Carros mais caros? Como elétricos fugirão de aumento mesmo com novo imposto
Os carros eletrificados terão de pagar imposto de importação a partir de janeiro de 2024. A determinação foi implantada na última semana e, de forma escalonada, o tributo chegará a 35% em 2026. Apesar disso, de primeiro momento, os valores dos modelos elétricos não devem subir. Isso porque as cotas estabelecidas dão uma certa margem para importar uma parte sem custos.
Segundo avaliação do consultor da Bright Consulting Cassio Pagliarini, existe uma cota bastante grande para os primeiros seis meses.
"Apenas como referência de cálculo, existem US$ 283 milhões aprovisionados para veículos elétricos a bateria até junho de 2024. Se o cálculo for feito pelo CIF (custo no porto de origem + seguro + frete), poderíamos ter 10 mil veículos de CIF igual a 28 mil dólares - para seis meses", detalha o especialista.
Se observamos o total da cota aprovisionada para 2024 e dividirmos pelas 3.777 unidades do primeiro semestre deste ano, a média unitária do carro seria de 76 mil dólares - cálculo acima do que mostra Pagliarini.
"O volume total do ano de 2023 para veículos elétricos a bateria deverá ficar próximo de 13 mil unidades. Em outras palavras, o imposto tem um primeiro degrau bem forte, mas tem também uma "cota generosa", robusta. Resta saber agora como será distribuída", complementa o especialista.
Com essa margem, é possível que em 2024 ainda não haja uma mudança de preço tão significativa para o consumidor final, gerada pelas cotas. É o prazo para que montadoras como BYD e GWM comecem a produzir veículos no Brasil.
Entenda o caso
Na última sexta-feira (10) o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) deliberou o retorno do imposto de importação para veículos eletrificados. A resolução estabelece uma retomada gradual das alíquotas e cria cotas iniciais para importações com isenção até 2026.
A partir de janeiro de 2024, carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in importados voltarão a ser gradualmente tributados. No caso dos carros híbridos, a alíquota do imposto começa com 12% em janeiro de 2024; 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026.
Para híbridos plug-in, serão 12% em janeiro de 2024, 20% em julho de 2024, 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026. Para os elétricos, a sequência é 10% (janeiro de 2024), 18% (julho de 2024), 25% (julho de 2025) e 35% (julho de 2026).
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*Colaborou Rodrigo Barros
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