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Jorge Moraes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Por que novo BYD não concorre só com elétricos e deve agitar o mercado

Colunista do UOL

08/07/2023 04h00Atualizada em 15/03/2024 17h29

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O preço do novo modelo da chinesa BYD que chegou ao Brasil surpreendeu muita gente. Tanto que podemos afirmar que por R$ 149.800, o Dolphin não concorrerá apenas com modelos 100% elétricos. Com preço próximo de Renault Kwid E-Tech e Caoa Chery iCar, o modelo chinês tem mais porte, mais tecnologia e um acabamento que vai muito além desses concorrentes que, até então, disputavam o título de "carro elétrico mais barato do Brasil".

Diante desse patamar elevado pelos chineses, o golfinho da BYD vai entrar na lista de consideração de clientes de carros a combustão ou híbridos. Na faixa de R$ 150 mil são muitas as opções de hatches, sedãs e até SUVs compactos que figuram entre os carros mais vendidos do país.

E a BYD está preparada para ter volume. Pelo menos 8 mil unidades do Dolphin devem chegar ao país até o fim deste ano.

Já os elétricos terão que se adequar à nova faixa de preço imposta pelos chineses da BYD. Modelos, como Peugeot 208 GT, Fiat 500e, Nissan Leaf e Chevrolet Bolt EUV custam muito mais que o Dolphin e não entregam, por exemplo, uma autonomia de quase 300 km, nos padrões do Inmetro.

Por isso podemos dizer que os concorrentes do Dolphin são outros. Passando algumas horas dentro de uma concessionária da BYD nos últimos dias, já pudemos notar uma diferença enorme do perfil de cliente.

Eram donos de Corolla sedã ou Cross Hybrid, Nissan Kicks, Volkswagem T-Cross, entre tantos modelos a combustão. Todos tinham em comum o fato de nunca terem colocado na garagem um carro 100% elétrico. Essa é nova porta de entrada na eletrificação pura do mercado brasileiro.

Não à toa, mais de mil unidades do Dolphin foram vendidas nos primeiros dias de reserva nas concessionárias. O BYD já aparecerá no topo do ranking dos carros elétricos mais vendidos do país neste mês e não duvide que ultrapasse também os híbridos.

Não estamos dizendo que R$ 149.800 seja pouco dinheiro e que o Dolphin é um carro popular. Só que quando colocamos na ponta do lápis os custos de manutenção menor de um veículo elétrico, IPVA zerado (em alguns estados, como Pernambuco) e a economia ao trocar a gasolina pela eletricidade, a proposta do BYD fica ainda mais interessante e deixa seu valor total ainda mais baixo.

Vamos ver como os concorrentes vão se portar com a chegada do Dolphin. São os consumidores que vão trilhar os caminhos do mercado. A disputa entre marcas gigantes sempre favorece o cliente.

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