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Avaliação: Super Meteor 650 é custom indiana por 1/3 do preço de uma Harley
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Nada melhor do que pegar a estrada para conhecer - e avaliar - uma moto. Ainda mais quando o modelo é a nova Royal Enfield Super Meteor 650. Viajei até o Rajastão, no oeste da Índia, para pilotar a tão aguardada estradeira da marca indiana.
Desenvolvida para quem deseja viajar muitos quilômetros, a Super Meteor 650 deve agradar os fãs do estilo cruiser, também chamado de custom no Brasil. Com design inspirado em um modelo de mesmo nome dos anos de 1950, a Super Meteor atual usa o mesmo motor bicilíndrico de 650 cc que já equipa as clássicas da Royal Enfield, Continental GT e Interceptor.
Apresentada no Salão de Motos de Milão (Itália), em novembro do ano passado, a nova Super Meteor é um dos três lançamentos prometidos pela Royal Enfield para este ano. Scram 411 e Hunter 350 serão os outros modelos produzidos na nova linha de montagem em Manaus (AM).
O novo modelo de 650 cc deve chegar ao Brasil somente no segundo semestre deste ano como uma das poucas opções de média cilindrada no segmento cruiser, ou custom. A Royal Enfield ainda não definiu o preço da Super Meteor 650 para o mercado brasileiro, mas já adiantou que o modelo será o topo de linha e, consequentemente, o mais cara da marca.
A Super Meteor 650 certamente será mais cara que as clássicas bicilíndricas já à venda no País - a café racer Continental GT sai por R$ 28.990. A nova custom indiana deve custar entre R$ 32 e R$ 38 mil, ou seja, um terço do valor de uma Harley. Atualmente, o modelo mais em conta da centenária marca americana sai por R$ 114.900.
Como anda a nova Super Meteor 650
Com a mesma proposta da Meteor 350, o novo modelo ganhou, porém, um motor de maior capacidade e mais potente. Além de um acabamento mais refinado e suspensões mais sofisticadas.
A Super Meteor 650 usa o mesmo bicilíndrico com arrefecimento a ar e 648 cm³ de capacidade que equipa as clássicas Interceptor e Continental GT. Os 47 cavalos de potência máxima não impressionam, mas são suficientes para que a Super Meteor 650 mantenha 120 km/h com facilidade - e pode atingir a máxima de 160 km/h no painel. Até mesmo porque pilotando na mão inglesa das movimentadas estradas indianas, repletas de animais, não seria seguro rodar em velocidades mais altas.
Entretanto, o ponto forte desse bicilíndrico é o torque disponível desde as baixas rotações, até atingir o máximo de 5,33 kgf.m a 5.650 rpm. Com um escalonamento de marchas projetado para rodar na estrada, o câmbio de seis velocidades exige poucas reduções. Basta girar o acelerador que o motor tem força para retomadas e ultrapassagens.
Penso que a Royal Enfield poderia até ter adotado uma sexta marcha mais longa, uma espécie de overdrive, para que o motor girasse menos e consumisse menos combustível. Com a última macha engatada a 120 km/h, tive a sensação de que o motor estava "girando" acima do necessário. Segundo os engenheiros da Royal, isso até seria possível, mas a moto perderia um pouco em arrancada.
O tanque com capacidade para 15,7 litros oferece uma autonomia próxima dos 300 quilômetros, desde que o piloto maneire no acelerador. No segundo dia de viagem, quando rodamos quase 400 km entre Jaisalmer e Khimsar, alguns jornalistas do evento quase ficaram sem combustível. Não foi possível medir o consumo com precisão, mas deve ficar em torno dos 25 km/litro, como suas irmãs mais clássicas.
Super Meteor tem novo chassi e suspensão invertida
Apesr de usar o conhecido motor bicilíndrico da marca indiana, a Super Meteor ganhou um inédito chassi tubular de aço. Com novos pontos de fixação do propulsor e uma geometria mais estradeira, ou seja, com o ângulo de cáster mais aberto, o quadro se mostrou estável nas longas retas das estradas do deserto de Thar, no Rajastão. Mas também contornou as poucas curvas sem muito esforço.
