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Mudança de planos: 5 promessas que montadoras não conseguiram manter

Uma promessa só existe até o momento em que seja quebrada. Essa semana foi apresentada uma picape diesel, de um fabricante que disse que focaria somente nos elétricos. Qual seria o motivo para voltar atrás?

Tem tudo a ver com as finanças de uma empresa. Se as contas não fecham, é necessário mudanças. E uma delas pode ser deixar de seguir com uma ideia que parecia ser a melhor, mas que não se sustenta. Também tem o mercado, que muda de acordo com o gosto e necessidade do momento.

Na coluna dessa semana listo cinco promessas feitas pelos fabricantes e que em algum momento tiveram que ser quebradas.

Hunter
Hunter Imagem: Divulgação

JAC somente elétrico

Começando pelo carro que motivou o assunto dessa coluna, a picape JAC Hunter. A fabricante chinesa é velha conhecida nossa e está presente desde a primeira leva dos veículos "made in China" que chegaram por aqui. Mas, infelizmente, tem tido pouca representatividade nos últimos anos.

A primeira fase da JAC foi bem sucedida, com carros movidos a gasolina ou flex. Passados alguns anos e mudanças nos planos (como uma fábrica no Brasil, que nunca aconteceu), decidiram focar exclusivamente nos motores elétricos, desde o pequeno EJS-1 até vans e caminhões.

Quem visitou uma concessionária JAC nos últimos anos reparou na comunicação, voltada para as vantagens dos elétricos quando comparados com motores a combustão.

Porém, com menos de 800 veículos vendidos nos seis primeiros meses do ano, decidiram voltar a oferecer um veículo a combustão, a tal picape Hunter, movida à diesel. Vai dar certo dessa vez?

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Fusca
Fusca Imagem: Foto: GG World | Divulgação

VW com refrigeração a ar

O principal fabricante nacional nas primeiras décadas da nossa indústria foi a Volkswagen, com o imbatível Fusca e sua turma - todos com motores refrigerados a ar.

Foram várias as propagandas, por vezes bem humoradas, que tentavam passar as vantagens desse tipo de refrigeração, tirando um sarro da concorrência. E funcionou por um tempo, até que a refrigeração a líquido evoluiu em confiabilidade e deixou a Volkswagen para trás.

Na metade da década de 1970, a fabricante alemã não teve saída e apresentou o Passat, seu primeiro carro com motor refrigerado a líquido. Era isso ou morrer com o velho discurso.

Hoje em dia ninguém mais se importa com isso, mas imagino que não deve ter sido fácil apresentar o Passat com essa característica que eles criticaram por tanto tempo.

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Renault Clio
Renault Clio Imagem: Divulgação

Renault com duplo airbag

Em algum momento da história da Renault no Brasil, ela decidiu que todos os seus veículos seriam equipados com duplo airbag de série. A obrigatoriedade desses itens no Brasil começou no ano de 2014, mas a marca francesa teve esse conceito muitos anos antes.

Até mesmo a versão mais simples do Clio, com manivela nos vidros, ou então a trabalhadora Kangoo, vinham equipadas com as duas bolsas infláveis. E foi assim por um bom tempo.

Até que alguém de lá achou melhor seguir o que os concorrentes ainda faziam naquela época e disponibilizar esse equipamento de segurança como opcional - ou em alguns casos, nem mesmo como essa opção. Caiu por terra o falso discurso da preocupação com a segurança.

Peugeot 206
Peugeot 206 Imagem: Divulgação

Peugeot sem motor 1.0

Outra francesa, a Peugeot não tinha nenhum motor 1.0 na sua prateleira para equipar seus carros, justamente em um país como o nosso, onde esse tipo de motor tem benefício fiscal e representa a maior parte das vendas. Decidiu recorrer à parceira Renault e comprou o motor 1.0 16v para equipar o hatch 206.

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Até que essa parceria acabou e a Peugeot decidiu bancar seu modelo de entrada partindo do motor 1.4, divulgando as vantagens do maior torque e potência com um consumo e preço próximo de qualquer outro 1.0. Sustentou não ter modelos assim por décadas, para alegria de quem não gosta de passar raiva com esse tipo de motor.

Porém, recentemente teve que voltar atrás, e agora o 208 só pode vir com motor 1.0, seja ele de aspiração natural ou com turbo.

BMW
BMW Imagem: Fotos: Polyphony Digital | Divulgação

BMW com tração traseira

A tradicional marca alemã sempre se orgulhou da esportividade de seus carros. Até mesmo os modelos de entrada carregavam esse DNA, que tinha como regra o motor dianteiro montado na longitudinal com tração nas rodas traseiras.

Claro que veículos assim são legais de serem guiados, mas a BMW teve que cair na real e aceitar que boa parte dos compradores da marca sequer sabiam onde era a tração do seu carro. Com isso, as desvantagens desse tipo de concepção, como pior espaço interno e eficiência energética, ficavam evidentes para quem não valorizava isso, e por vezes optava por outra marca.

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Além disso, ainda tem o custo de produção maior. Portanto, a BMW decidiu quebrar sua regra e passou a produzir modelos com tração somente na dianteira, mantendo a tradição somente em modelos mais caros.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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