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Câmbio automático: o que você precisa saber para não ter problemas no carro
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Toda vez que falo sobre lubrificação surge um monte de dúvidas e comentários, bons e ruins, sobre o tema. Sendo assim, dessa vez eu trouxe uma especialista em câmbio automático para esclarecer alguns pontos a esse respeito.
Keren é mecânica de transmissão automática há 15 anos, trabalha com o pai, que atua nessa área há 40 anos, e é a primeira mulher representante da Câmbio Automático do Brasil, uma associação de apoio, que fornece manuais técnicos, entre outras coisas, para os reparadores do setor.
Em resposta a uma dúvida de inscrito no canal sobre o sistema de arrefecimento do câmbio automático e seus principais problemas, Keren respondeu que "como no câmbio mecânico, precisamos do líquido de arrefecimento para resfriar todo o sistema, ou seja, na transmissão automática temos o trocador de calor. Alguns modelos têm o trocador acoplado ao câmbio, enquanto outros ao radiador do carro. O inimigo da transmissão automática é a temperatura.".
Keren explicou que o torque que vem do motor passa para a caixa de transmissão através do conversor de torque e que é necessário um bom funcionamento de todo o conjunto, que inclui a temperatura de trabalho ideal do óleo da caixa. Mencionou que o superaquecimento gera defeitos e que danos ao trocador de calor podem resultar em contaminação do fluido do câmbio pelo líquido de arrefecimento.
A especialista ressalta que existe um mito de que o aditivo do líquido de arrefecimento danifica o trocador de calor. Entretanto, a verdade é que o aditivo apenas revela problemas que já estavam presentes no sistema, em geral, relacionados à corrosão e que, nesse caso, aconselha-se a substituição do trocador de calor.
Keren explica que "dentro das transmissões automáticas, especialmente as sequenciais, os discos, que são as embreagens, derivam da celulose, ou seja, são um papel, o que obriga o fluido da transmissão a ter funções antiatrito, lubrificantes, entre outros. Se ocorre contaminação ele perde todas essas propriedades e essa embreagem vai patinar e queimar o câmbio".
Sobre troca de óleo da caixa de transmissão automática, Keren diz que entende o medo dos proprietários e que essa substituição deve ser feita com muito cuidado, que deve respeitar homologações pertinentes e que testes precisam ser realizados para garantir o sucesso da manutenção.
Sobre isso, Keren diz que não adianta querer fazer a troca do óleo em um carro com, suponhamos, 250 mil km rodados que nunca fez a manutenção preventiva. Esse carro já tem um problema e precisará de manutenção corretiva, e não preventiva.
Além disso, a especialista ressalta que algumas transmissões têm filtros externos, de fácil acesso, enquanto outras possuem filtros internos, que costumam gerar problemas. Ela dá o exemplo de um câmbio com mais de 400 mil km rodados que nunca quebrou e que o proprietário faz a manutenção preventiva a cada 25 mil km.
E para acalmar o coração de quem precisa de um parâmetro de prazo para a manutenção, Keren assegura que uma quilometragem confortável para fazer a preventiva é a cada 40 mil km ou uma vez por ano.
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