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Toyota Corolla Cross: por que novo SUV não terá vida fácil no Brasil
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Ninguém tem dúvida que o novo Corolla Cross venderá muito e, possivelmente, disputará a liderança entre os SUVs médios. Principalmente porque a Toyota se antecipou aos principais rivais, o que dará uma vantagem momentânea ao utilitário japonês.
Entretanto, Volkswagen e Jeep não deixarão o Corolla Cross ter vida fácil. A chegada do Taos e da motorização turboflex no Compass farão a escolha do consumidor ficar mais embaralhada. Mas somente a partir de maio.
A Toyota mirou na tabela de preços das versões flex do Compass (R$ 135.990 a R$ 172.990). Ao oferecer o Corolla Cross com valores entre R$ 139.990 e R$ 179.990, os japoneses acertaram na composição e devem ficar no mesmo patamar do Volkswagen Taos. Não tem como fugir muito desses valores. Lembrando que o Jeep deverá ter reajuste quando abandonar os motores aspirados.
Apesar de se beneficiar da confiabilidade quase que inabalável da Toyota - que vende até uma pipoqueira se tiver a logomarca japonesa -, o novo Corolla Cross demandará um certo esforço por parte dos vendedores da marca para superar os rivais em alguns aspectos quando estiver de frente com o cliente.
Já tive acesso ao Taos em uma pré-apresentação em São Paulo e pude ver que a Volkswagen evoluiu muito em um ponto que vinha recebendo muitas críticas ultimamente: o acabamento interno.
O alemão é quase impecável nesse aspecto, com a escolha de materiais mais refinados na composição do console e das portas. O fator tecnológico da cabine com as duas grandes telas do Active Info Display e central VW Play (ambas com 10 polegadas) também pesa a favor do Taos.
O Compass, que já tem um acabamento muito bom na linha atual, também passará por mudanças significativas na cabine. Manterá a qualidade dos materiais com a identidade Jeep, mas ganhará um volante moderno e uma nova e maior central multimídia no estilo flutuante, que parece um tablet.
Já o Corolla Cross segue a linha mais conservadora da Toyota, mas, pelo menos, não nasceu com a tela da central no estilo "TV de tubo" no console, como a que o irmão sedã usou até a linha 2021.
Peca feio no freio de estacionamento acionado pelo pé esquerdo, que ficou posicionado "quase" no lugar do que deveria ser o pedal de embreagem, só que meio suspenso. Um horror! Uma fórmula antiga que ninguém sabe porque foi escolhida pelos engenheiros da Toyota. "O carro veio nessa forma para a planta de Sorocaba", disse um engenheiro da marca.
Em relação à mecânica, os vendedores da Toyota também precisarão de uma boa lábia para tirar o Taos e o Compass da jogada. Não que as opções do Corolla Cross não sejam boas. Já testei o híbrido e gostei. Mas é que o combate à eficiência dos motores turbo da Volks e Jeep não será tarefa fácil.
O propulsor 2.0 aspirado de 177 cv com câmbio CVT de 10 marchas não sentirá o peso do SUV, ou posso chamar também de crossover, mas cobrará mais na hora de abastecer.
O contraponto é a versão topo de linha com o eficiente conjunto híbrido (1.8 a combustão mais 2 motores elétricos), que nesse caso cobrará a fatura na hora da compra e na fila de espera que será longa (foi o que vimos com o sedã e com o RAV4).
O Taos terá apenas o motor 250 TSI, um 1.4 turbo de 150 cv e 25,4 kgfm de torque, com transmissão automática de seis velocidades. Esse conjunto que puxa até versão de sete lugares da Tiguan não terá dificuldades para levar o novo SUV na raça. Já a Jeep deve tirar 185 cv de potência (etanol) do seu novo motor 1.3 turbo com a transmissão CVT.
O resumo é que o Corolla Cross venderá muito porque é Toyota, porque é bom e porque surfará na onda dos SUVs. O Jeep Compass já tem seu mercado e uma ampla lista de admiradores. Legião de fãs. Mas precisamos saber mais de como o Taos entrará nessa disputa super acirrada. A Volks que acordou e está no jogo.
*Colaborou Bruno Vasconcelos
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