do Sentra. Nesse caso, a transmissão pode apresentar problemas de superaquecimento e barulhos de rolamento.
Tenho um Sentra com mais de 200 mil km e nunca tive nenhum problema com o câmbio, provavelmente por ter feito as manutenções preventivas de substituição do óleo.
Por ser um sedã médio com ótima relação custo/benefício, a procura por ele é grande, mas é fundamental que o interessado faça um bom teste de rodagem antes de fechar negócio, pois o conserto é sempre muito caro. Vale ressaltar que essa mesma transmissão da Nissan está presente em Mitsubishi Lancer, ASX e Outlander, Renault Fluence e Jeep Compass da primeira geração.
BMW com caixa GM 6L45
Assim como acontece nos veículos da Mercedes-Benz, os da BMW também são reconhecidos por terem ótimas transmissões. Eu me lembro que, nos anos 90, enquanto a maioria dos carros automáticos tinha no máximo quatro marchas, essas duas marcas alemãs começaram a oferecer caixas de cinco marchas, em uma demonstração de estarem sempre à frente do seu tempo.
Mas também tem alguns históricos de problemas, e são justamente em um período em que a marca utilizou caixas da General Motors. Batizado de 6L45, esse câmbio de seis marchas equipou algumas versões de Série 1 e Série 3, além dos SUVs X1 e X3, e deve ser evitado devido aos recorrentes problemas de trancos nas trocas de marchas.
Automatizados com uma embreagem
Felizmente os carros equipados com transmissão automatizada com uma embreagem ficaram para o passado. Conhecidos como Imotion (VW), Dualogic (Fiat), Easytronic (GM) e Easy'R (Renault), equiparam modelos mais baratos dos grandes fabricantes brasileiros.
A proposta até que era boa. Por um custo menor que o de uma transmissão automática convencional, a automatizada também elimina o pedal da embreagem e faz as trocas de marchas eletronicamente, com a vantagem de deixar o carro mais eficiente por não ter conversor de torque. Mas na prática, o funcionamento não é nada suave e os trancos são constantes.
É verdade que o ajuste fino evoluiu bastante ao longo dos anos, mas ainda assim a dirigibilidade fica comprometida. Como se não bastasse esse inconveniente, não faltam relatos de problemas nos componentes eletro-hidráulicos, que costumam custar muito caro.
São tão malvistos no mercado de usados, que por vezes custam mais barato que o mesmo carro equipado com transmissão manual. Definitivamente não vale a pena considerar a compra de um automatizado com uma embreagem.
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