Pneus reformados: quando vale a pena e como evitar grandes roubadas
Quem tem carro sabe como é custoso para mantê-lo. Seguro, IPVA, combustível, estacionamento e mais uma série de outras variáveis fazem com que um veículo consuma boa parte do orçamento mensal de qualquer brasileiro.
As coisas pioram quando passamos por momentos de dificuldade financeira e o carro exige alguma manutenção que não estava planejada. Nessas horas, é comum que alguns decidam passar o veículo para frente, já que não tem mais condições de manter devidamente.
Uma das manutenções mais caras é a troca dos pneus. Como se não bastasse o alto custo de um único pneu, tudo é multiplicado por quatro se o objetivo for trocar todos. Montagem, balanceamento e alinhamento são os serviços que também entram na conta - e ainda tem que torcer para não surgir alguma surpresinha durante esses processos, como uma peça de suspensão desgastada.
Alternativa mais barata para quem não tem como escapar disso é optar por pneus reformados. O leitor pode até não gostar, mas é uma realidade comum de se ver no mercado de usados, principalmente em carros com baixos valores de mercado.
São pelo menos quatro tipos de reforma:
Recapagem: apenas a banda de rodagem é substituída. Comum em veículos pesados, como ônibus e caminhões, em que os pneus são projetados desde o início para receberem recapagens ao longo da sua vida.
Recauchutagem: além da banda de rodagem, também é substituído seus ombros, que é a parte externa entre a banda de rodagem e seu flanco.
Remoldagem: banda de rodagem, ombros e flancos são substituídos, sendo esse o processo mais comum de se ver nos veículos de passeio.
Ressulcagem: sulcos de um pneu desgastado são apenas riscados. Mas atenção: enquanto os três primeiros processos citados são regulamentados e aceitos pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a ressulcagem é ilegal e não atende absolutamente nenhum critério de segurança.
Dito isso, vamos focar apenas nas três reformas regulamentadas e ver se vale a pena considerar esse tipo de pneu.
Não gosto de pneus reformados e sempre recomendo a troca por compostos 100% novos. Por melhor que seja o processo da reforma, não é possível que o consumidor possa identificar a carcaça de origem do pneu, portanto é certo que carcaças de pneus diferentes vão equipar o mesmo carro, podendo comprometer o comportamento dinâmico.
Também é provável que a carcaça tenha passado por avarias ao longo da sua vida, algo que nem sempre é observado em uma inspeção visual e será mascarado no processo da reforma.
Porém, mesmo ciente de tudo isso, entendo que pneus reformados podem ser as únicas alternativas para algumas necessidades. Confesso que já precisei de pneus reformados quando tive meu primeiro carro. Em uma das trocas, fui convencido a colocar remoldados da marca BS Colway, que nem existe mais. Naquele momento da minha vida, a grana curta fez com que esses pneus fossem a solução para substituir os antigos desgastados.
Não demorou para que notasse as diferenças ao volante. Os pneus eram mais ruidosos e trepidavam em altas velocidades. Com o tempo de uso, percebi que o desgaste da banda de rodagem era bem mais rápido e algumas bolhas apareceram. Não lembro bem o quanto rodei com ele, mas acho que foi algo entre 20 mil e 30 mil km. Depois disso, na primeira oportunidade, voltei a usar pneus novos de alguma dessas marcas consagradas no mercado. Foi como se tivesse trocado de carro.
Feito o alerta, imagino que só vale a pena em casos como esse, em que não é possível esticar o orçamento para comprar pneus realmente novos. O leitor pode alegar que quem não tem condições de manter não deve ter carro. Mas vamos com calma: ninguém quer passar por apertos financeiros, mas é a realidade de muitos. Quem precisa de carro para trabalhar, está com pouca grana e precisa trocar os pneus não vai simplesmente ficar sem automóvel, mas sim procurar alternativas para isso, algo que os compostos reformados conseguem atender.
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Quero receberCaso você esteja pensando em colocar pneus assim no seu carro, se atente ao Selo de Identificação de Conformidade estipulado pelo Inmetro, em que deve constar o tipo de reforma, a data e o número de reformas efetuadas. E nada de pneus riscados.
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