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Avaliação: nova Sportster S mostra revolução nas motos da Harley-Davidson
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A nova Harley-Davidson Sportster S, que chegou recentemente ao Brasil, é mais do que uma evolução do famoso modelo. A "renascida" Sportster é uma verdadeira revolução nas motos da Harley-Davidson, tradicional marca norte-americana que completa 120 anos em 2023.
Equipada com um novo e potente motor de 121 cavalos, a Sportster S aposta em controles eletrônicos de assistência ao condutor e componentes topo de linha, para oferecer "uma nova experiência de pilotagem", segundo Flavio Villaça, gerente de marketing da Harley-Davidson América Latina.
Apesar de manter o nome, que faz sucesso desde 1957, Sportster S é uma moto nova dos pés à cabeça. Exceto pela arquitetura do motor - com dois cilindros em "V" - não herdou nada das antigas Sportster. Deixou para trás o ultrapassado motor "Evolution" com refrigeração a ar e comando de válvulas por varetas e ganhou um novo e moderno V2.
Aliás, o próprio motor Revolution Max 1250T, como seu nome denuncia, é uma revolução em se tratando de Harley-Davidson. Criado nessa nova fase da marca, o V2 tem arrefecimento líquido, além de comando de válvulas variável, que garante torque em baixos giros e boa potência em altas rotações.
Derivado do motor que estreou na PanAmerica 1250, o propulsor manteve a capacidade cúbica, mas ganhou um novo cabeçote, com válvulas menores, diferentes tempos de abertura e perfis alterados.
As mudanças resultaram em menos potência e torque - 121 cv ao invés dos 152 cv da Pan America e 12,9 kgf.m, contra os 13,1 kgf.m da moto aventureira.
O câmbio de seis marchas está integrado ao motor e conta com embreagem deslizante. Uma transmissão final por correia dentada, como é tradicional na Harley-Davidson, completa o trem de força da Sportster S.
Muita aceleração e pouco conforto
Apesar de ter menos torque máximo do que a PanAmerica, a fabricante garante que a nova Sportster S oferece 10% mais "força" em baixos e médios giros do que a moto aventureira. Percebe-se isso já na primeira acelerada: a Sportster S arranca como se fosse um Mustang, o famoso muscle car americano.
A força é tanta que a Harley adotou modernos sistemas de assistência ao condutor para ajudar a domar essa muscle bike. A Sportster S tem três modos de pilotagem (Road, Sport e Rain), além de uma unidade de medição inercial que controla o sistema ABS otimizado para curvas e o controle de tração sensível à inclinação. Dois sistemas que se mostraram muito úteis para evitar derrapagens indesejadas ao girar ao acelerador com vontade.
Tudo é controlado por meio da tela TFT redonda de 4 ", que também abriga outras funções do aplicativo Harley-Davidson, como navegação. Junto com o novo painel há diversos recursos modernos, como iluminação toda em LED e novos comandos multifuncionais nos punhos.
Além de ser o coração da nova Harley, o motor faz parte da estrutura do chassi. Com isso, a marca conseguiu reduzir o peso para "apenas" 228 kg, já com o pequeno tanque de 11,8 litros abastecido. Não é pouco, mas menos do que nas antigas Sportster - como comparação a Sportster 1200 pesava 256 kg, cerca de 10% a mais do que a nova geração.
A Harley também adotou freios Brembo e suspensões da grife Showa para reforçar o caráter "esportivo" da Sportster S. Na dianteira, o garfo telescópico invertido tem tubos de 43 mm. Já na traseira, conta com um monoamortecedor fixado à balança tubular. Ambos são totalmente ajustáveis.
As suspensões também representam uma revolução na nova Sportster S quando comparadas às da antiga família. Ajudam a contornar curvas com segurança e a dianteira lida bem com o ondulado asfalto paulistano, porém o pequeno curso na roda traseira (cerca de 5 centímetros) mostra limitações e transfere as imperfeições do piso para o piloto.
O principal problema é que a Harley, ao menos na posição de pilotagem, priorizou o estilo em vez do conforto. Com visual inspirado nas motos de flat-track, a Sportster S tem perfil musculoso, reforçado pelos largos pneus. O escapamento de ponteira dupla também se inspirou nas motos "esportivas" da Harley, usada nas competições nos circuitos ovais de terra.
Mas, como suas pedaleiras são avançadas, o condutor assume uma posição em forma de concha e transfere mais peso para as costas. Pode não ser um problema em passeios curtos no fim de semana, mas deve cansar em trajetos mais longos.
Vale também uma crítica para os largos pneus, mais especificamente, o dianteiro. Com 160 mm de largura, deixa a frente pesada e sacrifica a agilidade que existia nas antigas Sportster.
Preço da Sportster S parte de R$ 125.900
Com a missão de apontar o futuro da Harley-Davidson, a nova Sportster S cumpre sua função. Afinal, mantém o estilo típico das motos da marca, porém agrega bom desempenho, componentes mais sofisticados, além de muita tecnologia.
Claro que as novidades também vieram acompanhadas de uma mudança de preço. Se as antigas Sportster eram os modelos de entrada, o ingresso para se tornar um "harleyro" agora ficou mais caro. O novo modelo parte de R$ 125.900 na cor preta e vai até R$ 128.800 nas cores azul, branca e cinza.
Só resta saber se as custosas mudanças serão suficientes para convencer os fãs a desembolsar esse valor e também para atrair novos consumidores para a tradicional marca. E aí, o que achou da nova Sportster S e sobre essa nova fase da Harley-Davidson? Deixe sua opinião, nos comentários! Dúvidas e sugestões também são bem-vindas.
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