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Brasil fica atrás de Colômbia em nº de ônibus limpos, mas jogo deve virar
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O Brasil é um dos principais fornecedores de ônibus movidos a diesel da América Latina.
Porém, a tendência é de que o mercado para ônibus a diesel diminua a cada ano, frente a emergência da mudança do clima, que requer a substituição de tecnologias emissoras de gases efeito estufa (GEE) e poluentes por veículos zero emissão, também chamados de ônibus limpos.
Atualmente, alguns países latino-americanos estão substituindo frotas a diesel por frota de veículos elétricos movidos a bateria.
Segundo o E-BUS Radar, ferramenta digital que acompanha a evolução da frota de ônibus zero emissão na América Latina, a Colômbia já conta com uma frota de 1.589 veículos elétricos, o Chile com 849 e o México com 556.
Enquanto isso, no Brasil, que tem o maior número de habitantes da região - 213 milhões de pessoas -, a frota de ônibus elétricos é de 386 veículos. Em sua maioria, os ônibus zero emissão estão na cidade de São Paulo, onde circulam 219 veículos.
Ainda de acordo com dados da ferramenta digital, a América Latina possui cerca de 3.716 ônibus, o que inclui trólebus - veículos que utilizam catenárias — e diferentes tipologias veiculares movidas a bateria. Apesar do número relativamente tímido, a estimativa do E-BUS Radar é de que 349,18 kilo toneladas (kt) de gás carbônico, um tipo de GEE, deixaram de ser emitidos após a entrada de ônibus zero emissão, reduzindo o impacto do setor no meio ambiente do setor de transporte.
Colômbia, Chile e México, cada país à sua maneira e em resposta aos seus desafios internos, continuam modernizando políticas públicas, legislações e criando condições para a substituição contínua e gradual da frota.
O que não é diferente no Brasil, porém o protagonismo ainda se restringe aos municípios, tais como São Paulo, que recentemente aprovou uma legislação que torna obrigatória a substituição de ônibus antigos, que já não podem circular, por ônibus zero emissão; São José dos Campos, também no estado de São Paulo, com planos de eletrificar toda a frota de ônibus até 2023; e Curitiba, com projetos para a eletrificação de parte expressiva da frota de ônibus - Linhas Inter 2, Interbairros II e BRT Leste/Oeste - até 2024.
Investimentos no Brasil
No último 31 de janeiro, foi lançado o "Guia de Investimento para Ônibus Zero Emissão no Brasil" que, com base em estimativa realizada para oito cidades brasileiras com maior potencial de eletrificação da frota de ônibus, estimou que o "mercado brasileiro de ônibus zero emissão ultrapassará US$ 3,6 bilhões e 11 mil ônibus até 2030".
Dentre as cidades estão São Paulo, São José dos Campos/SP, Campinas/SP, Salvador/BA, Niterói/RJ, Rio de Janeiro, Curitiba/PR e Goiânia/GO.
Considerando o contexto de produção de ônibus elétricos no Brasil e uma lacuna anual estimada de 1.105 veículos — pensando somente na provisão do mercado interno -, é importante reconhecer que, para manter a posição que o Brasil ocupa no fornecimento de ônibus para a América Latina, é preciso investir na produção de ônibus zero emissão.
O que torna a capacidade de produção de ônibus elétricos não só um tema ligado ao meio ambiente e clima, mas também estratégico para o desenvolvimento econômico do país. Ao colocar em cheque a indústria nacional, que vem passando por maus bocados com o processo de desindustrialização do país e perda de empregos formais e qualificados.
Os dados e informações citadas na coluna de hoje podem ser encontrados no site do Euromonitor, organização que desenvolveu o guia com apoio das equipes da Zero Emission Deployment Accelerator(ZEBRA), Emission Bus Rapid e da Iniciativa Transformadora de Mobilidade Urbana(TUMI) no Grupo C40, rede de prefeitos de aproximadamente 100 grandes cidades do mundo, e institutos de pesquisa como World Resources Institute (WRI) e no Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT).
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