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Por que China já vende mais da metade dos carros elétricos do mundo
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A China também é a grande potência mundial na comercialização de carros elétricos. Somente em 2022, as vendas de veículos movidos a bateria aumentaram 60% em relação a 2021. Com isso, o país atingiu a marca de 4,4 milhões de automóveis BEVs comercializados lá do outro lado do mundo. Mas por que a gigante asiática vende tantos carros elétricos?
Pela primeira vez em 2022, a China foi responsável por mais de 50% de todos os carros elétricos nas estradas do mundo, um total de 13,8 milhões.
Segundo análise da Agência Internacional de Energia (IEA), esse forte crescimento "resulta de mais de uma década de apoio político sustentado para os primeiros usuários, incluindo uma extensão dos incentivos de compra inicialmente planejados para eliminação gradual em 2020 até o fim de 2022 devido à covid-19, além de apoio não financeiro como implantação rápida de infraestrutura de carregamento e políticas de registro rigorosas para carros não elétricos".
Além disso, o país ainda ajudou a promover alguns dos maiores fabricantes de veículos na tomada do mundo. A BYD, com sede em Shenzhen, forneceu grande parte dos ônibus elétricos e táxis da cidade.
Preços
Os preços dos elétricos, na China, também chamam atenção. Em 2022, o Wuling Mini, um modelo pequeno com valor abaixo de US$ 6.500 (R$ 32,5 mil), e o BYD Dolphin, outro pequeno, abaixo de US$ 16.000 (R$ 80 mil), foram os elétricos mais vendidos no ano passado. Não incluímos aqui a carga tributária.
Juntos, esses dois modelos representaram quase 15% das vendas chinesas de carros de passageiros BEVs, ilustrando que os chineses buscam modelos menores.
Infraestrutura
A China conta com uma infraestrutura bem diferente do Brasil. Por lá, muitos dos carregadores são de alta potência. O que proporciona um carregamento rápido das baterias. Ao observar o site do PlugShare, somente na cidade de Xangai, há mais de 300 locais de carregamento.
Por outro lado, a China vem ampliando novas capacidades de carvão, diz um relatório da Think Tank E3g (instituição ambiental). Por lá, o carvão é a principal fonte de energia.
Segundo o Departamento Nacional de Estatísticas, a China gerou 56,2% de sua energia por meio de combustíveis fósseis no ano passado.
Ainda em 2022, a China construiu 50 GW de novas usinas de carvão. A construção dessas fábricas contrasta com a missão de vários países com os compromissos climáticos.
Por outro lado, as usinas solares também estão crescendo muito na China. O país, inclusive, lidera o ranking: China (392 GW), Estados Unidos (111 GW), Japão (78,8 GW), Alemanha (66,5 GW), Índia (62,8 GW), Austrália (26,7 GW), Itália (25 GW), Brasil (24 GW), Holanda (22,5 GW) e Coreia do Sul (20,9 GW).
No Brasil, a infraestrutura ainda é pequena e conta com poucos carregadores de alta potência. Eletropostos espalhados pelo país, maiores capacidades das baterias e um preço mais baixo são a conta para que o Brasil também decole na venda dos elétricos.
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*Colaborou Rodrigo Barros
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