Jorge Moraes

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Montadoras tentam frear chineses e pressionam governo por mais impostos

Acontece em Brasília a reunião da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), seus dirigentes e uma comitiva de oito ex-presidentes com o ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin. O objetivo é tentar frear as importações dos eletrificados - entenda como chineses.

A entidade solicita ao governo federal a antecipação total dos 35% da alíquota de importação. O tributo por completo, no entanto, estava previsto para entrar em vigor apenas em 2026. A primeira fase dos 10% aconteceu em janeiro e a segunda dos outros 10% entrará em vigor na próxima semana.

Os chineses, principalmente eles, não vão mexer nos preços. Pelo menos em valores consideráveis. A cobrança, por parte da Anfavea, se deu por fala do presidente da entidade, Márcio Leite, durante seminário da AutoData, em São Paulo.

"Não podemos colocar nossos investimentos em risco e, por isso, seguiremos acompanhando esse movimento de alta da venda de carros chineses no Brasil", disse Leite durante o evento.

Entramos em contato com uma fonte da Anfavea para saber um pouco mais sobre essa questão. "Vamos pedir para acelerar isso imediatamente", confirmou o gerente de imprensa da entidade, Glauco Lucena, em conversa por telefone com a reportagem.

Apesar disso, Lucena afirma que a Anfavea não é contra a entrada dos chineses no Brasil. "Somos totalmente a favor, desde que venham para produção em larga escala com altos índices de nacionalização", acrescenta.

A medida de tributação teve início em 1° de janeiro de 2024 para todos os eletrificados importados (híbridos e elétricos). De forma gradual, no caso dos carros híbridos, a alíquota do imposto começou com 15% em janeiro de 2024; 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026.

Para híbridos plug-in, iniciou em 12% em janeiro de 2024, 20% em julho de 2024, 28% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026. Para os elétricos, a sequência é 10% (janeiro de 2024), 18% (julho de 2024), 25% (julho de 2025) e 35% (julho de 2026).

Apesar disso, parece que a cobrança do imposto não resultou em um número menor de participação. Pelo contrário. A participação de mercado dos eletrificados sobre o total das vendas domésticas de veículos leves (de todos os tipos de combustível) tem se mantido constante, em torno de 7% a 8%, desde o início do ano.

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Essa participação tem crescido de modo sustentável. Em maio de 2023, por exemplo, o market share dos eletrificados era 3,9%, praticamente metade do atual.

Já o estoque total de eletrificados em circulação no país desde o início da série histórica da ABVE (2012 a maio/24) chegou em maio a 285.339 veículos, ou 0,67% de participação sobre o total geral de veículos leves emplacados no mesmo período.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, as cinco montadoras (três chinesas) que mais emplacaram eletrificados, foram:

1º - BYD - 27.238
2º - GWM - 9.988
3º - Toyota - 8.897
4º - CAOA Chery - 4.103
5º - Volvo - 2.970.

*Colaborou Rodrigo Barros

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