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BYD anuncia fábrica em Camaçari e investimento bilionário na Bahia
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A BYD anunciou hoje, em cerimônia em Salvador, a instalação de um complexo industrial em Camaçari, na Bahia. O evento contou com a participação da vice-presidente global da marca, Stella Li, além de representantes do governo estadual.
Maior fabricante de veículos elétricos do mundo, a gigante asiática investirá, em cinco anos, cerca de R$ 3 bilhões na instalação de três fábricas no complexo da Bahia, gerando cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos com sua implantação. Além de veículos de passeio, serão feitos no local chassis de ônibus e caminhões elétricos, assim como uma divisão de baterias.
O UOL Carros apurou que a empresa assumirá as instalações da Ford, inclusive engenheiros da marca chinesa estiveram no local fazendo vistoria na última semana. O acordo, porém, ainda não foi anunciado oficialmente. O polo de Camaçari é a última fábrica que ainda pertencia à marca norte-americana no Brasil. A montadora, que anunciou o fim de sua produção local em 2021, já vendeu suas instalações em Taubaté (SP) e São Bernardo do Campo (SP).
"Dentro de alguns dias faremos [anúncio], provavelmente na cidade de Camaçari. Ali falaremos de forma transparente onde serão os investimentos. Não existem entraves [coma Ford]. O que existem são tratativas entre duas empresas privadas, de forma transparentes", disse Alexandre Baldy, ex-ministro das Cidades no governo de Michel Temer e atual conselheiro da BYD.
"A empresa [BYD] está tratando com a Ford para uma possível negociação. Estaremos acompanhando, pois é a negociação entre duas indústrias. Mas estamos dispostos a fazer o que for possível para que possamos ajudar a resolver essa transação no 'ganha-ganha'", disse o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). "Também estamos à disposição, caso o acordo não siga no caminho que desejamos, de encontrar uma saída".
O planejamento industrial terá como objetivo inicial 30 mil veículos, podendo chegar à capacidade produtiva de 150 mil unidades ano. A BYD fabricará para o mercado interno, além de focar na exportação dos produtos. O SUV híbrido Song e o hatch médio Dolphin são os mais cotados para serem os modelos de largada.
"Este é um momento de extrema importância para a BYD nas Américas", afirmou Stella Li, que também é CEO da BYD Américas. "As novas fábricas no Brasil vão permitir a introdução e aceleração da eletromobilidade no país, um movimento-chave para combater as mudanças climáticas e, de fato, melhorar a qualidade de vida das pessoas".
De acordo com o cronograma, todas as unidades começam a ser implantadas neste ano e têm previsão de conclusão no segundo semestre de 2024.
O que será produzido na Bahia
A empresa irá produzir cinco veículos no complexo baiano, entre eles o Dolphin, o híbrido Song, uma picape e o elétrico subcompacto Seagull, que tem porte similar ao do Ford Ka, feito na mesma fábrica até 2021. O quinto produto seria um modelo inédito.
A meta da BYD é participar do mercado no segmento dos veículos urbanos e entregar carros como o 100% elétrico ao preço de no máximo R$ 110 mil. O Seagull começará importado e será comercializado a partir do primeiro trimestre de 2024.
Em seguida, o Polo de Camaçari estará pronto para receber um outro investimento - nova fase, na categoria dos "pesados", para produção dos chassis de ônibus e caminhões elétricos, assim como a divisão de baterias.
A BYD está no Brasil desde 2015. A empresa tem fábricas em Campinas, onde produz chassis de ônibus elétricos, e módulos fotovoltaicos para painéis solares e, em Manaus, montou em 2020 uma fábrica para produzir baterias de fosfato de ferro-lítio.
Incentivos e acordo com Lula
Na semana passada, Stella Li e outros representantes da BYD tiveram reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representantes do governo federal na Bahia. A montadora pediu a concessão do porto de Aratu, que tinha sido cedido à Ford. Ainda solicitou a Lula a necessidade de rever condições de produção, a exemplo de PIS/Cofins e IPI.
Lula inclusive teria se comprometido a visitar a fábrica na inauguração ou no início da produção. Segundo o governado da Bahia, o presidente ainda se colocou à disposição de estimular a compra de automóveis, como a renovação de frota de ônibus, viaturas e ambulâncias.
Já contribuição do Estado da Bahia para viabilização do empreendimento inclui a concessão de incentivos fiscais até 31 de dezembro de 2032, de acordo com a legislação tributária estadual. Também anunciaram isenção de IPVA para veículos elétricos de até R$ 300 mil feitos na Bahia.
Compromissos da BYD
Entre as contrapartidas assumidas pela BYD está a elaboração de um plano de negócios detalhado, que foi aprovado pelo governo da Bahia. A empresa promoverá o treinamento e a capacitação de mão de obra especializada, prioritariamente local, a ser aproveitada no processo fabril. Deverá ainda implantar um intercâmbio de trabalhadores entre os dois países.
A BYD deverá priorizar a contratação de empresas estabelecidas na Bahia para a realização das obras civis, contratação dos serviços e aquisição dos insumos necessários à implantação e operação do empreendimento, priorizando fornecedores locais e obrigando-se a disponibilizar a lista completa dos serviços a contratar e dos insumos a adquirir, o que contribuirá para o adensamento da cadeia produtiva dentro do estado.
Outra contrapartida estabelecida no processo é a adesão ao Projeto Estadual de Incentivo à Primeira Experiência Profissional - Estágio, Aprendizagem e Ocupação Formal (Projeto Primeiro Emprego).
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