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Honda CBR Fireblade faz 30 anos como esportiva de 1.000 cc mais potente

Colunista do UOL

08/04/2023 04h00

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Quando chegou às lojas, em 1992, a Honda CBR Fireblade revolucionou o segmento de superesportivas com uma fórmula diferente das concorrentes. Enquanto as outras fabricantes japonesas colocavam todas as suas fichas em motores de 1.000 cc com muita potência, os engenheiros da Honda, liderados pelo mestre Tadao Baba, foram no sentido contrário.

CBR 900RR e CBR 1000RR-R - Divulgação - Divulgação
Honda CBR 1000RR-R edição de 30 anos (à esq.) e a primeira CBR 900RR de 1992
Imagem: Divulgação

Apostando em um motor de menor capacidade e menos potente, porém com um conjunto ciclístico mais leve, nascia, então, a CBR 900RR. A filosofia do projeto da Fireblade privilegiava um equilíbrio entre potência e controle.

A receita, aparentemente, deu certo. Afinal, o modelo completou 30 anos de sucesso nas pistas, em 2022, mas com uma grande diferença do modelo original. Além do motor maior e do novo nome CBR 1000RR-R (o tal triple "R"), a Fireblade é hoje a superesportiva de 1.000 cc, aspirada, mais potente da atualidade.

Seu motor de quatro cilindros em linha, 999 cm³, que estreou no modelo RR-R em 2020, produz 216,2 cv de potência máxima a 14.500 rpm.

Mesmo elevando a potência, a Honda não descuidou do peso: com um quadro perimetral de dupla trave feito em alumínio, a CBR 1000 RR-R SP marca 189 kg a seco na balança - apenas 4 kg a mais do que a CBR 900RR de 1992 (assista o vídeo acima que mostra a evolução do modelo).

CBR 1000RR-R - Divulgação - Divulgação
CBR 1000RR-R tem motor de quatro cilindros, 999 cm³, que produz 216,2 cv de potência máxima a 14.500 rpm
Imagem: Divulgação

Mas, com tanta potência, a Honda teve que se render à tecnologia para se manter fiel à filosofia de controle total. Equipada com um sensor de medição inercial que faz uma leitura de seis eixos da posição da moto, aceleração, velocidade e inclinação, a CBR 1000RR-R conta com o auxílio dos mais modernos controles eletrônicos.

São três modos de pilotagem, totalmente personalizáveis. O piloto pode configurar a entrega de potência, o controle de tração, o nível de atuação do freio motor, os freios ABS, enfim... Praticamente, tudo. Até mesmo as suspensões eletrônicas da grife Öhlins.

Ainda mais precisa e afiada

Em busca da perfeição em sua superesportiva topo de linha, a Honda fez apenas ajustes finos para tornar a CBR 1000 RR-R Fireblade 2023, que chegou recentemente ao País, ainda mais afiada - Fireblade significa "lâmina de fogo" em tradução livre.

CBR 1000RR-R 2023 - Divulgação - Divulgação
CBR 1000RR-R tem eletrônica avançada: até suspensões são inteligentes
Imagem: Divulgação

Primeiramente, a marca japonesa fez melhorias no sistema de admissão e escape do modelo. O objetivo foi aprimorar a entrega de potência na segunda e terceira marchas, um pedido dos pilotos da equipe Honda no Campeonato Mundial de Superbike.

A eletrônica também foi aperfeiçoada. Segundo a Honda, o controle de tração agora ficou mais preciso. O sistema entra em atuação mais tardiamente, permitindo um certo nível de derrapagem da roda traseira.

A atuação do quickshifter, sistema que permite trocar as marchas sem o uso da embreagem, também passou por melhorias. Agora, houve uma redução no tempo de corte da ignição, diminuindo a queda na rotação do motor nas trocas e melhorando a entrega de torque nas retomadas.

Controle total

Apesar de mais potente e moderna do que a primeira CBR Fireblade, a nova CBR 1000RR-R 2023 manteve uma de suas principais qualidades: a filosofia de controle total, que se traduz em "facilidade" de pilotagem. Facilidade entre aspas mesmo, pois se trata de uma superesportiva de 1.000 cc com 216 cavalos que requer certa experiência.

CBR 1000RR-R - Divulgação - Divulgação
Apesar de toda a potência, CBR 1000RR-R serpenteia com facilidade entre as curvas do autódromo Veloccita
Imagem: Divulgação

Ainda assim, até mesmo pilotos não profissionais, como eu, podem se divertir bastante com a nova CBR 1000RR-R SP na pista. Durante o evento de lançamento do modelo, tive direito a uma sessão de treinos no Autódromo Velocitta, no interior de São Paulo.

Mesmo com toda a potência de uma 1.000 cc, a Triple R é uma superesportiva fácil de controlar, mesmo em um circuito técnico como o do Velocitta. Além dos modernos controles eletrônicos, que garantem uma segurança para despejar a cavalaria no asfalto, vale destacar a excelente ciclística do modelo.

As suspensões eletrônicas permitem infinitos ajustes e a balança traseira, inspirada na RC 213V da MotoGP, e o monoamortecedor fixado diretamente no motor resulta em um conjunto compacto que permite serpentear entre as curvas e no "S" do circuito com relativa facilidade.

CBR 1000RR-R na curva - Divulgação - Divulgação
CBR Fireblade transmite sensação de controle para o piloto se divertir na pista
Imagem: Divulgação

Dessa forma, mesmo pilotos ocasionais sentem-se no controle da moto e conseguem acelerar bastante nas retas e deitar com confiança nas curvas. Diferentemente de outras esportivas mais nervosas que requerem mais prática e horas ao guidão para se entender com a moto. A meu ver, está aí uma das principais qualidades da CBR 1000RR-R SP.

O modelo chegou ao Brasil em fevereiro em duas versões: a comemorativa de 30 anos, que imitava a pintura da primeira Fireblade e já se esgotou; e a tricolor, nas cores vermelha, azul e branca da Honda Racing Corporation.

O preço, assim como a potência, também está nas alturas: importado, o modelo 2023 da Triple R chega com preço sugerido de R$ 193.500. Cerca de R$ 895 por cada cavalo de potência.