Salão de Milão aposta em motos pequenas que cairiam como uma luva no Brasil
Modelos de 250-300 cc miram jovens europeus, mas agradariam motociclistas experientes daqui
O 74º Salão de Milão fechou as portas no último domingo (13) e, como de costume, mostrou os rumos da indústria mundial de motocicletas. Um resumão poderia ser feito com uma frase: “procuram-se novos motociclistas”.
A dedução não exigiu que empenhasse minha experiência de três décadas de presença ininterrupta em salões de motos internacionais. Bastou verificar a quantidade de novidades no segmento de 250-300 cc.
Pode parecer estranho fazer o salão italiano servir de rampa de lançamento para motos como estas citadas, que podem ser comparadas às nossas populares e bem conhecidas Honda XRE 300 e Yamaha XTZ 250 Lander.
A explicação se encontra no que dissemos no início: a Europa saiu em busca de novos motociclistas. Apesar da crise no mercado de motos do Velho Continente ser uma página virada -- o crescimento nas vendas neste ano está acima de 10% -- as marcas sabem que é preciso resgatar jovens para o uso da motocicleta.
Para isso são necessários modelos com custo acessível, pouco agressivos ao meio ambiente e de uso fácil. A prioridade é criar motos “inteligentes”, capazes de ser usadas em percursos urbanos variados ou numa viagem a dois.
É, ingegavelmente, uma sacada sedutora, focada em pescar gente que quer algo mais versátil do que um scooter e menos complicado (e caro) que uma 500 cc.
Brasil se aproveita da onda
Muitas vezes a tendência predominante nos salões internacionais não bate com a realidade brasileira. No passado já escrevi que o salão de um ano foi o dos scooters, e que no ano sucessivo foi a vez das superesportivas. Tais segmentos, apesar de apreciados no Brasil, não ocupam os primeiros lugares no ranking das vendas.
Desta vez foi diferente. Modelos como BMW G 310 GS, Kawasaki Versys X-300 ou Suzuki V-Strom 250 têm a cara do Brasil. Aliás, aposto um dedo da mão que em breve ao menos dois deles estarão nas lojas brasileiras, sendo protagonistas da lista de desejos de muitos.
G 310 GS e Versys X-300 já têm parentes de sucesso no Brasil. A marca alemã está prestes a iniciar a fabricação em Manaus da G 310 R, versão street da G 310 GS vista em Milão. A japonesa já monta na capital amazonense as best sellers Ninja 300 e Z300, que usam o mesmo motor de dois cilindros da Versys X-300.
Quanto à Suzuki V-Strom 250, nada pode ser afirmado com propriedade, visto que aqui ela não é subsidiária direta da matriz e, portanto, tem estratégias idependentes. Todavia, intuir que a pequena V-Strom 250 seria sucesso de vendas no Brasil não exigiria nenhuma bola de cristal.
Público aqui será outro
No Brasil o público alvo pode também ser este, mas o grosso será o motociclista que deixa as utilitárias de 125-150 cc e quer dar o passo seguinte em termos de tamanho, potência e status.
São, sobretudo, pilotos já experientes e que valorizam a excelente dirigibilidade oferecida por guidões mais largos, suspensões com curso maior e versatilidade para uso urbano ou rodoviário. Enfim, muitas motocicletas em uma só.
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