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Óleo do motor: como escolher produto certo e não gastar à toa com seu carro
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Hoje vamos desmistificar mais uma recomendação duvidosa: devo ou não trocar a especificação do óleo de acordo com a quilometragem? Ou seja, colocar um óleo de maior viscosidade em motores "cansados" e com folgas maiores.
A resposta é um sonoro "não". Mas vamos conversar sobre as especificações de óleo lubrificante.
Quando vocês compram um frasco de óleo lubrificante para o motor do carro percebem que ele tem algumas letras e números. Vamos pegar um exemplo bem comum para guiar nossa conversa: o 5W40 SN.
Primeiro temos a classificação SAE, que é o 5W40. Nesse caso, que diz respeito à viscosidade do óleo que você está comprando. Como temos dois valores no nosso exemplo, significa que estamos falando de um óleo multiviscoso, ou seja, ele tem uma característica de viscosidade em baixa temperatura (aqui grau 5) e outra em alta temperatura (aqui o 40).
Isso é bem importante, pois temos condições ideais de lubrificação na partida com o óleo frio, e essas condições continuam eficientes depois que o óleo esquenta e o motor atinge a temperatura ideal de trabalho.
Essa característica não pode ser escolhida aleatoriamente. Precisa ser respeitada de acordo com o que diz o manual do seu carro, porque o motor foi projetado para trabalhar com essa especificação de óleo e é assim que ele terá seu melhor desempenho.
Ao longo do tempo, o desgaste natural do motor fará com que as folgas entre as peças internas aumentem e aí não é raro alguém recomendar que você passe a usar um óleo de maior viscosidade.
Isso não é bacana. Como eu disse, o motor foi projetado para trabalhar com o óleo especificado no manual do seu carro. Todo o conjunto está preparado para a especificação recomendada pelo fabricante, o que inclui diâmetro das galerias e características da bomba de óleo, por exemplo. Mudar a especificação pode prejudicar diversos componentes do motor e, com certeza, vai trazer mais problemas do que benefícios.
Se as folgas estão grandes demais um óleo mais viscoso só vai mascarar o problema. É preciso abrir esse motor, medir os componentes e determinar se ele precisa de uma retífica, por exemplo, ou outra solução, mas trocar o óleo não é uma opção adequada.
Agora, a segunda característica do óleo, no nosso exemplo, o SN, é a classificação API dele e essa sim, pode ter mudança. Ela tem a ver com o desempenho do óleo e do tipo de motor pro qual ele foi desenvolvido.
No nosso exemplo temos o S nos dizendo que ele é específico para motores flex e a segunda letra, no nosso caso o N, mostra o quão desenvolvido ele está. Quanto maior a segunda letra, ou seja, quanto mais distante ela estiver do A, no alfabeto, mais evoluído ele é e é essa característica que você pode mudar no óleo do seu carro.
A hora que o fabricante lança o 5W40-SO, por exemplo, você pode passar a usar este no motor do seu carro porque sabe que a única diferença e que este é mais moderno que o anterior.
Fora isso, nada de se aventurar. Se seu carro usa óleo sintético, ele utilizará sintético sempre. Se usa mineral, utilizará mineral sempre e o mesmo vale pra especificação SAE de viscosidade. Se não consta no manual, não tem que colocar no seu carro, ok?
Além disso, a gente já discutiu, por aqui, a respeito dos aditivos no óleo lubrificante. Eles são muito importantes e são os responsáveis por diversos problemas se forem misturados com aditivos diferentes, de óleos com outras especificações, ou, até mesmo, de fabricantes de lubrificantes diferentes. Podem se recordar dessa dica nessa matéria aqui.
Então se alguém te recomendar qualquer outro tipo de óleo lubrificante que não seja o especificado no manual saiba que você pode ter problemas ao aceitar se a diferença não for apenas a segunda letra da classificação API.
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