Novo Equinox agrada, mas deve passar longe de incomodar o líder Compass
Líder de vendas do segmento há sete anos e caminhando para fechar o oitavo consecutivo na primeira posição entre os SUVs médios, o Jeep Compass assiste, do alto do pódio, a chegada de novos concorrentes no mercado com diferentes tecnologias de motorização e eletrificação. Mas será que alguém está apto a tirar a liderança do modelo produzido em Pernambuco?
A Chevrolet apresentou a quarta geração do Equinox (segunda geração para o Brasil) com uma proposta premium, com muito capricho no acabamento, um motor ligeiramente mais potente e repleto de tecnologia a bordo. Tudo isso pelo preço salgado de R$ R$ 267 mil.
Nessa faixa de valor, o SUV da Chevrolet compete apenas com as versões mais caras do Compass, a Overland (R$ 266.990) e Blackhawk (R$ 285.990), ambas com o poderoso motor Hurricane 2.0 turbo a gasolina de 272 cv de potência e 40 kgfm de torque. Já o Equinox é puxado (nas duas versões, Activ e RS) pelo motor 1.5 turbo, que também não é flex, com 177 cv e 28 kgfm.
Nas medidas, o SUV da GM supera o Jeep em 20 centímetros no comprimento e 10 cm no entre-eixos, o que garante um espaço interno melhor para os passageiros do Equinox. Já o Compass tem ligeira vantagem no volume de porta-malas: 476 litros contra 469 do Chevrolet.
Levando em consideração que, em relação à qualidade de acabamento e lista de equipamentos de série os dois SUVs são parecidos (sempre em comparação com as versões mais caras do Compass, como citamos acima), a motorização poderá fazer a balança pender para o Jeep, afinal, o motor Hurricane arranca suspiros com a sua aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos.
Talvez por isso a GM não esteja mirando tanto assim no Compass. Ela também está de olho nos clientes conservadores que ainda torcem o nariz para a eletrificação de marcas chinesas e preferem pagar o mesmo valor em um SUV que não é híbrido, tampouco elétrico.
É aí que entra a concorrência da BYD e da GWM com os SUVs Song Pro e Haval H6 P19. Eles ficam em uma faixa de preço próxima ao Equinox, têm um acabamento digno de segmento premium e são híbridos do tipo plug-in (PHEV). Ou seja, entregam mais potência e autonomia na casa dos 1.000 mil km com um tanque cheio e baterias recarregadas.
O apelo visual favorece o Equinox nessa briga intercontinental com os asiáticos. O SUV da Chevrolet esbanja esportividade em seu design, mesmo que isso não seja entregue pelo motor 1.5 turbo.
Claro que também não podemos deixar lembrar que a Chevrolet tem cerca de 600 pontos de vendas no Brasil, o que dá uma capilaridade e segurança para os compradores, principalmente àqueles que estão mais distantes dos grandes centros.
Ao optar em não oferecer versões mais simples e mais baratas do Equinox a Chevrolet pode até perder no volume para seus rivais do segmento, mas tem na mira um público-alvo que tende a ser fiel a marca e que tem poder de influenciar novos compradores.
Entretanto, continua a existir um abismo entre o SUV compacto e o médio dentro da gama da Chevrolet. O Tracker mais caro custa R$ 100 mil a menos que o Equinox.
Portanto, não será dessa vez que o Compass será incomodado por um SUV compatriota. Os olhares da Jeep seguem voltados para o Corolla Cross, que vem encostando nas vendas nos últimos meses e é o único que pode quebrar essa sequência vitoriosa do Compass no Brasil.
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