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Há 15 anos, Bugatti Veyron rompia barreira dos 400 km/h pela primeira vez

Colunista do UOL

29/04/2020 19h15

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(SÃO PAULO) - Quando o dia 19 de abril de 2005 acabou, a Bugatti tinha mais um belo recorde no currículo: seu superesportivo Veyron 16.4 se tornara o primeiro carro de produção em série a romper a barreira dos 400 km/h. Em setembro, ele começaria a ser vendido.

Era uma obsessão de Ferdinand Piëch: bater o recorde de 406 km/h do Porsche 917 nas 24 Horas de Le Mans de 1970. Porsche 917, aliás, idealizado pelo próprio Piëch, quando no comando da empresa fundada pelo vovô Ferdinand. Agora o executivo austríaco estava na Bugatti, que fazia parte do Grupo Volkswagen (assim como a Porsche) desde 1998.

Para chegar à incrível velocidade, o Veyron dispunha de um motor de 8 litros, quatro turbos e 16 cilindros dispostos em W. Os 1001 cavalos de potência e 127 kgfm de torque chegavam às quatro rodas por meio de uma nova transmissão automatizada de dupla embreagem e sete marchas. Resumo da ópera: bastavam 2,5 segundos para chegar aos 100 km/h, 7,3 segundos até os 200 km/h e 16,7 segundos até os 300 km/h.

Havia também truques aerodinâmicos. Quando girada no console ao lado do motorista, uma chave especial (que ficou conhecida como "Speed Key") acionava um sistema hidráulico que fechava as abas do difusor traseiro, baixava o aerofólio e diminuía a altura do carro, de 125 milímetros para 65 mm na frente e 70 mm atrás. Só assim, e após certas condições serem verificadas (como pressão dos pneus), o carro estava liberado para atingir a velocidade máxima.

Bugatti Veyron  - Divulgação  - Divulgação
Bugatti Veyron
Imagem: Divulgação

Uwe Novacki era o nome do piloto, um veterano instrutor de pilotagem da Volkswagen. "Foi uma grande honra ser o primeiro piloto a tentar ultrapassar os 400 km/h com o Veyron. Eu não estava nervoso ou com medo, mas sentia respeito. Estava acostumado a dirigir regularmente em altas velocidades, mas essa faixa de velocidade era uma dimensão totalmente nova. Ninguém tinha experiência com isso", relembra Novacki, hoje com 71 anos.

Ehra-Lessien era o nome da pista de testes, localizada na Alemanha, com nove quilômetros de extensão. Na primeira tentativa, Novacki bateu 380 km/h. Na segunda, 411 km/h. "Fiquei muito impressionado com a estabilidade, a facilidade e a segurança do carro a 400 km/h. A essa velocidade, você tem que se concentrar rigorosamente, e saber como ler a pista e o carro. A menor das irregularidades ou algum movimento mais arisco da direção podem levar a dramáticas consequências", explica o piloto.

Mais algumas estilingadas e a Tüv Süd, empresa especializada em ensaios técnicos contratada para o teste, entendeu que 407 km/h era a velocidade real a ser considerada.

"Mesmo 15 após a quebra daquele recorde, ainda é um carro de puro poder, velocidade e elegância em um design atemporal. Um ícone da indústria automotiva", diz o presidente da Bugatti, Stephan Winkelmann.

Ele é suspeito. Mas dá para discordar?