Bom negócio ou furada? Veja se valeu comprar o Dolphin Mini no lançamento
Ler resumo da notícia
Há um ano, a chinesa BYD apresentou o pequeno Dolphin Mini. Com mecânica 100% elétrica e preço competitivo, 'obrigou' os concorrentes reposicionarem seus preços, e até mesmo o mercado de usados foi impactado com isso.
Naquela ocasião, recomendei três alternativas usadas na mesma faixa de preço do Dolphin Mini no lançamento, que foi R$ 116 mil: Volkswagen Polo GTS 2021, Citroën C4 Cactus Shine Pack 2023 e Chevrolet Cruze Sport6 Premier 2020.
Passado esse período, revisitei essa coluna que escrevi para comparar com o cenário atual e analisar se as recomendações fizeram sentido. Afinal, valeu a pena comprar o BYD Dolphin Mini no lançamento ou foi melhor escolher um desses usados?

BYD Dolphin Mini
O carro é bem interessante, e não é por acaso que fechou o ano de 2024 como o elétrico mais vendido, mesmo com apenas 10 meses completos de vendas. Mas tem suas limitações, e não são poucas.
Meses após o lançamento, foi oferecido a configuração com cinco lugares, mas no início era homologado apenas para quatro. Quanto ao porta malas, carrega apenas 230 litros, sem opção de banco bipartido, apenas rebatível. A velocidade máxima de 130 km/h atende o recomendável em qualquer rodovia do país, mas é um indicativo que não foi pensado para pegar estrada.
Por fim, sendo ele 100% elétrico, sofre com a inconveniência de exigir mais atenção com a rotina, já que diferentemente de um carro com motor a combustão, depende de demoradas recargas na bateria.
Obviamente, essas limitações podem não significar nada para uma parte dos motoristas, por isso ele continua com forte procura. Mas vejamos quanto o modelo desvalorizou nesses últimos 12 meses.
Lançado por R$ 116 mil, hoje um Dolphin Mini 2024 usado tem tabela Fipe de R$ 101 mil, e os anúncios começam em R$ 98 mil nos classificados. Ou seja, quem comprou no lançamento e decidir vender hoje perderá cerca de R$ 15 mil do que pagou - considerando valores absolutos.
Para mim isso é uma grata surpresa, pois não foi uma perda tão considerável, ainda mais se considerarmos que o modelo zero-km tem preço sugerido de R$ 119 mil, portanto o usado não ficou tão distante do novo.

VW Polo GTS 2021
Se o cenário não foi tão ruim para o Dolphin Mini, quem me escutou e optou por comprar um Polo GTS 2021 naquela ocasião se deu muito bem. O modelo esportivo da Volkswagen tinha tabela Fipe de R$ 113 mil, e agora caiu para R$ 109 mil. A diferença é bem pequena, muito menor do que aconteceu com o pequeno BYD.
Como se não bastasse isso, ainda tem todos os benefícios de um carro apto a encarar qualquer tipo de condição, com maior espaço para passageiros e bagagens, e muito mais desempenho. Fora o potencial do Polo GTS se tornar um clássico no futuro, o que deve favorecer para segurar seu valor de mercado com poucas variações.

Citroën C4 Cactus Shine Pack 2023
Já quem optou pelo finado C4 Cactus perdeu um pouco mais em relação ao Polo GTS, mas ainda é uma relação favorável quando comparado com o Dolphin Mini. Há um ano, esse Citroën valia R$ 114 mil na tabela Fipe, e hoje vale R$ 101 mil. Em valores absolutos, é quase um empate com o pequeno BYD.
Por outro lado, o dono de um C4 Cactus tem um legítimo médio na sua garagem. Espaçoso, bem acabado, e com o fortíssimo motor THP nessa versão recomendada, não tenho dúvidas que entrega muito mais que um Dolphin Mini.

Chevrolet Cruze Sport6 Premier 2020
Por fim, mais um carro médio, que infelizmente saiu de linha, mas que tem uma legião de fãs - ainda mais nessa configuração Sport6 Premier. Na época do lançamento do Dolphin Mini, o Cruze tinha tabela Fipe de R$ 116,5 mil, e hoje R$ 109 mil. Ou seja perdeu bem pouco nesse período, mais que o Polo GTS, mas menos que o Dolphin Mini e o C4 Cactus Shine Pack.
Mais uma vez aqui temos um carro apto para qualquer condição, com espaço e potência de sobra. Repare que ele é o modelo que tinha o valor mais próximo do Dolphin Mini, apenas R$ 500 mais caro, e hoje vale cerca de R$ 8 mil a mais.
E as vantagens dos elétricos?
Sim, eu sei que carros elétricos têm custo bem menor por quilômetro rodado. Também são bem legais de serem guiados. Eu não tenho nada contra eles, pelo contrário, gostei das experiências que tive com vários modelos que testei.
Porém, essa provável economia no custo do quilometro rodado pode facilmente ser diluída nas menores desvalorizações dos modelos a combustão, como apresentado nesse comparativo. E, se pensarmos no longo prazo, os elétricos tendem a perder ainda mais, pois quando estiverem próximos do fim da garantia das baterias, o interesse será menor devido ao risco do alto custo de manutenção das mesmas.
16 comentários
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.
Wilson Martinez Romero
Acho que a comparação foi errada , pois a desvalorização de qualquer carro novo é maior no primeiro ano e depois diminui . Deu jeito para falar que acertou .
Alexandre Carneiro Pereira
Comprei um BYD Dolphin Mini de 4 lugares no lançamento, com bônus de 10 mil. O carro é de outra categoria, não se compara com os veículos à combustão, pois funciona como um celular com carregamento elétrico, silencioso e com dinâmica de aceleração mais intenso do que um turbo à combustão. Você pode ligar o ar condicionado remotamente, tem freio regenerativo, revisão de 20 mil km, valor da revisão reduzido, comando de voz etc. Em relação ao porta-malas, apesar de pequeno, permite colocar itens diversos, como malas ou pacotes mais altos e finos, além de poder rebater facilmente os bancos de trás. Aqui em Brasília, você simplesmente não consegue um usado, dado a grande procura. Há estudos que indicam que a bateria permanece acima de 70% depois de 10 anos. Em suma: quem puder ter, tenha, porque nunca mais vai querer um carro à combustão, exceto para viajar, pegar estradas e fazer trilhas - mas por enquanto...
André Luís Tavares Santana
Esqueceu de falar que, quem comprou há um ano atrás, pagou 105k e não 115k.