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Dia do motociclista: número de brasileiros que andam de moto cresce 51%

Quantidade de pessoas habilitadas a pilotar motos passou de 23,3 milhões, em 2012, para 35,2 milhões em 2021 - Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo
Quantidade de pessoas habilitadas a pilotar motos passou de 23,3 milhões, em 2012, para 35,2 milhões em 2021 Imagem: Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo

Colunista do UOL

27/07/2022 04h00

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Hoje, 27 de julho, quando é celebrado o Dia do Motociclista, não faltam motivos para comemorar. Afinal, as motos e scooters têm assumido um papel importante na mobilidade de milhões de brasileiros.

Levantamento da Abraciclo, associação que reúne os fabricantes do setor, revela que o número de brasileiros habilitados na categoria A cresceu 50,9% nos últimos dez anos. Até o final do ano passado, 35,2 milhões de pessoas estavam aptas a conduzir veículos motorizados de duas ou três rodas. Em 2012, eram 23,3 milhões motociclistas no País.

Cada vez mais brasileiros estão optando pela motocicleta seja por paixão, hobby, trabalho ou até mesmo para buscar uma alternativa mais econômica de deslocamento, devido às características desse tipo de veículo: agilidade, economia, preço mais acessível e baixo custo de manutenção. Principalmente quando comparado aos automóveis.

"Alguns consumidores querem fugir das aglomerações diárias nos transportes públicos, outros utilizam como instrumento de trabalho. Há ainda aqueles que buscam por alternativas mais econômicas devido ao aumento dos preços dos combustíveis", analisa o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

Com o preço dos automóveis nas alturas e o combustível caro, a indústria de motos também está comemorando. O segmento de motocicletas fechou o primeiro semestre com 636.689 unidades emplacadas, de acordo com a Fenabrave, federação dos distribuidores de veículos do Brasil. O número representa um crescimento de 23% na comparação com o mesmo período do ano passado.

"Mesmo com a dificuldade de crédito que o segmento ainda enfrenta, é, de longe, o que registra o melhor resultado nos emplacamentos em 2022, até o momento. O efeito de substituição, do carro pela moto, em função dos preços dos combustíveis, da queda na renda pela inflação e a priorização do transporte individual, além do aumento dos serviços de entrega, são alguns dos fatores que têm alavancado este segmento", avalia o presidente da Fenabrave, Andreta Jr.

O bom resultado do primeiro semestre fez com que os distribuidores de veículos revisassem, para cima, a projeção de vendas de motos neste ano. Em janeiro, a Fenabrave projetava um aumento de 6,2% nos emplacamentos de veículos de duas rodas. Agora, a entidade estima crescimento de 16,7% nas vendas, chegando a 1.350.000 ciclomotores, scooters e motocicletas emplacadas até o final do ano.

Perfil do motociclista

O Brasil possui uma frota oficial de mais de 30 milhões de unidades e a proporção é de uma motocicleta para cada sete habitantes. Em 2012, esse índice era de uma moto a cada dez pessoas. Entre os habilitados, os homens ainda são maioria e representam 76,5% dos motociclistas; enquanto elas, 23,5%.

Mulheres ao guidão - Divulgação - Divulgação
Participação feminina no mercado de motos passou de 31% para 38% entre 2020 e 2021, segundo a associação dos fabricantes
Imagem: Divulgação

Um dos representantes desse público majoritário é o empresário Saulo Vieira Ferreira, de 34 anos. O pernambucano da cidade de Salgueiro não esperou muito tempo para tirar a carteira de habilitação. Assim que completou 18 anos já estava na porta da moto escola. Ele usa a motocicleta no dia a dia para ir ao trabalho e cumprir os compromissos. "É um veículo ágil no trânsito, fácil de estacionar e econômico", diz.

Assim como Ferreira, a maioria das pessoas que compra uma motocicleta é por conta da locomoção. De acordo com informações das fabricantes de motocicletas associadas à Abraciclo, esse é principal motivo (78%). Em segundo lugar, vem o lazer (45%), seguido pelo trabalho (9%).

Mas a participação feminina tem crescido nos últimos anos. De acordo com a Abraciclo, entre 2020 e 2021, as mulheres passaram de 31% para 38% entre os consumidores de motocicletas e scooters. Um bom exemplo é a supervisora da rede municipal de ensino, Suely Furlan, de 59 anos. Moradora de Campo Grande (MS), ela conta que, apesar de ser apaixonada por motocicletas desde criança, só tirou a carteira de habilitação há um ano e meio.

Depois de fazer o curso normal e outro de aprimoramento para aprender a maneira correta para realizar manobras, ultrapassagens e frenagens, ela já encarou uma viagem de 900 quilômetros até a cidade de Cáceres a bordo de um modelo de média cilindrada. "Fui com a cara e coragem", conta. Em um ano, Sueli acumulou 14 mil quilômetros rodados na bagagem. "Quando estou na moto, tenho o meu momento, para agradecer e refletir sobre a vida", diz.