Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Nada de carro na troca: como se dar bem ao negociar na concessionária

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Na semana passada presenciei uma situação que chamou minha atenção. Um cliente solicitou a avaliação de um carro usado, modelo 2019, e assim foi feito. O veículo estava em uma revenda de carros usados, mas infelizmente não teve a compra recomendada após a avaliação.
O carro nem era tão ruim, mas o preço negociado estava muito acima da média de mercado e só faria sentido se o veículo fosse espetacular, sem absolutamente nenhum ponto negativo - o que não foi o caso.
O cliente, claro, ficou frustrado, pois estava na expectativa de que fosse um bom negócio. Como não deu certo, pediu ajuda para procurar um próximo exemplar, e foi depois disso que passei a entender as condições que ele tinha para a compra.
Parte do pagamento seria com o carro dele, um modelo bem mais antigo, e o restante teria que ser financiado. Mostrou para mim o pré-contrato que tinha feito com a loja e levei um susto quando vi as condições, muito desfavoráveis para ele.
Por conta desse caso, decidi listar na coluna dessa semana, algumas dicas para não cair numa cilada de um mau negócio feito com alguma loja ou concessionária de carros.
Carro na troca
Não vale a pena oferecer carro na troca, você sempre sairá perdendo. Nessa transação, é comum que desvalorizem muito o seu veículo. Pode até ser que ofereçam um bom valor por ele, mas pode ter certeza que, quando isso acontece, é porque o carro que está querendo comprar está bem acima do valor de mercado. Ou seja, não importa se basear apenas nos valores de mercado, pois mais importante que isso é enxergar o valor da diferença, essa sim que deve ser negociada.
O melhor a se fazer é tentar vender o carro no particular, onde é provável que consiga uma proposta melhor por ele. Para aqueles que vendem no particular para não ficar sem carro, recomendo alugar um carro no intervalo da venda até a compra do próximo. Tenho certeza que sairá mais barato do que o valor que perderia colocando o carro na troca.
Pergunte antes
Eu sei que nem todos sabem negociar bem, ainda mais quando está sentado numa mesa com um vendedor. Ele é treinado para ter várias táticas, mas nem por isso você precisa acreditar em tudo e seguir o que ele está propondo.
Uma dica simples, é não abrir o jogo do valor que quer pagar pelo carro. Antes disso, é importante perguntar para o vendedor, o valor mínimo que ele consegue chegar. Só depois disso, é que a proposta pode ser feita. Nas minhas negociações, com frequência eu me deparo com um valor mínimo menor do que aquele que eu estava disposto a pagar.
Financiamento
Lojas e concessionárias têm parcerias com financeiras e são comissionadas pelas transações que conseguem fazer. No fim, é claro que isso é repassado para o cliente, que acaba aceitando uma taxa de juros maior sem saber.
Nunca aceite financiar direto com quem está vendendo. Verifique com seu banco, pois são grandes as chances de conseguir algo melhor. É possível que não consiga, dependendo da situação, a condição da loja ou da concessionária, mas pelo menos a consulta foi feita.
Contrato de garantia
É comum que lojas e concessionárias venham com termos de garantia de 90 dias somente para motor e câmbio. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, a garantia é do carro por inteiro, portanto não aceite essa condição.
Até podemos discutir se é justo para vendedores de carros usados terem que se responsabilizar por tudo. Mas vale o que está na lei, e se o comprador decidiu comprar um carro de revendedor justamente para se beneficiar disso, não faz sentido abrir mão desse direito.
Documentação
Depois que o negócio é fechado, é comum o vendedor tentar obrigar o comprador a fazer os trâmites da documentação com eles, mas isso é prática ilegal de venda casada.
É sempre mais barato pagar as taxas por conta própria e ninguém pode te impedir de fazer isso. Porém, entendo que dependendo do valor cobrado por esse serviço, pode ser cômodo aceitar pagar por ele. Só não dá para aceitar pagar por valores que passam dos quatro dígitos, ainda mais quando tentam te obrigar a isso.
Serviços extras
No fim de tudo, o vendedor vai tentar te vender serviços extras, como polimento, vitrificação de pintura, higienização, entre outros. Avalie bem se vale a pena, pois nas minhas experiências, esses serviços feitos por lojas e concessionárias, geralmente são caros e mal executados.
Para quem tem intenção de fazer essas e outras melhorias no carro, recomendo que negocie esse serviço no desconto, e depois faça por conta própria, em profissionais da sua escolha. A conta pode até ficar mais alta, mas pelo menos o objetivo será alcançado.
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