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Nova Trident 660 é opção de moto naked média com 3 cilindros por R$ 47.490
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Em uma época na qual as motos parecem ficar cada dia mais potentes, sofisticadas e caras, a nova Triumph Trident vai no sentido contrário. O mais recente lançamento da marca inglesa aposta em um motor de três cilindros de 660 cm³ que produz modestos, porém bem aproveitados, 80 cv de potência máxima; um pacote eletrônico suficiente e preço sugerido de R$ 47.490.
O valor faz da Trident 660 o modelo mais "barato" da Triumph atualmente à venda no Brasil. Outro argumento, bastante reforçado pela fabricante, é o longo intervalo de suas revisões: a primeira deve ser feita apenas aos 16.000 km. Um alívio para a conta bancária.
Mas, apesar de sua proposta de ser uma naked acessível, a Trident 660 não "economiza" na diversão. Pelo contrário. A Triumph investiu em uma ciclística ágil e precisa. Seu assento baixo e os 189 kg de peso (pronta para rodar) fazem da nova naked inglesa uma moto fácil de pilotar, para os iniciantes, e divertida, até mesmo para quem tem mais experiência ao guidão.
Motor com personalidade
Derivado do motor de 675 cc, que equipava a antiga Street Triple, o novo tricilíndico é um de seus diferenciais. Mistura o bom torque dos bicilíndricos com os altos giros dos quatro cilindros.
O da Trident gosta de girar alto e tem um ronco bastante interessante, que até lembra o da 765 cc, que equipa a atual Street Triple RS e também é utilizado na Moto2. A potência máxima de 80 cv só aparece a 10.250 rpm, o que significa que é possível acelerar bastante antes de você sentir falta de mais desempenho.
Por outro lado, o tricilíndrico entrega bastante torque em baixa e média rotação, até atingir o pico de 6,53 kgf.m já a 6.250 giros, ou seja, o motor da Trident 660 tem uma ampla faixa útil. Em conjunto com o escalonamento do câmbio, com as três primeiras marchas mais curtas e as três últimas mais longas, a naked parece ter dupla personalidade. É possível rodar com ela em médios giros, de forma mais "relaxada", ou esticar as marchas até o corte de giro do motor, de maneira mais esportiva.
Na pista
Tive a oportunidade de pilotar a nova Trident 660 apenas na pista em duas ocasiões. Como jurado do concurso Moto do Ano, da Revista Duas Rodas, acelerei a nova inglesa no sinuoso autódromo da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo. Também dei algumas voltas no lendário circuito de Interlagos no Festival 2021.
Embora não seja essa a sua finalidade, a nova moto da naked inglesa se mostrou à vontade na pista. Principalmente, porque seu quadro tubular, embora seja de aço, oferece boa rigidez para contornar curvas e acelerar nas retas. Para quem conhece, no final da reta da Fazenda Capuava foi possível superar os 200 km/h sem muito esforço e com total segurança para frear.
As suspensões não são topo de linha, mas dão conta do recado. Na dianteira, o garfo telescópico invertido com tubos de 41 mm da Showa, com funções separadas (SFF) não oferece regulagens, mas transmitem a confiança em mudanças rápidas de direção e colocam o trem dianteiro onde o piloto deseja. Já a balança traseira com um monoamortecedor, também Showa, tem ajuste na pré-carga da mola e traz um amortecimento progressivo sem ser muito "macio".
Já os freios são da japonesa Nissin, ao invés da grife italiana Brembo utilizada em modelos mais caros da Triumph. Os dois discos de 310 mm de diâmetro na dianteira e o disco único de 255 mm na traseira contam com auxílio do ABS simples, mas eficiente. Até mesmo na pista, demonstraram uma boa potência de frenagem sem muita intervenção do sistema antitravamento.
Os pneus Michelin Road 5 tem boa aderência, mas não é o que se pode chamar de esportivo. Seu propósito é durabilidade quilométrica e boa aderência no piso molhado, afinal os consumidores da naked inglesa certamente irão utilizá-la mais nas ruas e estradas. Ainda assim, na pista, permitiram inclinações até o limite, mas não sem antes acionar o controle de tração, nas saídas de curva mais empolgadas.
Design e equipamentos
Por falar em controle de tração, o da Trident não tem ajuste do nível de intervenção, mas pode ser desligado. Atua em conjunto com os dois modos de pilotagem - Rain e Road - o suficiente para se sentir seguro quando estiver pilotando na chuva, já que o modo Rain suaviza a resposta do acelerador eletrônico.
Na minha opinião, o pacote eletrônico adotado pela Triumph é o suficiente para garantir uma pilotagem segura e não "encarece" tanto o valor final da moto, além de não precisar de um curso avançado para se aprender a mexer, como em modelos mais sofisticados. Sem falar que coloca a naked inglesa um patamar acima das concorrentes do mesmo segmento.
Vale destacar ainda o painel "conectado" - outro diferencial perante aos modelos de Honda e Yamaha. Dotado de Bluetooth, permite conectar o smartphone por meio do app "My Triumph", que mostra as direções do sistema de navegação na pequena tela de TFT abaixo da uma de LCD, que informa a velocidade, conta-giros e marcha engatada. Uma crítica vai para a navegação dos menus, um pouco mais complicada do que em outros modelos da marca.
Conclusão
A Trident 660 é uma moto muito importante para a Triumph, tanto no Brasil como no resto do mundo. A Trident coloca a marca no segmento de naked média com um pacote atraente para enfrentar uma forte concorrência forte japonesa. O segmento médio tem tido aumento nas vendas e é fundamental para atrair novos motociclistas e consumidores para a fabricante inglesa.
Com um design minimalista que agrada, um motor cheio de personalidade e a conhecida ciclística acertada dos ingleses, a Trident me parece pronta para despertar dúvida em quem pensa em comprar uma naked média, para rodar no dia a dia e passear nos finais de semana.
Com bom pacote eletrônico e conectividade, a Trident será vendida em três opções de cores - branca, preta e cinza - com preço sugerido de R$ 47.490.
O valor é superior às suas principais concorrentes que são a Yamaha MT-07 (R$ 43.990), a Kawasaki Z 650 (R$ 44.390) e a Honda CB 650R (R$ 43.910). Logo de saída, a Trident 660 perde num quesito delicado nesse segmento.
Mas a disputa é acirrada com todas. A naked inglesa se destaca por ser novidade, pelo seu pacote eletrônico e também pela conectividade. Entretanto, é mais pesada que a MT-07, porém é mais potente - 80 cv contra 74,8 cv.
Em relação à também bicilíndrica Z 650 de 68 cv, a Trident se sobressai pelo motor, já que tem o mesmo peso. Contra os quatro cilindros da Honda, perde em potência, mas tem grande vantagem por ser mais leve e ágil que a CB 650R. Uma briga boa entre as nakeds de peso médio. Quem ganha é o consumidor que agora tem mais opções.
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