Caçador de Carros

Caçador de Carros

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoCarros

Fuja do zero-km: 6 motivos para você gastar seu dinheiro com carro usado

Nesta semana me deparei com o conteúdo de um influenciador, respondendo à dúvida de um seguidor: "Melhor comprar carro zero-km ou usado premium?"

Essa é uma questão para que não existe resposta certa. Esse influenciador recomendou a compra de um carro novo, com a justificativa de que os veículos atuais são bem equipados desde os modelos mais baratos.

Gostei da resposta, ainda mais porque ele a completou com o alerta do risco de ter que assumir o alto custo de manutenção de um usado premium. Enfim, ele foi prudente, considerando o público em geral. A recomendação mais conservadora e de baixo risco é realmente comprar um carro zero-km.

Ainda assim, comprar um carro usado está longe de ser um mau negócio. Para boa parte do público, ele ainda é a única alternativa por abranger faixas de preços mais baratas, não contempladas pelos zero-km. E também atende ao sonho de quem quer e pode manter um carrão de luxo usado sem ter que pagar a fortuna que pedem quando novo.

Pensando nisso, cito abaixo mais vantagens de comprar um carro usado em relação a um zero-km.

Desvalorização imediata

O que mais tenho percebido nas pessoas que querem comprar um carro é o medo de perder dinheiro na hora da revenda. E isso, infelizmente, começa quando o sujeito sai da concessionária com um carro zero-km. Por isso, o mercado de carros usados tem sido uma excelente opção, pois as pessoas enxergam a oportunidade de não perder tanto dinheiro.

Afinal, a desvalorização de um carro é maior nos primeiros anos. Por isso, o segundo dono se beneficia muito ao comprar um automóvel com pouco tempo de uso por muito menos que teria que desembolsar em um novo.

E, no momento da revenda, a desvalorização será menor. Veja que é possível ganhar na compra e na venda.

Continua após a publicidade

Manutenções podem ser mais baratas

Alguns poderão dizer que carros usados são mais caros para serem mantidos, pois os valores das manutenções aumentam em razão do uso. Mas será que isso é totalmente verdadeiro?

Dependendo de como as revisões foram feitas, é possível que o primeiro dono tenha gastado mais do que o segundo gastará, pois ele pode ter optado por fazer as revisões em concessionária e ter pago caro por simples trocas de óleo.

As manutenções mais caras, com trocas de componentes de motor e suspensão, demoram para acontecer. Mesmo assim, uma revisão de 10, 20 ou 30 mil km passa facilmente da casa dos milhares, de acordo com as notas fiscais de serviço que observo nas avaliações que faço.

Na nota fiscal de serviço é possível identificar que a mão de obra é cara, as peças são caras e muitos itens foram "empurrados" para o dono.

Já o segundo proprietário, sem o compromisso de fazer revisões em concessionária - pelo fato de o carro estar fora do prazo de garantia -, tem a opção de fazer as revisões em oficinas particulares, de sua confiança, trocando apenas o necessário e com custo de mão de obra bem menor.

Continua após a publicidade

Promoção mesmo?

Avalie comigo um outro aspecto. É comum vermos diversas promoções para venda de carros novos. Algo como "preço de nota fiscal de fábrica", "pagamos tabela Fipe no seu usado" ou "taxa 0% de juros".

Na maior parte das vezes, tudo isso é só jogada de números, que faz o comprador pensar que está realizando um ótimo negócio. Basta voltar na concessionária na semana ou no mês seguinte que outra condição melhor ou similar já estará sendo praticada.

Isso é um ciclo que dura os 365 dias do ano e tem a dura missão de fazer com que acreditemos que o momento certo de comprar é sempre o 'agora'.

E, mesmo que essas promoções fossem de fato imperdíveis, automaticamente isso iria impactar no mercado de usados. Afinal, um novo mais barato faz com que o preço do usado caia na mesma proporção. Portanto, quando o zero-km está barato, pode acreditar que usado está mais ainda.

Pelado zero-km x usado completão

Ok, já sabemos que não existe mais pelado zero-km. De fato, até mesmo um simples Fiat Mobi já sai de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, airbags, freios ABS e controle de estabilidade. Porém, continua sendo um veículo pequeno, com motor 1.0 e acabamento espartano.

Continua após a publicidade

Pelo mesmo valor que se cobra por ele é possível considerar um modelo com motor mais forte, mais confortável e caprichado, sem que seja um premium caro de se manter, como no exemplo do início dessa coluna.

Para exemplificar melhor, que tal um Peugeot 208 modelo 2020, com motor 1.6 e câmbio automático, custando o mesmo que um Mobi zero-km?

Bons negócios em qualquer faixa de preço

Não faltam exemplos de bons negócios com carros usados em qualquer faixa de preço, principalmente para quem quer gastar menos de R$ 70 mil. Neste caso, o mercado é gigantesco, com opções quase infinitas.

A propósito, é curioso observar que entre os 10 carros usados mais vendidos no mercado, pelo menos seis já saíram de linha, como Gol, Palio, Uno, Celta, Fox e Ka. Ou seja, opções bem mais baratas, que nenhum carro novo conseguiria rivalizar.

Ilusão

Tudo bem, é legal comprar algo que ninguém usou e será estreado por você. Entretanto, será que isso não é uma ilusão? Vejo tantos carros usados em estado impecável que, para mim, não faz sentido dispor de um valor tão mais alto para adquirir um zero-km.

Continua após a publicidade

Tudo depende, claro, de muita pesquisa e critérios na hora de avaliar um carro usado. Como sempre digo, leve um mecânico de confiança ou um especialista para te ajudar a fazer uma boa compra. Tenho certeza que vai conseguir uma boa opção que te atenda no mercado de usados.

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.