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Como acertar em cheio no preço para seu carro vender como pão quente

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Colunista do UOL

09/03/2023 04h00

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Antes de um carro ser lançado, o fabricante estuda o mercado e seus custos para colocar um preço que faça algum sentido e as vendas aconteçam. Mas, no geral, os valores sugeridos sempre ficam bem próximos aos dos concorrentes.

Já no mercado de usados são inúmeras as variáveis para que alguém possa precificar um carro em um valor "correto". Devido a essas variáveis, percebo a dificuldade de muitos em conseguir chegar nesse preço, principalmente quando a pessoa não trabalha com veículos, tendo apenas o próprio como referência.

Para esses, seu carro é sempre o melhor, mais completo e mais bem cuidado, mesmo que não seja nada disso. O que vejo bastante nos classificados são anúncios com preços tão fora da realidade que mais parecem estarem lá para "enfeitar" o portal de vendas, já que comprador que é bom, não deve aparecer.

Na coluna dessa semana, vou ajudar a precificar seu carro no preço certo, aquele que vai terminar com um justo aperto de mãos entre vendedor e comprador.

Tabela Fipe

Uma das principais referências do mercado de carros usados é a Tabela Fipe. A consulta é rápida, disponível no UOL Carros, bastando apenas escolher o carro e seu ano modelo. Os valores sugeridos são cálculos de uma média de preços coletados no mercado. Sendo assim, é aceitável que o preço de venda final possa oscilar para cima ou para baixo, dependendo de outras variáveis que ainda vou comentar. Nas minhas pesquisas, é o primeiro ponto de partida.

Tabela KBB

A tabela KBB é mais recente no mercado, portanto menos conhecida, mas tem ganhado muitos adeptos por considerar variáveis importantes que a Fipe deixa de fora.

Na sua consulta, feita em site próprio, é possível inserir opcionais, quilometragem e três níveis de estado de conservação. Com essas informações, a faixa de preço sugerida fica mais personalizado para cada situação, que no fim ainda apresenta variações para quem é revendedor, particular ou para troca.

Essa complexidade na consulta inibe o uso correto da Tabela KBB, mas ajuda bastante em muitos casos. Eu utilizo como segundo ponto de partida, para saber se o preço de venda tem potencial para ficar acima ou abaixo da Fipe.

Tabela Webmotors

Sendo um dos principais classificados do Brasil, a Webmotors tem mais de 350 mil carros anunciados nesse exato momento. É difícil pensar em um modelo de carro que esteja lá sozinho, sendo comum ter vários outros iguais anunciados.

Com isso, é apresentado o preço médio de todos esses anúncios que estão lá, e o resultado é sempre bem próximo da realidade do valor final. Utilizo como terceiro ponto de partida, para ajudar a validar as outras pesquisas que fiz acima. É comum alguns modelos bons de mercado, serem vendidos acima da Fipe, e a média da Webmotors mostra isso de uma maneira mais prática.

O que deve ser considerado

Em primeiro lugar, o que mais chama atenção de um carro usado é quanto ele rodou. Não é a minha principal preocupação, mas é assim que o mercado enxerga e não tenho poder para mudar isso.

Na prática, o mercado enxerga que o brasileiro roda, em média, entre 10 mil e 15 mil quilômetros por ano. Carros com médias inferiores a isso tendem a custar mais, assim como carros que rodam mais do que isso tendem a valer menos.

O segundo ponto observado numa precificação é o pacote de opcionais. Modelos com pacotes fechados de equipamentos ficam livres dessa variável, enquanto outros sofrem bastante. Por exemplo, quando o teto solar é opcional, a Tabela Fipe do modelo é sempre a mesma, independentemente de o carro ter ou não esse item. Mas, na prática, é aceito considerar um preço final um pouco maior devido a esse opcional. Procure saber como eram os pacotes opcionais do seu carro em consultas simples pela internet.

Na sequência, a procedência aparece como um ponto de preocupação, já que ninguém quer pagar preço de mercado em um carro que tenha histórico rejeitado, como passagem por leilão, por exemplo. Sendo esse o caso, aceite pedir um valor generosamente mais baixo para que possa atrair compradores que enxergam isso como uma oportunidade de negócio.

O estado de conservação geral é algo subjetivo, mas considere que o carro precisa estar em boas condições de uso, com as manutenções em dia, e sem nada que precise ser feito em um curto prazo. Mas não vale olhar para o carro como um filho, que mesmo com problemas, os pais tendem a enxergar como o melhor filho do mundo. Na dúvida, peça para um terceiro, sem envolvimento comercial com o carro, dizer o que acha do estado de conservação do seu carro.

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