Câmbio DCT em motos Honda faz 10 anos, mas ainda não pegou no Brasil
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Resumo da notícia
- A tecnologia, exclusiva da Honda, foi apresentada pela primeira vez na Europa em 2010
- Já foram vendidas mais de 140.000 motos com câmbio DCT no velho continente
- Câmbio de dupla embreagem vendeu apenas 1.474 unidades no Brasil
A Honda celebra uma década desde a introdução da tecnologia DCT (Dual Clutch Transmission), o câmbio de dupla embreagem, pela primeira vez na sua gama de modelos de duas rodas. O câmbio DCT usado nas motos é semelhante ao de alguns automóveis da fábrica japonesa.
Apresentada na Europa, em 2010, na futurística sport-touring VRF 1200F, até hoje, o DCT da Honda permanece uma tecnologia única no mundo das motos. É a aposta da marca para tornar o motociclismo mais acessível e, dizem, seguro.
Para os engenheiros japoneses, a tecnologia DCT permite ao motociclista concentrar-se mais no trajeto, nos pontos de frenagem, nas curvas e nas acelerações, sem se preocupar com as trocas de marcha. E os iniciantes não têm o receio de deixar a moto "morrer" nas subidas e saídas de semáforos.
Sem falar no conforto para rodar na cidade. Quem pilota scooters que o diga. Mas vale lembrar que o DCT nada tem a ver com o CVT desse tipo de moto.
No total, já foram vendidas mais de 140.000 motos equipadas com DCT em toda a Europa; só em 2019, 45% das Africa Twin, 52% das NC 750X e 67% das Gold Wing vendidas no velho continente tinham o câmbio de dupla embreagem.
Por outro lado, no Brasil, a tecnologia equipa atualmente apenas dois modelos Honda vendidos aqui: Gold Wing GL 1800 Tour e o scooter X-ADV. O DCT também esteve presente na VFR 1200F e, pouco tempo depois, na Crosstourer VFR 1200X.
Como consequência, as vendas das motos com DCT no Brasil não repetiram o sucesso europeu. Desde 2011, foram comercializadas apenas 1.474 unidades com essa tecnologia no mercado nacional.
A intenção da Honda era mudar esse cenário agora em 2020 com a introdução de versões com DCT nos modelos NC 750X e Africa Twin. Os planos, porém, devem ser adiados para 2021, dizem fontes ligadas à empresa, em função da pandemia.
Como funciona o DCT
O DCT é um câmbio com duas embreagens eletro-hidráulicas e engrenagem automatizada das mudanças. Cada uma das embreagens é ligada a um conjunto separado de marchas: uma engata a 1ª, 3ª e 5ª velocidades e a outra "toma conta" da 2ª, 4ª e 6ª velocidades.
As mudanças das velocidades podem ser feitas em modo Manual pelo condutor, usando os botões de mudanças no punho esquerdo do guidão. Ou em modo Automático, de acordo com o monitoramento constante de determinados parâmetros, incluindo a velocidade do veículo, a rotação do motor e o ângulo de abertura do acelerador.
Em nenhum dos casos é necessário apertar um manete de embreagem ou acionar um pedal de câmbio. Durante o engate das marchas, quando uma das embreagens desengrena, a outra engrena a mudança pretendida em simultâneo, assegurando assim mudanças ultrarrápidas e ininterruptas, sem perdas de tração na roda traseira.
Mas a tecnologia DCT não tira a graça de andar de moto, perguntam alguns. Na prática, o câmbio automático é um conforto em longas viagens, ainda mais se estiver com garupa e a moto, carregada.
Talvez, não seja tão divertido em motos esportivas, para acelerar na pista, mas em modelos touring permite curtir a paisagem e focar na estrada, nas curvas. E, ao menos para mim, não prejudica em nada o prazer de andar de moto.
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