Jorge Moraes

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Fiat Titano se apoia em consumo e custo-benefício para incomodar rivais

O mercado das picapes médias foi um dos que mais evoluiu no Brasil nos últimos três anos. Além da renovação de praticamente todos os modelos disponíveis, tivemos a chegada de uma importante concorrente: a Fiat Titano, que não deve disputar entre as líderes do segmento, mas que poderá ganhar muitos admiradores pelos motivos que vamos apresentar nesta avaliação.

Começamos por um dos fatores que mais pesam na decisão de compra dos brasileiros: o preço. A Titano oferece três versões: Endurance (R$ 219.990), Volcano (R$ 239.990) e Ranch (R$ 259.990).

Isso no varejo, para pessoa física. A Fiat possui, entretanto, um agressivo programa de descontos na venda direta, que pode chegar até 16% de redução do preço de tabela para pessoas jurídicas e produtores rurais. Com isso, os valores das versões ficam entre R$ 188.990 e 218.990.

Esses preços, mesmo no varejo, são bem inferiores aos das rivais. Vamos usar como exemplo a Ranch, que é a versão topo de linha. Todas as concorrentes, em suas versões mais caras, cobram mais do que R$ 300 mil. Esse valor pode chegar até a R$ 351.990 na Ranger Limited com o kit opcional - claro que aqui a Ford é muito superior.

Diante desses valores e do que encontramos na Titano, não dá para dizer que ela concorre com as versões mais caras e tecnológicas de suas rivais. Um bom parâmetro de comparação com a Ranger, por exemplo, é com a versão XLS com o motor 2.0 diesel 4x4, que custa R$ 264.990. Já em comparação com a Hilux, a Titano se aproxima em preço com a SR (R$ 272.190), mas ainda é mais cara que a Fiat.

E vale lembrar que nenhuma das concorrentes têm uma política de desconto tão agressiva para a venda direta como a Fiat. O que dá ainda mais vantagem para a Titano quando falamos de preço direto ao consumidor.

Agora, de nada adianta você ter um produto mais barato se ele foi infinitamente inferior aos concorrentes. Mas esse não é o caso da Titano. É verdade que a picape não tem nem de perto o pacote de tecnologia oferecido por rivais, como por exemplo, um sistema semiautônomo de assistência ao motorista (ADAS).

A picape da Fiat apresenta apenas o alerta de mudança de faixa, sem correção automática. Não tem frenagem autônoma e outros itens importantes para a segurança dos passageiros.

Isso não quer dizer que a Titano é espartana ou pelada. Ela tem, na versão Ranch por exemplo, botão de partida e câmera 360º. Esses itens, que podem até parecer básicos, ainda não estão presente em todas as picapes do mercado, nem mesmo em algumas versões topo de linha.

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A motorização da Titano também não é mais forte entre as picapes médias, mas não faz feio com seus 180 cv de potência e 40,1 kgfm de torque distribuídos pela eficiente transmissão automática de seis velocidades. Como a picape oferece três modos de condução (Sport, Normal e Eco), você consegue dosar bem o uso do motor 2.2 turbodiesel e conseguir números bons de consumo.

Rodamos cerca de 15 dias com a Titano apenas na cidade. Priorizando o modo Eco de condução, conseguimos uma média de 9,8 km/l, número superior ao registrado pelo Inmetro (8,5 km/l na cidade).

O que podemos resumir dessa análise é que a Titano deve ser levada em consideração por quem está buscando uma picape média bonita, com boa capacidade de carga e reboque (tem a maior caçamba da categoria), com um motor que dá conta do recado sem beber muito e ainda tem o mínimo de tecnologia a bordo que garante conforto para quem está na cabine.

Se você não quer gastar mais do que R$ 300 mil no utilitário de caçamba, mas não abre mão de alguns itens básicos, pode colocar a Fiat Titano em sua lista. Teste e veja que ela pode te surpreender também.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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