Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Não é só validade: como saber a hora certa de trocar os pneus do seu carro
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Meu primeiro emprego foi em uma dessas grandes redes de fast-food, aquela dos famosos arcos dourados. Aprendi bastante por lá, e uma das coisas que ainda carrego comigo é o costume de verificar data de validade de produtos alimentícios. Aqui em casa tiram até sarro de mim. Para minha esposa e minha filha, sou o chatão que fica caçando produtos vencidos nos armários e que sempre discute quando encontra algum, principalmente quando tem outro mais novo que já está sendo utilizado.
Esse vício por datas também aplico na minha atual profissão como Caçador de Carros. Sempre que possível, procuro pela data de fabricação das peças dos veículos usados que avalio. Não que queira saber o prazo de validade delas, algo que não existe como nos alimentos. Mas acho importante para atestar as peças que ainda são as mesmas do momento que o automóvel foi fabricado e as que por algum motivo já foram substituídas.
Por exemplo, é desejável que peças que não se desgastam, como faróis, lanternas e vidros, tenham o mesmo ano de fabricação do carro. Já as que sofrem por ação do tempo ou uso, como pneus e amortecedores, é perfeitamente compreensível quando são mais novas que o veículo.
Enfim, esse hábito do passado me ajuda ainda hoje e não deixa de ser um diferencial nas avaliações, já que posso ter opiniões subjetivas, me baseando em datas de peças e de manutenções que foram feitas.
Validade dos pneus
Agora, entrando no tema da coluna, o prazo de validade dos pneus de um carro é das coisas mais polêmicas nesse meio. Um número mágico de cinco anos é o mais difundido, mas dependendo do lado que a pessoas está, a opinião pode ser diferente para atender um interesse próprio daquele momento. Vale deixar claro que me refiro apenas ao desgaste por tempo, e não por uso.
Quem está vendendo um carro tende a ser mais tolerante com a idade dos pneus, já que não quer investir em um jogo novo ou ter que conceder algum desconto no preço da venda para o próximo dono. Para o vendedor, se os pneus aparentam estar em bom estado, a validade é maior que cinco anos.
Essa mesma pessoa, mas na condição de compradora, tende a ser menos tolerante com a idade dos pneus e vai exigir algum reparo por parte do vendedor caso os pneus estejam com idade próxima ou superior aos cinco anos.
O que os fabricantes dizem
Para "matar" a polêmica de uma vez por todas, nada como consultar os fabricantes dos pneus. Para a surpresa de alguns, não encontrei nenhum que afirme ser possível estipular uma data máxima de validade. Veja que seria vantajoso para eles, do ponto de vista comercial, que de fato existisse um prazo específico, para estimular a compra de pneus novos. Portanto, não tem nem como discutir um possível interesse comercial.
Mas existem algumas recomendações, e provavelmente são elas que causam as confusões. Consultei o site dos principais fabricantes e sugiro que o leitor faça o mesmo. Lá, eles convergem na recomendação de ter maior atenção com pneus que tenham mais de cinco anos de fabricação, mesmo que estejam bons visualmente.
Após esse período, pedem que os mesmos sejam analisados por um técnico, que vai verificar sinais de ressecamento da borracha, ou pedaços que estão se descolando. Convenhamos que é algo fácil de ser checado por qualquer pessoa. Ao chegar nos 10 anos de fabricação, mesmo ainda bons visualmente, a recomendação passa a ser de troca, pois a estrutura pode estar comprometida, mesmo que isso não possa ser comprovado.
Como saber a data de fabricação do pneu
Em pelo menos um dos lados externos da lateral do pneu, a data de produção é impressa pelo fabricante. É um grupo de quatro números, que aparecem logo após a inscrição "DOT". Os dois primeiros, indicam a semana de produção, de 00 até 52, número máximo de semanas de um ano. Os dois últimos indicam o ano de produção. Por exemplo, 4421, indica que o pneu foi fabricado na 44ª semana do ano 2021.
Como é na prática
A ideia de escrever sobre o tema tem a ver com a compra do meu atual carro, realizada no mês de março deste ano. Trata-se de um veículo fabricado em 2012, modelo 2013, que estava com cerca de 35 mil km no momento da compra, uma quilometragem baixa para a idade do carro.
Os pneus ainda eram os que saíram da fábrica com o carro, com DOT 5112, e por terem rodado pouco, ainda tinham quase 5 mm de profundidade nos sulcos, bem acima do limite de 1,6 mm exigidos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Sendo assim, pareciam bons, mas olhando com mais atenção estavam um pouco ressecados. Não teve jeito, precisei negociar com o antigo dono um desconto na compra do carro, já que o jogo de pneus do carro que comprei beiram os R$ 4 mil.
Assim que comprei o carro, ainda rodei cerca de 2 mil km com bastante cautela por ter ciência da qualidade duvidosa dos pneus ali presentes. No início deste mês, pouco antes de viajar com minha família, decidi de fato substituí-los por novos. Preservei os antigos comigo, que serão utilizados em treinamentos, mas deixo aqui algumas fotos para que o leitor veja como é um pneu com pouco tempo de uso, mas muito tempo de vida.
Podemos concluir que, de fato, a durabilidade máxima fica em torno dos 10 anos, como recomendado pelos fabricantes.
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