Itália incentiva veículos de duas rodas para manter distanciamento social
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Um dos primeiros países europeus atingidos pela pandemia do novo coronavírus, com mais de 230 mil infectados e 30 mil mortes pela doença, a Itália adotou medidas rígidas de isolamento social, com o fechamento de escolas, indústrias e comércio em março e abril. Mas, desde o início deste mês de maio, a terceira maior economia da zona do euro entrou em fase de reabertura gradual das atividades.
Primeiramente, foram liberados setores chamados "estratégicos", como empresas e indústrias voltados à exportação, dentre os quais estão as fábricas de motocicletas, componentes e acessórios. Considerado um importante setor para ajudar na retomada da economia italiana, os veículos de duas rodas também são vistos como uma forma de manter o distanciamento social em tempos de "novo normal".
Com a produção suspensa e as lojas fechadas por quase dois meses em função da pandemia, o setor italiano de duas também rodas registrou forte queda nas vendas, com retração de 97% em abril. Retração justamente em uma época "quente" para as vendas de motos no país, o início da primavera, quando as temperaturas sobem e o clima fica mais agradável.
Duas rodas são símbolo do recomeço
Além de cobrar do governo incentivos para os consumidores adquirirem o estoque de motos e scooters nos pontos de venda, a ANCMA, associação que reúne os fabricantes italianos de motos, bicicletas e acessórios, em conjunto com os organizadores do EICMA, o Salão de Motos de Milão, lançou uma campanha institucional batizada de "Use duas rodas" (do italiano "usale due ruote") para incentivar o uso desse tipo de veículo na fase 2 da reabertura.
"Bicicletas, scooters e motos garantem distanciamento social natural, mais sustentabilidade ambiental, menor tempo de viagem em curtas e longas distâncias e é fácil de estacionar. Também são adequados para a mobilidade, pois impactam menos no tráfego urbano, que também está sofrendo com a redução do transporte público ", afirmou Paolo Magri, presidente da ANCMA.
A campanha terá conteúdos em vídeos e fotos nas redes sociais e em veículos de comunicação com o slogan "Mettiamoci in Sella" (algo como "vamos montar no selim, no assento"). Todo o "pacote" de ferramentas de comunicação da campanha #usaledueruote também foi disponibilizado gratuitamente a todas as empresas do setor, para aumentar a visibilidade na mídia, na internet e nas redes sociais.
"Como no período pós-guerra, as duas rodas são um símbolo de recomeço e, com as devidas proporções, podem novamente fazer esse papel", afirmou Magri, fazendo referência à importância das motos e scooters na reconstrução da Itália após a Segunda Guerra Mundial - tanto como meio de transporte barato como uma importante atividade econômica.
Ainda de acordo com o presidente da ANCMA, a iniciativa não é apenas para proteger um setor que foi severamente afetado pelo lockdown. "Mas é uma mensagem dirigida àqueles que possuem e usam duas rodas e, acima de tudo, àqueles cidadãos que só precisam tirar o pó da moto e da bicicleta não utilizada na garagem", concluiu Magri. A campanha sugere que "é possível mudar a maneira como você se move e nossa paixão pode até se tornar seu novo hábito".
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