Jorge Moraes

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Toyota Corolla sedã tem grande queda nas vendas e a culpa não é só dos SUVs

O mercado de sedãs médios no Brasil vem encolhendo há um tempo e hoje podemos contar nos dedos de uma só mão os modelos que ainda disputam essa fatia do bolo.

Também há muito tempo o Corolla domina o segmento com sobra e vê, pelo retrovisor, seus principais adversários parando pelo caminho. Mas isso não quer dizer que o sedã da Toyota tem vida fácil no Brasil.

Sabemos que a ascensão dos SUVs em nosso mercado é o principal motivo para a "morte" de muitos sedãs, mas a impressão que dava era de que o segmento havia chegado a um ponto de equilíbrio, com o Corolla soberano e seus rivais pegando as "sobras" de clientes que não queriam pagar pelo "fator Toyota". Algo mudou.

Nos últimos anos (pós-pandemia), o Corolla sedã vendia uma média de 3.500 carros por mês e chegou a ter, em 2023, 78% de participação de mercado entre os sedãs médios. Nesse mesmo ano, o Toyota emplacou quase 43 mil unidades, enquanto o Sentra, segundo colocado, vendeu menos de 4.200.

'Inimigos' sedãs

Chinês, BYD King está prestes a ser lançado no mercado brasileiro, onde desafiará o Corolla
Chinês, BYD King está prestes a ser lançado no mercado brasileiro, onde desafiará o Corolla Imagem: Divulgação

Os resultados de 2024 estão indicando um novo momento para a categoria e ele não parece ser promissor para o Corolla. Entre janeiro e maio deste ano, o sedã da Toyota emplacou cerca de 13,3 mil unidades, o que dá uma média de 2,6 mil carros por mês. Uma queda significativa na média de vendas.

Mas não é só isso, a participação de mercado também teve uma forte queda, de 77,99% em 2023 para 65%, no acumulado deste ano. Isso quer dizer que não podemos culpar os SUVs pelo recuo nas vendas do Corolla. O "inimigo" está mais próximo.

Além de um crescimento suave nas vendas do Sentra, o Corolla agora começa a observar no retrovisor a aproximação acelerada do BYD Seal. O Nissan segue na segunda posição com 2.039 unidades vendidas e 9,96% de market share no segmento, mas é acompanhado de perto pelo elétrico chinês, que emplacou 1.910 unidades e já tem 9,33% de participação. O Jetta caiu para a quarta posição com 1.279 emplacamentos (6,24%) entre janeiro e maio deste ano.

E o horizonte não é animador para a turma da Toyota. Já conhecemos o novo rival do Corolla que a BYD está trazendo para o Brasil e que deve dar ainda mais trabalho ao sedã japonês. O King tem porte semelhante ao do Corolla, só que é um híbrido plug-in com cerca de 100 km de autonomia no modo elétrico e mais tecnologia embarcada. E tudo isso com um design arrebatador e preços que devem ficar abaixo das versões híbridas (HEV) do Toyota.

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Sabemos que os clientes da Toyota são resistentes em mudar de marca e que a confiabilidade dos carros da montadora japonesa pesa muito nas vendas. Mas o que estamos assistindo nos primeiros cinco meses de 2024 indicam que a participação de mercado do Corolla deve cair ainda mais até o final deste ano.

E o pior, o Corolla só deve receber mudanças mais profundas na linha 2026.

Portanto, a Toyota vai ter que pensar em formas de manter o seu público fiel e não ver seu best-seller global deixar as garagens brasileiras. O certo é que o consumidor é quem ganhar com essa disputa dentro de um segmento. Já vimos isso recentemente entre os SUVs compactos. Vamos esperar.

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