Marcas investem em canais digitais para reverter queda na venda de motos
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Desde meados de março, praticamente todas as concessionárias de motocicletas estão fechadas em quase todos os estados do país em função das medidas restritivas adotadas para conter a disseminação do novo coronavírus.
A pandemia fez a venda de motos despencar. Em abril, foram emplacadas apenas 28.256 unidades, uma queda de 62,5% em relação a março - e de quase 70% em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Embora as oficinas estejam operando com atendimento especial, o showroom, onde novas motos, peças, acessórios e até roupas são vendidos, está de portas fechadas. Mas isso não significou que o atendimento e as vendas pararam completamente.
O isolamento social obrigou as fábricas a procurarem os canais digitais para atender os clientes. Algumas marcas, que já tinham investido no comércio online, largaram na frente. Caso da Blu Store da Yamaha, lançada no fim do ano passado.
A plataforma funciona como uma espécie de marketplace digital, onde o cliente pode comparar preços e condições de diversos produtos, de motocicletas a acessórios, anunciados pelas concessionárias da sua região - para entrar na "loja', o consumidor define sua localização. "A Blu Store proporciona uma nova jornada para o consumidor, onde ele vai poder se beneficiar de descontos, agilidade e praticidade. É muito mais que uma loja online", afirma Ricardo Susini, diretor comercial da Yamaha Motor do Brasil.
Já a Honda adotou uma plataforma própria de relacionamento com o cliente por meios digitais. Chamada de "myHonda", permite manter o contato e o suporte aos consumidores da marca. "O suporte ao cliente vai desde uma simples dúvida ou consulta, até mesmo a negociação e venda de uma motocicleta "0 km", tudo à distância, e com a possibilidade de entrega em casa, para algumas concessionárias", afirmou a empresa por e-mail.
Até por Whatsapp
A Kawasaki permite que o cliente, com base nos dados cadastrados, entre em contato com a revenda da sua região no site oficial da marca. Deste ponto em diante a conversa pode ser via e-mail, telefone ou até pelo WhatsApp. "Com as restrições de circulação impostas pelos governantes, usamos da criatividade e aumentamos a prospecção de novos clientes. Tivemos que adaptar e concentrar nossos esforços no ambiente virtual, estimulando as vendas em nosso canal online, dando com isso um estimulo para os concessionários, que seguem acatando as orientações dos órgãos competentes", comenta Sonia Harue Ando, responsável por Vendas e Marketing da Kawasaki.
Os canais digitais têm contribuído para atenuar a queda nas vendas. "A concessionária está com as portas fechadas e atuando apenas online, ou seja, uma nova realidade de vendas para nós. Nossa expectativa é que o mercado melhore passando essa 'primeira fase da pandemia'. Acredito que teremos uma baixa momentânea nas vendas, porém nossos esforços são para manter, pelo menos, o mesmo patamar de vendas de 2019", afirma Rodrigo Francesco Di Bisceglie, da concessionária K10, localizada na Mooca, Zona Leste da capital paulista.
Embora as vendas de motos novas em março já tenham caído, Marco Aurélio Silveira, 53 anos, gerente geral da Autostar Harley-Davidson, que está com seu showroom na avenida Europa e a concessionária no bairro de Santo Amaro fechados, se surpreendeu com a procura nos meios digitais. "Para nossa surpresa, vendemos algumas unidades em abril", conta. O cliente escolhe o modelo, a cor e até os acessórios para equipar sua moto nova, que é entregue em casa.
Silveira reforça, entretanto, que todo atendimento é feito de forma não presencial. "Se o cliente vier à loja fazer uma compra, ou trouxer sua moto rodando para fazer manutenção, não estamos recebendo. É importante fazer o primeiro contato pelos canais digitais", explica o gerente da concessionária.
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