Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
De 'Bart motorista' a engate: 8 costumes errados dos motoristas brasileiros
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Na semana passada me deparei com algo curioso no trânsito. Estava parado no semáforo, em dia bem chuvoso, quando olhei para o lado e vi o Bart Simpson dirigindo uma Kombi. Para minha felicidade, não estava tendo alucinações, já que tudo não passava de um grande adesivo na janela do motorista.
Esse tipo de adesivo não é novo, já vi em outros veículos, mas nunca desse tamanho. Quase metade da área da janela, ficou oculta com o adesivo, e não tem como dizer que isso não atrapalha a visibilidade do motorista.
Pode até ser divertido decorar o carro dessa forma, mas é preciso ter bom senso. Não é uma questão de gosto pessoal, já que a falta de visibilidade por parte do motorista pode ocasionar um acidente.
Essa situação me fez pensar em outras atitudes de alguns motoristas. Levantei tantas que resolvi, além do 'Bart Motorista', listar outras sete nesta coluna.
Dirigir com o banco reclinado
Tem motorista que acha bacana deixar o encosto do banco bem inclinado, com o mínimo de apoio para as costas. Em vez de apenas apoiar as mãos no volante, é obrigado a se segurar nele para poder manter-se ereto.
Os praticantes dirão que essa posição não prejudica em nada e que estão acostumados. É uma grande balela. A não ser que você seja um piloto de monoposto, que fica praticamente deitado no cockpit para poder baixar ao máximo o centro de gravidade do carro, levante esse banco e dirija na posição correta para a sua segurança e a dos outros.
Limitadores no cinto de segurança
O cinto de segurança é um dos equipamentos mais importantes em um carro. Projetado para manter os corpos dos ocupantes presos ao veículo em uma colisão ou até mesmo em uma freada mais brusca, não deve nunca ser deixado de lado, tamanha a sua importância.
Alguns "espertões" se sentem incomodados com ele e, na busca por conforto, limitam o movimento do cinto com pregadores, para que fique mais solto. E onde fica a segurança? Em uma colisão, a ação do cinto não será a mesma e poderá ser a diferença entre sobreviver ou não ao acidente.
Engate sem ter nada para carregar
Felizmente isso tem diminuído bastante, mas já foi bem popular. Se o motorista tem algo para ser rebocado, seja um simples suporte de bicicleta ou um grande trailer, não tenho o que questionar. Mas sabemos que a maioria instala por "segurança".
Segurança entre aspas mesmo, pois canso de explicar que aquilo não ajuda em uma colisão traseira. Muito pelo contrário, já que o impacto vai se concentrar no engate, que fará um estrago considerável em todo o painel traseiro, pois não foi projetado para estar ali.
Pode até proteger de leves encostadas em manobras, mas convenhamos que o mesmo motorista que não quer que o carro de trás encoste no seu se sente à vontade em encostar no de trás para poder entrar ou sair de uma vaga.
Rebaixar o carro
Para quem busca o máximo de performance e gosta de envenenar o motor do carro, não pode deixar de lado a adequação de freios e suspensão. Eu admiro e respeito os profissionais sérios que dominam essa área, mesmo sendo adepto do máximo de originalidade. Acontece que alguns destroem toda a dinâmica do carro a favor apenas do estilo, sem compromisso nenhum com a segurança.
Quem nunca se deparou com um carro "largado", se arrastando pelas ruas? Não tem a mínima condição de passar por uma valeta ou lombada sem raspar o assoalho, além de prejudicar o fluxo do trânsito.
Se fosse só isso, tudo bem. Mas sabemos que um carro assim não tem condição nenhuma de pegar uma estrada com segurança. A não ser que rode na mesma e vagarosa velocidade que está acostumado a rodar no ciclo urbano.
Faróis auxiliares sem necessidade
Aqui falta conhecimento do uso correto da iluminação do carro. É comum vermos motoristas dirigindo seus veículos à noite apenas com as luzes de posição ligadas e os auxiliares acesos, sejam eles de neblina ou de longa distância. Não quero levantar polêmica sobre isso, pois basta ler as regras do Código de Trânsito Brasileiro para ver que estão errados e apenas os faróis baixos devem ser utilizados nessas condições.
As luzes de posição não iluminam nada, assim como os faróis auxiliares - que ofuscam quem vem no sentido contrário e só servem sob condições que o próprio nome já diz. Quem faz o papel de iluminar a via de forma correta são os faróis baixos, que tem fachos assimétricos para não ofuscar quem vem no sentido contrário.
Tangenciar as esquinas de ruas com mão dupla
Todos os dias passo por situações no trânsito que sinto a presença de meu pai falando no meu ouvido. Foi ele quem me ensinou a dirigir e deixou dicas valiosas. Uma delas é a maneira de dobrar esquinas à esquerda em ruas de mão dupla.
Muitos motoristas fazem essa manobra tangenciando a curva, como se estivessem em autódromo, na certeza de que não tem nenhum carro vindo naquele sentido. Contam com a sorte como numa roleta russa.
Passar nos cruzamentos como se fosse o dono da rua
Tem gente que tem sorte de estar viva. Foram várias as vezes que presenciei alguém atravessando um cruzamento sem nem sequer tirar o pé do acelerador, tampouco olhar para os lados antes de seguir.
Olho para a pessoa e imagino quantas vezes ela fez isso na vida e como é possível que nunca tenha acontecido nada. Só pode ser sorte. Imagino que a sensação é a mesma de participar do infame jogo da roleta russa.
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