No conjunto de suspensões, a Royal também inovou. A Super Meteor é a primeira moto da marca a usar garfo telescópico invertido. Da marca Showa, os tubos de 43 mm de diâmetro, na dianteira, mantiveram a moto nos trilhos e garantiram o conforto no asfalto bom, mas sofreram um pouco nas ruas mais esburacadas. Na traseira, os dois amortecedores oferecem regulagem na pré-carga da mola e também deram conta do recado.
As rodas de liga-leve, calçadas com pneus sem câmara, também seguem a receita das motos estradeiras. O aro de 19 polegadas, na dianteira, contribui para a estabilidade da cruiser nas retas, sem comprometer tanto a agilidade nas mudanças de direção. Já a roda traseira de 16 polegadas faz com que o assento fique mais baixo, influenciando, assim, a posição de pilotagem.
A apenas 74 cm do solo, o banco em forma de sela facilita a vida dos mais baixinhos, além de garantir o conforto nos mais de 350 quilômetros entre Jaisalmer, quase na divisa com o Paquistão, e as dunas de Khimsar. Na versão Tourer, o banco inteiriço se mostrou mais confortável do que o assento bipartido da versão standard.
Em conjunto com as pedaleiras avançadas e o guidão largo e curvo, o banco proporciona uma posição de pilotagem descontraída, típica das cruiser. Por falar em Harley, a posição de pilotagem da Super Meteor 650 é um misto da aposentada Sportster 883 com os modelos custom mais longos. As pernas não ficam tão esticadas, como em outras motos estradeiras, e os braços ficam relaxados, deixando o piloto pronto para enfrentar muitos quilômetros.
Particularmente, achei que o guidão poderia ser mais recuado, pois meço 1,71 m e tinha que me inclinar à frente para alcançar os comandos. Segundo o head de design da Royal Enfield, Mark Wells, entre os inúmeros acessórios criados para a Super Meteor haverá um guidão mais curvado.
Os freios também merecem destaque. A disco nas duas rodas, contam com sistema ABS de dois canais, e param com segurança os 241 kg (em ordem de marcha) da nova cruiser indiana.
Entretanto, o ABS é o único auxílio eletrônico disponível no modelo. Não que sejam necessários modos de pilotagem, controle de tração ou assistência à condução. Afinal, seu motor entrega potência de forma suave e linear, sem assustar até mesmo os mais inexperientes.
A Super Meteor 650 também tem uma ciclística neutra e intuitiva que faz dela uma moto fácil de pilotar. Deve agradar àqueles que procuram uma moto para viajar sem se preocupar com a potência do motor, a tecnologia embarcada e os itens de série e conforto.
Versões e cores da Super Meteor
A ausência de modos de pilotagem, controle de tração e outros controles eletrônicos também contribuem para que a nova Super Meteor 650 tenha um preço mais acessível do que outros modelos do segmento. Mas, como disse, a nova cruiser da Royal Enfield só chega ao Brasil no segundo semestre deste ano.
A marca ainda não definiu o preço da Super Meteor para o mercado brasileiro, mas certamente será mais alto do que a da Continental GT 650, vendida por R$ 28.990 no País. O departamento de design da Royal Enfield, na Inglaterra, criou o modelo para ser o topo de linha da marca nascida na cidade inglesa de Redditch, mas que hoje pertence ao grupo indiano Eicher Motors.
No Reino Unido, por exemplo, o preço da cruiser indiana será de 6.799 libras, ou seja, cerca de R$ 42 mil. Contudo, a previsão é que o modelo chegue por aqui um pouco mais em conta, por menos de R$ 40 mil.
A Super Meteor 650 chega ao mercado em duas versões: a variante standard possui cinco opcões de cor: Astral Black, Astral Blue, Astral Green, Interstellar Grey e Interstellar Green. Já a Super Meteor 650 Tourer é a mais equipda, com bolha frontal e sissy bar como itens de série, e chega em duas opções de cor: Celestial Red e Celestial Blue.
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