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Jorge Moraes

REPORTAGEM

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BYD na Bahia: o que governo cedeu para seduzir a gigante chinesa

Colunista do UOL

05/07/2023 04h00

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A BYD produzirá veículos elétricos no Brasil, com previsão de entregas a partir do último trimestre do próximo ano. Para atrair os chineses e substituir a Ford, outra montadora gigante que ocupava Camaçari até 2021, governos da Bahia e federal, além da prefeitura local, não economizaram em incentivos fiscais e benefícios.

O que a Bahia ofereceu à BYD

Fora, imposto: de acordo com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), chineses terão isenção de 95% na cobrança de ICMS até 2032.

IPVA grátis: carros elétricos de até R$ 300 mil produzidos na Bahia serão isentos do imposto. Regra criada sob medida para a empresa chinesa, que a princípio será a única a fabricar veículos no estado.

Concessão de porto: assim como acontecia com a Ford, BYD poderá utilizar o porto de Aratu para importar matérias-primas, assim como exportar produção feita na Bahia.

Obras viárias: governo do estado ainda se comprometeu a realizar projeto de asfaltamento e iluminação das vias que ligam a fábrica em Camaçari e o porto de Aratu.

Mais mimos municipais: Camaçari também tratou de agradar os chineses. Prefeito Elinaldo Araújo confirmou diálogos com a câmara municipal para isentar a BYD de pagamento de ISS e IPTU, além de agilizar processos de licenças e alvarás.

E o governo federal?

Lula participou ativamente das negociações, com conversas com a BYD durante viagem à China e também em Brasília. O presidente ouviu demandas da empresa chinesa a respeito de isenções de PIS/Cofins e IPI, mas nenhuma medida de incentivo foi divulgada até o momento.

O presidente, porém, teria se comprometido a visitar a fábrica no início da produção ou na entrega das primeiras unidades. Outra promessa seria estimular a compra de automóveis elétricos no Brasil, assim como a renovação de frotas de ônibus, viaturas e ambulâncias.

O que a BYD entrega como retorno

Investimento bilionário: são R$ 3 bilhões que serão usados na compra e implementação de três fábricas na Bahia.

Empregos: um dos maiores problemas da saída da Ford da Bahia foi justamente as demissões dos funcionários. Com a chegada da BYD, governo baiano espera a criação de 5 mil empregos, diretos e indiretos na região.

Acordos regionais: chineses deverão priorizar a contratação de empresas estabelecidas na Bahia para a realização das obras civis, contratação dos serviços e aquisição dos insumos necessários à implantação e operação do empreendimento, priorizando fornecedores locais.

Investimento nos trabalhadores: A empresa promoverá o treinamento e a capacitação de mão de obra especializada, prioritariamente local, a ser aproveitada no processo fabril. Deverá ainda implantar um intercâmbio de trabalhadores entre os dois países.