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Diesel usado ou flex 0 km: qual é o melhor Renegade 'barato' para comprar?
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Nesta semana tive a oportunidade de avaliar um Jeep Renegade 2016, que foi da mesma dona desde novo. Conversando com ela, me contou que comprou o carro na época do lançamento, ainda no ano de 2015, e comentou que estava vendendo apenas por ter cansado do carro, afinal são sete anos com ele.
Foi quando me liguei que o lançamento do Renegade já tem mais tempo do que eu imaginava. Podemos dizer que é um veterano dos SUVs compactos no nosso mercado. Não tanto como o "dinossauro" Ford EcoSport, mas ainda assim um modelo com uma trajetória de respeito, inclusive com robustos números de vendas.
Pouco mais de R$ 100 mil separam o mais barato do mais caro dos Renegades. Um modelo 2016 com câmbio manual está na faixa dos R$ 70 mil, enquanto o zero km mais caro passa dos R$ 170 mil. Também não faltam opções de cores, versões e opcionais, portanto, é quase impossível memorizar todas as combinações que o modelo teve ou ainda tem. Sendo assim, é de se imaginar que tem Renegade para todos os bolsos e gostos.
Na última grande reforma, que aconteceu no começo desse ano, a Jeep aposentou os motores disponíveis até então, o 1.8 flex e o 2.0 diesel. Ficou apenas o inédito 1.3 turbo flex para todas as versões, deixando órfãos os amantes do diesel. Com isso, ficou a pergunta no ar: vale mais a pena colocar na garagem um Renegade flex zero km, ou partir para um diesel usado?
Preços
Quem pensa em um Renegade zero km precisa de no mínimo R$ 137 mil para a versão Sport. Com esse valor no mercado de usados é possível considerar a compra de um Longitude diesel 2020, que tem Tabela Fipe de R$ 139 mil.
Já quem quer o mais completo dos Renegades novos, que vem equipado com tração 4x4 e câmbio de 9 marchas, precisa de quase R$ 178 mil, enquanto o mais caro dos Renegades diesel no mercado de usados, o Trailhawk 2021, tem Tabela Fipe de R$ 162 mil.
Consumo
O Renegade flex ficou marcado pela fama de beberrão, imagem que o atual 1.3 turbo flex tenta mudar no mercado. Os dados oficiais são animadores: com álcool fica entre 7,7 e 9,1 km/l, e com gasolina fica entre 11 e 12,8 km/l, respectivamente na cidade e na estrada. No caso do motor diesel, o consumo fica entre 10,1 e 12,5 km/l, praticamente um empate técnico com o flex abastecido com gasolina.
Porém, é preciso considerar que o litro do diesel está bem mais caro que o da gasolina, portanto o custo por quilômetro rodado será maior em um Renegade diesel quando comparado com um flex zero km.
Manutenção e seguro
Motores a diesel são reconhecidos por sua robustez mecânica e a capacidade de rodar por centenas de milhares de quilômetros com manutenções básicas, porém a um custo bem mais alto quando envolve troca de peças.
No caso do atual motor turbo flex, que é recheado de tecnologia e complexidade, ainda é cedo para dizer, mas é possível que o custo no longo prazo seja alto. O primeiro dono, que geralmente revisa em concessionária para ter direito a garantia de fábrica, não deve sofrer muito. Mas depois desse período, não vou me assustar com donos desesperados pelo alto custo da manutenção, situação que acontece com todos turbos no mercado de usados.
Como aqui o comparativo é entre um flex novo e um diesel usado, não restam dúvidas que a balança é mais favorável para o flex novo, inclusive na cotação do seguro, que é sempre desfavorável para carros movidos a diesel.
Desempenho
O motor diesel tem muito mais torque, são 35,7 kgfm contra 27,5 kgfm para o flex, ambos em 1750 rpm. Porém, o diesel "morre" cedo e atinge potência máxima de 170 cv em 3750 rpm, enquanto a atual flex vai além e atinge entre 180 e 185 cv em 5750 rpm.
Isso se reflete nos dados de desempenho, onde o flex se sai melhor. Na aceleração de 0 a 100 km/h, o flex é mais de um segundo mais rápido, e também vence na velocidade máxima por 20 km/h.
Para quem é melhor o diesel
Se você chegou até aqui, viu que a disputa ficou bem desfavorável para o diesel. Mais caro para manter, para abastecer, e com desempenho inferior, está claro que é melhor considerar a compra de um Renegade flex novo. Mas é claro que um diesel usado também tem seu público. No caso, enxergo três tipos.
O primeiro é aquele que não tem os R$ 137 mil pedidos pelo zero km e é obrigado a considerar modelos usados. A partir de R$ 100 mil, já dá para considerar um diesel 2016, que de quebra ainda entrega a tração 4x4 e o câmbio de 9 marchas, em um conjunto muito superior ao do antigo Renegade flex, que perde feio em desempenho e consumo.
Já o segundo público é justamente o que precisa do uso da tração 4x4 e não tem como pagar os quase R$ 180 mil pelo flex. Por cerca de R$ 30 mil a menos, um Moab diesel 2021 consegue entregar essa necessidade.
Quanto ao terceiro público, é aquele com necessidade de tracionar algo como uma carretinha, tarefa que motor diesel consegue fazer com "os pés nas costas".
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