Como novo SUV elétrico da Volvo deve forçar montadoras a baixarem os preços
Muito tem se falado sobre a "revolução" causada pelas marcas chinesas no mercado de carros eletrificados, com preços agressivos para modelos com tecnologia, bom acabamento e autonomia acima da média. A concorrência foi obrigada a seguir a tendência e revisar a precificação de seus carros. E não só para elétricos. Os modelos a combustão também estão perdendo clientes para os movidos a eletricidade.
A Volvo deu uma resposta clara ao mercado com o lançamento do EX30 com preços partindo de R$ 219.950. A marca sueca (que pertence a um grupo chinês, Geely) vinha dominando o mercado dos eletrificados premium com folga no Brasil e não enxergava concorrência à altura no retrovisor. O jogo mudou.
BYD e GWM deram volume ao segmento, mas os suecos tinham uma carta forte na manga. O EX30 vai fazer muito cliente pensar duas ou três antes de apostar em marcas menos tradicionais em nosso mercado ou ir na segurança de uma montadora com expertise elétrica e com a confiança que vai pesar na hora da revenda.
E o mercado parece ter recebido bem a resposta da Volvo. Em cerca de 10 horas de pré-venda, o EX30 teve 1.500 unidades vendidas na América Latina. E olha que ninguém por aqui sequer dirigiu o carro. Apenas um protótipo foi apresentado e amplamente divulgado pela imprensa automotiva. O carro só deve chegar em março de 2024.
Mais uma vez as montadoras terão que se mexer para disputar um cliente que busca um elétrico. E pensar que há menos de dois anos tínhamos subcompactos com pouca autonomia sendo vendidos por mais de R$ 250 mil. O EX30 tem porte de um T-Cross, tecnologia a bordo no padrão Tesla e a chancela de segurança da Volvo.
Fica agora a curiosidade para saber como as concorrentes vão responder à "ofensiva" sueca e chinesa. Nos próximos dias teremos a chegada de mais um carro elétrico de uma montadora tradicional, no caso, a Renault, com o Megane e-tech. Como os franceses vão posicionar o belo veículo em nosso mercado? Ficar perto dos R$ 300 mil não é mais uma opção viável. Resta saber se eles têm margem para trabalhar e vender bem a proposta francesa.
Consumidor ganha
E mais uma vez precisamos dizer que essas pequenas "revoluções" no mercado dos eletrificados é muito positiva para os consumidores. A concorrência sadia joga os preços para baixo sem perda na qualidade dos produtos.
O que estamos vivenciando no Brasil e no mundo é uma transformação da indústria. Um caminho sem volta. Quem ficar fora dele poderá pagar caro no futuro próximo. Aguardemos os próximos capítulos.
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