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Número de mulheres motociclistas no Brasil cresce 76,5% nos últimos 10 anos

Érika Di Iório, 50 anos, de Belém (PA), hoje pilota uma Harley-Davidson, mas se tornou motociclista recentemente - Divulgação
Érika Di Iório, 50 anos, de Belém (PA), hoje pilota uma Harley-Davidson, mas se tornou motociclista recentemente Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

08/03/2023 11h47

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Cada vez mais as mulheres estão conquistando seu lugar na sociedade. Isso também acontece ao guidão das motos. Afinal, o número de mulheres habilitadas a pilotar motos cresceu 76,5% na última década.

Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito, compilados pela Abraciclo, associação dos fabricantes do setor, hoje, 8.884.345 pessoas do gênero feminino possuem carteira de habitação na categoria A. Em 2013, eram 5.034.139 mulheres motociclistas.

Apesar do crescimento significativo, as mulheres ainda são minoria: representam 24% dos habilitados a pilotar motos. Em 2013, esse índice era de 20,2%.

Levantamento das fabricantes de motos, associadas à Abraciclo revela que as mulheres também estão comprando mais motos. Em 2012, elas eram 26% dos consumidores que adquiriram uma moto. No ano passado, 38% das motocicletas vendidas no País foram compradas por mulheres.

Quem são as mulheres que andam de moto

A faixa etária que concentra o maior número de habilitações, tanto para homens como para mulheres, é a que vai dos 31 a 40 anos. No total, elas somam 7.790.504 motociclistas e eles totalizam 11.871.802 habilitados.

Em segundo lugar, estão as pessoas com idades entre 41 e 50 anos. O gênero feminino responde por 6.520.793 habilitações e o masculino por 10.774.078 das carteiras na categoria A.

Caso da administradora de empresas Érika Di Iório, de 50 anos, moradora de Belém (PA). Quem a vê hoje, com um modelo de alta cilindrada, não imagina que até pouco tempo, essa mineira de Belo Horizonte, apesar da vontade, não se sentia apta a conduzir uma motocicleta.

A história mudou durante uma viagem a Brasília (DF). "Fui com meu marido até uma concessionária. Quando vi uma motocicleta, foi paixão à primeira vista. Comprei, mesmo sem ter a carteira de habilitação", relembra.

De volta para casa, se matriculou na moto escola, para tirar habilitação. "As primeiras voltas de moto eram restritas ao meu condomínio. Depois de um tempo fiquei mais confiante. Mas sempre digo que andar de motocicleta é uma superação constante", diz Érika, que hoje integra a Confraria Harleyros do Pará.

Outro exemplo é a costureira amazonense de Itacoatiara, Waldesta de Oliveira Costa, de 42 anos. Ela adotou a motocicleta como estilo de vida, desde jovem. Inscrita no concurso "Rainha do Rio Madeira", ela conquistou o primeiro lugar e ganhou um ciclomotor de 50 cc, ou seja, uma cinquentinha.

motoclube de mulher - Divulgação - Divulgação
Waldesta pilota motos desde jovem; em 2017, fundou o motoclube "As Amazonas" só de mulheres
Imagem: Divulgação

Desde então, não largou o guidão. Quando se mudou para Manaus (AM), em 1992, Waldesta conta que havia poucas mulheres motociclistas na cidade. "Pilotava um modelo de alta cilindrada e isso, na época, chamava a atenção. Até desconfio que era a única motociclista da cidade", relembra.

Em 2017, Waldesta fundou "As Amazonas", um dos primeiros motoclubes exclusivo para mulheres. Atualmente, o grupo conta com cerca de 20 integrantes. "Somos unidas pela paixão pelas duas rodas e queremos incentivar outras a descobrirem essa sensação de liberdade", afirma.